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- 11/10/2023 - Laser detecta geoglifos escondidos na AmazôniaPesquisa brasileira com tecnologia de ponta indica presença humana de mais de 1500 anos na floresta amazônica
Pesquisa brasileira com tecnologia de ponta indica presença humana de mais de 1500 anos na floresta amazônica
Fonte: Revista FAPESPPesquisas realizadas nas últimas três décadas indicam que o Brasil foi habitado em uma vasta extensão, inclusive na região amazônica, antes da chegada do colonizador português ao país, em 1500. Agora, um artigo publicado na revista Science (6/10), assinado por 230 pesquisadores, especialistas estimam que existam entre 10 mil e 23 mil estruturas que indicam presença humana pré-colombiana no território da floresta.As conclusões partiram de um mapeamento feito com sensores dotados da tecnologia óptica Lidar (detecção de luz e medida de distância). Acoplado a um drone ou a bordo de um veículo aéreo, o equipamento emite milhares de pulsos laser por segundo e, a cada pulso, calcula uma medida de distância. "É quase como uma radiografia”, explica o geógrafo Vinicius Peripato, estudante de doutorado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e primeiro autor do estudo. Graças à alta precisão do equipamento, ele e seus colegas conseguiram enxergar o relevo da floresta amazônica por baixo da copa das árvores utilizando processamento de dados.De cima, em áreas já desmatadas na parte oeste da Amazônia, é possível observar enormes formas geométricas no solo, chamadas de geoglifos. A partir dos anos 2000, os geoglifos passaram a ser vistos por meio de imagens de satélite, tanto por cientistas quanto por amadores, usando a ferramenta Google Earth. "Foi possível identificar centenas dessas estruturas, principalmente no oeste da Amazônia”, conta o biólogo Luiz Aragão, chefe da Divisão de Observação da Terra e Geoinformática do Inpe, orientador de Peripato e coordenador do artigo da Science.Diego Lourenço Gurgel Muitas estruturas geométricas ficam ocultas debaixo das copas e aparecem com o desmatamento da floresta Diego Lourenço GurgelNos últimos 20 anos, escavações feitas por arqueólogos mostraram que as formas geométricas foram locais de importância religiosa. Sabendo da existência das estruturas, Peripato e seus colegas criaram a hipótese de que outros vestígios de ocupação humana poderiam existir por baixo do dossel da floresta. Começar a procurá-los foi um desafio.Originalmente, os dados de sensoriamento Lidar visavam estimativas de biomassa, não tinham resolução adequada para observações arqueológicas. "Testes anteriores indicavam a possibilidade de ocorrência dessas estruturas, mas nada preciso”, explica Peripato. Apostando nessa hipótese, o grupo desenvolveu um método para retirar virtualmente a floresta e melhorar aspectos do relevo. "Deu certo, felizmente encontramos 24 estruturas até então desconhecidas.” O equipamento cobriu 5.315 quilômetros quadrados (km²) da Amazônia, o equivalente a 0,08% da floresta.Animado com a descoberta, o pesquisador desenvolveu um modelo matemático para estimar quantos seriam e onde estariam outros geoglifos similares no território, levando em conta uma série de variáveis ainda desconhecidas. Ele cruzou os dados fornecidos pelo sensor Lidar com informações de outras 937 estruturas arqueológicas já conhecidas e, com esse modelo, calculou que existam pelo menos 10.272 estruturas pré-colombianas ainda não descobertas, podendo chegar até a 23.648 na floresta inteira – um território de 6.700 km². A distribuição de 53 espécies de plantas domesticadas, utilizadas na alimentação, foi mapeada em inventários florestais prévios e poderá servir como indicação da existência das estruturas arqueológicas na imensidão da Amazônia."Foi um trabalho que, para ser realizado, exigiu uma equipe multidisciplinar e o uso de uma tecnologia de ponta”, avalia Aragão. A datação dos geoglifos ainda não descobertos foi estimada com base na literatura arqueológica já existente sobre essas estruturas, mas só poderá ser confirmada quando houver um trabalho de escavação e coleta de material para análise."