Menu Principal
Portal do Governo Brasileiro
Logotipo do IPEN - Retornar à página principal

Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares

Ciência e Tecnologia a serviço da vida

 
Portal > Institucional > Notícias > Clipping de Notícias

Rússia tem interesse em desativar reatores nucleares na Ucrânia, e não destruí-los, diz ex-embaixador do Brasil na Aiea

A Aiea disse que essa é a primeira vez que há uma guerra em um país que tem uma rede de energia nuclear grande e estabelecida.

Fonte: UOL

A intenção da Rússia não é destruir, mas, sim, controlar os reatores nucleares da Ucrânia porque esse tipo de energia representa cerca de 60% da geração no país, afirma Laércio Vinhas, ex-embaixador do Brasil na Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea, na sigla em inglês). Doutor em física nuclear e pesquisador emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, ele é assessor do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo.

No fim da semana passada, os russos tomaram Zaporizhzhia, a maior usina nuclear na Europa e a 9ª desse tipo de energia do mundo.

A Aiea disse que essa é a primeira vez que há uma guerra em um país que tem uma rede de energia nuclear grande e estabelecida.

"Se algo equivalente ao acidente Chernobyl ocorresse, grande parte das nuvens iria para a Rússia; não é uma boa tática de guerra atingir as usinas”, afirma Vinhas.

Os reatores nucleares que estão em funcionamento na Ucrânia são mais seguros do que os que existiam na usina de Chernobyl, segundo ele.

"Essas usinas são projetadas para aguentar um Boeing 747 carregado, mas nunca foi feita experiência com artilharia mais pesada”, diz ele.

Segundo Vinhas, as forças russas provavelmente querem cessar a operação dos reatores, e não destruí-las, mas, se for esse o caso, ainda há um risco: nas usinas há elementos combustíveis ativos e já descartados que precisam ser refrigerados -por isso há usinas a diesel associadas aos reatores.

E Chernobyl?

A tomada da região onde funcionava a usina de Chernobyl, no entanto, não faz tanto sentido para Vinhas: "Uma teoria é que a história do desastre ficou engasgada na garganta dos russos; a União Soviética precisou ouvir as organizações estrangeiras na construção do sarcófago, isso nunca foi muito bem aceito pelos russos”.

Eventos