Prestes a completar 45 anos, Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear é apresentada na EXPO PG-USP
Conceito 6 na Capes, Programa IPEN/USP exporta talentos e se mantém entre os mais importantes na área nuclear, em nível internacional
O Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP, que em 2020 atingiu a marca de três mil titulados (dois mil mestres e mil doutores), foi dos participantes da 1ª edição da EXPO PG-USP 2021, realizada pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo (PRPG-USP), nesta terça-feira, 9, de forma virtual.
Reconhecido pela sua excelência na área nuclear brasileira, o Programa IPEN/USP, que em abril próximo completa 45 anos, manteve Conceito 6 na última avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em 2017. No auditório virtual número 3, Engenharia e Ciências Exatas 1, o presidente da CPG IPEN/USP, Delvonei Alves de Andrade, apresentou alguns indicadores, entre eles a produção intelectual nos últimos quatro anos, o número de bolsistas, as disciplinas oferecidas e os alunos matriculados no período
Andrade também comentou sobre as principais linhas de pesquisa: desenvolvimento de nanocompósitos, estudos de gases e efeito estufa na Amazônnia e costa brasileira, efeitos biológicos das radiações, aplicação de lasers e fotônica nas áreas de saúde, nuclear, industrial e do meio ambiente, e gestão de rejeitos radioativos e radioproteção e dosimetria.
"Os projetos desenvolvidos em pesquisas somaram mais de 90, cujos valores finais somam cerca de R$ 70 milhões, US$ 1,7 milhão e € 700 mil”, mostrou Andrade. O presidente da CPG também mencionou as três áreas de concentração (Tecnologia Nuclear/Aplicações; Tecnologia Nuclear/Materiais e Tecnologia Nuclear/Reatores) e ressaltou a infra-estrutura única do IPEN/CNEN para a formação de pesquisadores.
A apresentação do Programa IPEN/USP, que faz parte da área Engenharia e Ciências Exatas 1, foi complementada por um vídeo de três minutos, conforme solicitado pelos organizadores, com depoimentos do superintendente do Instituto, Wilson Calvo, da diretora de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino, Isolda Costa, e do próprio Andrade, além de pesquisadores e egressos.
Excelência
Calvo ressaltou a colaboração com algumas universidades internacionais, entre elas a Universidade de Houston (EUA), que permitem aos alunos do IPEN a dupla titulação: "Após formados, os nossos alunos são absorvidos rapidamente pelo mercado”.
Foi o caso de Gabriel Paiva Fonseca, doutor em Tecnologia Nuclear pelo IPEN/USP, atualmente professor da Universidade de Masstricht (Holanda). "Eu descobri minha vocação no IPEN e acho que o Instituto me proporcionou muitas oportunidades. Conheci diversos grupos de pesquisa, foi o grande motivo de eu conseguir uma dupla titulação”.
Outro egresso que atua no exterior é Gustavo Varca. Ele fez estágio de pós-doutorado no Programa de Tecnologia Nuclear e atualmente é gerente de Novas Aplicações – E-Beam Services, INC, em New Jersey (EUA). "O IPEN é hoje um centro de referência mundial na área de radiação, um papel de relevância, de destaque em várias que o Instituto atua dentro do mundo das radiações. Você consegue sair formado com algo a mais”, disse.
"A pós-graduação no IPEN me proporcionou participar de vários congressos, de conhecer vários lugares, eu que nunca havia ido. A gente tem bastante apoio aqui, tem todos os recursos necessários e, por ser um instituto de energia nuclear, a gente é bem visto na área”, afirmou Adriana Kuchinski Cavalcante, aluna de doutorado.
Mestrado Profissional
Além do Programa de Pós-Graduação IPEN/USP, o IPEN/CNEN tem o seu Mestrado Profissional Stricto Sensu em Tecnologia das Radiações na Saúde (MP-TRCS). O curso, direcionado a graduados em medicina, farmácia, bioquímica, biomedicina, radiologia, física médica, biologia, medicina veterinária e áreas afins, tem com objetivo capacitar profissionais da área de saúde no uso das radiações ionizantes e não ionizantes para diagnóstico, terapia e demais aplicações.
São oferecidas duas linhas de pesquisa: (1) "Processos de Radiação na Saúde”, com foco em pesquisas relativas a técnicas de aplicação de radiações ionizantes e não ionizantes em saúde, e (2) "Medicina Nuclear e Radiofarmácia”, voltada a pesquisas relacionadas ao desenvolvimento, fabricação e aplicação clínica dos radiofármacos.
EXPO PG-USP 2021
Esta foi a primeira edição da EXPO PG-USP, evento voltado especialmente para alunos e interessados em cursar os programas de Pós-Graduação da USP e para a comunidade acadêmica, o evento foi mais uma oportunidade de se conhecer o atual estágio dos cursos oferecidos pela USP.
De acordo com a Pró-Reitoria da USP, os cursos de inverno e de verão – que normalmente apresentam os programas de pós-graduação e para atrair novos candidatos – não puderam ser realizados devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19. Foi a partir dessa dificuldade que surgiu a ideia de organizar um evento 100% on-line, inspirado na Feira das Profissões da USP.
Em entrevista à Radio USP, Carlos Gilberto Carlotti Jr., pró-reitor de Pós-Gradução da USP, declarou que a Expo PG é "uma excelente oportunidade para apresentar nossos cursos de pós-graduação, a infraestrutura da USP e as bolsas oferecidas pelas agências de fomento. A ideia é que possamos atrair os melhores candidatos não só do Brasil, mas também de outros países da América Latina e da África”.
A programação contemplou apresentações de professores, alunos e egressos com depoimentos que ampliam o cenário dos cursos de Pós-Graduação oferecidos gratuitamente pela USP. Infraestrutura para a pesquisa, empreendedorismo, internacionalização e ações para inclusão e diversidade também foram tópicos abordados.
"Sem corte de bolsas"
Um dos participantes da EXPO PG-USP, Benedito Aguiar, presidente da Capes, ressaltou o crescimento de 48,6% da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) brasileira na última década, passando de 3.128 programas, em 2011, para 4.650, em 2020.
Para Aguiar, a formação de pesquisadores e profissionais qualificados "é fundamental para o desenvolvimento contínuo do conhecimento científico e tecnológico, assim como para o desenvolvimento econômico e social do País”.
Este ano, a Capes, vinculado ao Ministério da Educação (MEC), completa 70 anos e, segundo Aguiar, tem cumprido um importante papel no apoio à pós-graduação. "O Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG) "precisa ampliar o protagonismo em relação às demandas e problemas da sociedade, para atendê-las, por meio da educação, ciência e tecnologia”.
Atualmente, 544 instituições participam do SNPG, com 7.064 cursos. De acordo com Aguiar, a Capes concedeu, em 2020, um total de 160.955 bolsas, entre Institucionais no País, Programas Especiais e Estratégicos, Mobilidade Internacional no País e no Exterior e Cursos de Graduação e Licenciatura.
Mesmo com a redução de 16% do orçamento da Capes em 2020, não houve corte de bolsas, salientou Aguiar. A expectativa, segundo ele, é de não haverá também neste ano.
------
Ana Paula Freire, da Assessoria de Comunicação do IPEN(Com informações da Redação CCS/CAPES)