É um artigo importante que confirma algo que os arqueólogos dizem há anos: tinha muita gente vivendo na Amazônia no passado”, comenta o arqueólogo Eduardo Góes Neves, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP). "Esses povos viviam ali e também modificavam a floresta”, afirma. Os indícios de presença humana na região datam de cerca de 12 mil anos atrás. Para uma parte dos especialistas, a Amazônia é um patrimônio biocultural que sofre influências tanto da própria natureza quanto da população que viveu e ainda vive por ali."As modificações feitas na floresta são informações muito valiosas para que possamos entender melhor como é a estrutura de um bioma que foi ocupado por milênios, como é a resiliência naquela área e como ela busca voltar a seu formato original”, comenta Peripato. "Com os processos de mudanças climáticas, compreender como a floresta opera é de extrema relevância.”Neves diz que boa parte dos geoglifos ainda preservados está em terras de proteção ambiental, de ocupação indígena. "São os indígenas que preservam as estruturas em meio ao avanço do agronegócio e da destruição que está acontecendo na Amazônia”, opina o pesquisador. Para ele, a presença indígena sempre esteve por todo o Brasil, é muito antiga e contribuiu para criar os biomas do país. "Não dá pra separar a história deles da história do Brasil.” -
- 11/10/2023 - Radioatividade: Solução ou Problema?Noções sobre a radioatividade, a história de sua descoberta, os riscos e benefícios de sua utilização são apresentados pelo programa “Hiperconectado”, da TV Cultura. Pesquisadores do ICESP, IFUSP e IPEN são entrevistados por Atila Iamarino, biólogo e divulgador científico.
Noções sobre a radioatividade, a história de sua descoberta, os riscos e benefícios de sua utilização são apresentados pelo programa “Hiperconectado”, da TV Cultura. Pesquisadores do ICESP, IFUSP e IPEN são entrevistados por Atila Iamarino, biólogo e divulgador científico.
Fonte: Hiperconectado - TV Cultura
O programa "Hiperconectado”, apresentado pela TV Cultura em de 11 de outubro, teve como tema "Radioatividade: Solução ou Problema?”. Apresentado pelo biólogo e divulgador científico Atila Iamarino, a atração apresentou noções sobre radioatividade, a história de sua descoberta e seus riscos e benefícios. Foram entrevistados os pesquisadores Neilo Trindade, do Instituto de Física da USP (IFUSP), Marcelo Maduar, do Centro de Metrologia das Radiações do IPEN-CNEN, Roger Chammas, coordenador do Centro de Investigação Transnacional em Oncologia, ICESP e Centro de Oncologia de Precisão da USP, o médico nuclear do ICESP Paulo S. Duarte. Do IPEN-CNEN também participaram do programa Alberto de Jesus Fernando, responsável pela Operação do Reator IEA-R1, do Centro do Reator de Pesquisa e o físico Luis Antônio Albiac Terremoto, pesquisador do Centro de Engenharia Nuclear.
A direção do programa é de Lucas Rochetti e o roteiro de Rafael Opipari.
O programa "Hiperconectado” vai ao ar às quartas-feiras, 20h, com reprise aos domingos, 12h30, pela TV Cultura. Os programas também estão disponíveis pelo canal no Youtube:
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- 09/10/2023 - Brasil abastece o primeiro carro com hidrogênio de etanol; modelo consegue percorrer quase 600 quilômetrosPesquisadores da USP abastecem o primeiro carro com hidrogênio de etanol. O veículo da Toyota consegue entregar grande autonomia e combustível será testado já em 2024
Pesquisadores da USP abastecem o primeiro carro com hidrogênio de etanol. O veículo da Toyota consegue entregar grande autonomia e combustível será testado já em 2024
Fonte: Click Petróleo e Gás
Um carro completamente silencioso, movido a energia, que pode percorrer cerca de 600 quilômetros sem necessitar de reabastecimento e que solta vapor d’água pelo escapamento. Trata-se do Toyota Mirai, um carro a hidrogênio que foi emprestado para testes de um projeto-piloto na Universidade de São Paulo (USP) que produzirá o primeiro hidrogênio verde a base de etanol do mundo.Em japonês, Mirai significa "futuro”, entretanto, apesar de ser sugestivo, a escolha do carro a hidrogênio não tem nada a ver com seu nome, e sim, pelo fato dele ser um dos únicos modelos equipados com células de combustível, que transforma o hidrogênio em energia.
