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Nota da SBPR sobre a Reportagem "CATÁSTROFE" de o Globo de 14/02/2019

Fonte: Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica - SBPR

Hoje a reportagem de O Globo, assinada por Ascânio Seleme, prestou o maior desserviço à sociedade brasileira que um órgão de comunicação poderia realizar. O Globo deu voz a uma manifestação sem nenhuma base técnica, sem nenhum respaldo científico, simplesmente liberou para que uma pessoa, aparentemente sem qualificação, expressasse seus sentimentos, permitindo induzir seus leitores a sentimentos de angústia devido às imagens catastróficas relatadas, improváveis de serem concretizadas na vida real. A comparação das usinas nucleares com as barragens de Mariana e Brumadinho foi infeliz e maliciosa e não deveria ter sido feita em nenhuma hipótese, por não haver padrão para tal.

O que O Globo não sabe é que se as empresas proprietárias das barragens acidentadas praticassem os controles de engenharia, controles administrativos, controles culturais e a supervisão efetiva assim como a Eletronuclear pratica em suas usinas, os acidentes que ocorreram nas barragens teriam probabilidade praticamente nula de ocorrer.

O que também O Globo não sabe é que se os fossem aplicados sobre as barragens os mesmos processos de fiscalização e controle que a CNEN aplica sobre as usinas nucleares brasileiras, as chances de ocorrerem degradações nos controles da integridade e da segurança das barragens sem medidas corretivas seriam praticamente nulas.

Por último, o que O Globo também não sabe é que as consequências de um acidente, na forma que o jornalista descreveu, jamais poderiam ter as proporções apontadas, sendo portanto fantasiosas.

Talvez o que O Globo saiba é mexer com o a sociologia de massa através do conhecimento adquirido em comunicação. Essa experiência realizada pelo O Globo, tal como já foi feito por Orson Welles nos EUA numa transmissão de rádio reportando a invasão do planeta por alienígenas, somente pode trazer angústia à sociedade, somente causa sofrimento, mas nada acrescenta de bom. A reportagem, na forma como foi apresentada, sem nenhum embasamento técnico, sem nada que possa apoiar como verídicas as especulações realizadas na mesma, não pode ser aceita pelos praticantes do jornalismo de qualidade que tanto nossa sociedade necessita.

A Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica - SBPR não tem nem como debater tecnicamente o assunto para contrapor a reportagem, dados os absurdos ali narrados que parecem ter saído de uma mente perturbada e necessitada de apoio psicológico. Ou então, o que seria pior, teria havido uma deliberada tentativa de levar angústia à população e promover um movimento de massa contrário ao programa nuclear brasileiro. Seja da forma que for, a reportagem foi lamentável e a SBPR repudia na totalidade essa forma de jornalismo, que somente prejudica os cientistas e profissionais sérios brasileiros e leva o Brasil a ser objeto de escárnio por nossa mídia expressar sua posição de modo tão desconectado da realidade. O Globo deveria, no mínimo, oferecer um pedido formal de desculpas à comunidade cientifica brasileira.

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