No Brasil, por exemplo, existem apenas duas unidades do Mirai, um que fica com a Toyota, e outro que compõe o projeto da USP. Por ora, o carro a hidrogênio é abastecido com H2V comum. As primeiras voltas com o hidrogênio de etanol devem acontecer apenas em meados de 2024, quando a fábrica piloto, que atualmente está em construção, estará apta a produzir os primeiros quilos do combustível sustentável.
O hidrogênio verde leva esse nome por ser produzido a partir de fontes renováveis, diretamente da versão comum que tem origem fóssil, principalmente gás natural. Atualmente, o método de produção mais utilizado é a partir da quebra da molécula de água através de energia solar ou eólica. O objetivo do projeto-piloto da USP é desenvolver uma nova forma, tendo o etanol como fonte.
O hidrogênio verde ganhou destaque no debate climático devido ao seu potencial para descarbonizar setores como transportes, siderurgia, indústria química e a própria geração de energia elétrica. Entretanto, transportar o combustível ainda é algo desafiador, visto que exige que o armazenamento seja feito em baixas temperaturas e alta pressão, dificultando a logística e encarecendo o produto final.
Entenda como funciona o projeto de hidrogênio de etanol da USP
Uma das grandes apostas do projeto da USP é conseguir superar essa barreira. Isso porque o etanol já conta com uma infraestrutura fortalecida no país, sendo transportado de forma relativamente simples e com uma malha de distribuição extensa. A planta piloto, cujas obras começaram em agosto deste ano, funcionará como uma estação de abastecimento. No local haverá um equipamento chamado reformador, que é o coração do projeto.
O reformador possui capacidade de transformar o etanol em hidrogênio através de reações químicas. Atualmente, o processo já pode ser realizado, entretanto em escala de laboratório. O intuito é consolidar a tecnologia para aumentar o volume e possibilitar que a produção aconteça no local onde o combustível será utilizado, dentro de um posto de gasolina, por exemplo.
Combustível movimentará carro a hidrogênio e mais três ônibus
O hidrogênio de etanol produzido na USP será utilizado para movimentar o carro a hidrogênio e mais três ônibus nos testes; O etanol é visto como um trunfo pelos pesquisadores. Primeiro porque o Brasil é uma potência nesse mercado, entretanto também pela capacidade de fazer um hidrogênio verde negativo em carbono, levando em conta a absorção que acontece nas lavouras na cana e milho pela fotossíntese.
Segundo o diretor de transição energética e investimentos da Raízen, Mateus Lopes, todos os países estão desenhando estratégias de transição energética com base em suas vantagens competitivas, naturais e econômicas.
Como o Brasil é uma potência agrícola, transformar o etanol em um vetor desse combustível tão cobiçado pelo mundo pode dar ao país uma boa posição. Lopes afirma que os EUA, Europa e Japão são vistos como futuros mercados para esse hidrogênio.
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- 05/10/2023 - Nobel de Física 2023: importância dos lasers e a pesquisa no BrasilConvidado pelo IFUSP, o pesquisador Prof. Ricardo Samad (IPEN), comenta o Prêmio Nobel 2023 destacando a importância dos lasers para a pesquisa científica e reflete sobre a área de pesquisa no Brasil
Convidado pelo IFUSP, o pesquisador Prof. Ricardo Samad (IPEN), comenta o Prêmio Nobel 2023 destacando a importância dos lasers para a pesquisa científica e reflete sobre a área de pesquisa no Brasil
Fonte: Instituto de Física da USP
O Prêmio Nobel de Física de 2023 foi uma ótima surpresa para nós que trabalhamos na área de lasers, especificamente com pulsos ultracurtos.
Os pulsos lasers de attossegundos, gerados pelos 3 agraciados com o prêmio, são os eventos mais rápidos produzidos pela humanidade, e mais uma vez os lasers demonstram sua importância no desenvolvimento da ciência e tecnologia: desde que foi inventado em 1960 até hoje, 13 Prêmios Nobel em física, 20% do total, foram concedidos para trabalhos de desenvolvimento de lasers ou tiveram estes como parte fundamental da pesquisa agraciada. Mais três Prêmios Nobel em Química envolvem lasers. Recentemente, lasers conseguiram atingir o "breakeven” em fusão nuclear, ou seja, foi gerada mais energia do que a energia óptica gasta, um marco importante para o desenvolvimento de novas fontes de energia; novas tecnologias de aceleração de partículas com lasers compactos vêm ganhando espaço no mundo, juntamente com aplicações médicas, industriais e ambientais, que promovem grandes avanços científicos e tecnológicos.
Especificamente sobre o Nobel de 2023, ele coroa um trabalho de fôlego que vem sendo desenvolvido por vários grupos ao redor do mundo nos últimos 35 anos, para nos dar acesso a processos físicos que há poucas décadas eram considerados como instantâneos. O desenvolvimento de lasers de femtossegundos (1 fs = 10-15 s, ou, 1 milionésimo de 1 bilionésimo de segundo) associado à amplificação de pulsos "chirped”, elevou a intensidade dos lasers e nos permitiu observar como ocorrem reações químicas, ionizar gases por processos de tunelamento e gerar plasmas e emissão de raios x com características laser. Estes desenvolvimentos possibilitaram criar pulsos de attossegundos (1 as = 10-18 s, ou 1 milésimo de fs, ou 1 bilionésimo de 1 bilionésimo de segundo), que permitem estudar o movimento de elétrons dentro de átomos, moléculas e na matéria condensada, aumentando a nossa compreensão de fenômenos extremamente rápidos em tempos minúsculos. Nestas escalas temporais, podemos considerar que o universo atômico está parado, e apenas os elétrons se movem. Novos conhecimentos como esse e o avanço na tecnologia dos lasers podem levar a novas aplicações dentro de alguns anos, como a compreensão e o domínio da fotossíntese, como exemplificado pela Dra. Anne L’Hullier, ganhadora do Prêmio Nobel.A geração dos pulsos de attossegundos se inicia com a focalização de um pulso laser de alta intensidade em um gás nobre, gerando harmônicos da frequência do laser por um processo não-linear. Em 1987, L’Hullier observou a geração até o 33º harmônico de um laser de Nd. Atualmente, harmônicos superiores à centésima ordem são gerados com pulsos de femtossegundos; sob certas condições, alguns destes harmônicos já podem ter duração de attossegundos, porém a combinação dos harmônicos já permitiu a geração de pulsos mais curtos que 50 attossegundos.Nosso grupo de lasers no IPEN entrou a fundo na área de femtossegundos há mais de 20 anos, quando recebemos o apoio de um Projeto Temático da FAPESP (2000/15135-9), e cerca de 15 anos atrás estávamos gerando harmônicos como os que originam os pulsos de attossegundos – provavelmente geramos em nosso laboratório pulsos de attossegundos, porém não dispúnhamos de meios para medí-los. Continuamos trabalhando com pulsos de femtossegundos, mas agora estamos concentrando nossos esforços na aceleração de partículas por laser. Infelizmente, não creio que ninguém no Brasil tenha gerado (e medido) pulsos de attossegundos, apesar de termos tidos outros grupos que trabalharam com geração de harmônicos no Instituto de Física da USP de São Carlos, e na Universidade Federal de Pernambuco. Infelizmente houve uma estagnação desta atividade no Brasil, contrariamente ao que está ocorrendo no mundo desenvolvido, com a criação de grandes estruturas como a LaserNetUS e o ELI. Atuamos na área de aceleração de partículas por laser, que está sendo considerada como chave para aceleradores de elétrons que podem atingir energias de TeV. Assim, esta área deverá gerar outros prêmios Nobel num futuro próximo. -
- 05/10/2023 - Brasil e Argentina assinam acordo de cooperação em energia nuclearDocumento permitirá avançar na construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e na autossuficiência da produção de radioisótopos usados para fins medicinais
Documento permitirá avançar na construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e na autossuficiência da produção de radioisótopos usados para fins medicinais
Fonte: MCTI
Brasil e Argentina assinam nesta sexta-feira (06) um acordo de cooperação em energia nuclear, que permitirá ao Brasil avançar na construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). Com isso, o país poderá conquistar a autonomia na produção de radioisótopos, usados na fabricação de radiofármacos para tratamento do câncer e diagnóstico de imagens. Com investimentos de R$ 1 bilhão até 2026, o RMB será o mais importante centro de pesquisa brasileiro para aplicações da tecnologia nuclear em benefício da sociedade.
O acordo será assinado entre as comissões de energia nuclear dos dois países durante agenda oficial da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, na Argentina nesta sexta. A missão inclui visita ao reator argentino RA-10.
A Argentina é parceira estratégica do Brasil no desenvolvimento do RMB, e o acordo prevê a construção de nova planta de produção de radioisótopos, associada ao RMB.
"A Argentina tem competência reconhecida internacionalmente no desenvolvimento de plantas de produção de radioisótopos, e queremos contar com essa experiência na construção do nosso Reator Multipropósito Brasileiro”, afirmou a ministra Luciana Santos.
A cooperação nuclear faz parte da aliança estratégica entre Brasil e Argentina relançada pelo presidente Lula durante viagem ao país vizinho em janeiro.
Agenda
Além de visitar o reator argentino RA-10, localizado no Centro Atômico Ezeiza, a ministra participa da assinatura do Memorando de Entendimento entre a agência argentina I+D+i e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
A iniciativa busca promover o financiamento de projetos de pesquisa e desenvolvimento de interesse comum, o intercâmbio de melhores práticas, e o estabelecimento de atividades conjuntas de incentivo a maior colaboração entre organizações dos dois países em P&D&I.
Na visita, também será assinado o Memorando de Entendimento entre o MCTI e o Ministério da Economia da Argentina que cria a Rede Internacional de Biossegurança de Produtos Derivados da Biotecnologia Moderna. Essa rede conta com a participação dos Ministérios de Agricultura e Pecuária do Paraguai e do Uruguai e tem como objetivo estabelecer procedimentos que reduzam o custo, o tempo e permitam o estabelecimento de procedimentos comuns e harmonização de normas para a avaliação de biossegurança de produtos da biotecnologia moderna, como Organismos Geneticamente Modificados (OGM). No Brasil, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), unidade do MCTI, será responsável por implementar ações relacionadas a esse instrumento de cooperação.
A agenda oficial na Argentina inclui ainda a participação da ministra no encerramento do evento "Construindo Soberania com mais Ciência e Tecnologia”, no Centro Cultural da Ciência (C3), em Buenos Aires.
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- 04/10/2023 - Pesquisa sobre movimento de elétrons vence o Nobel de Física de 2023Entre os três cientistas laureados está a francesa Anne L’Huillier, a quinta mulher a receber o Nobel de Física em 122 anos de história do prêmio
Entre os três cientistas laureados está a francesa Anne L’Huillier, a quinta mulher a receber o Nobel de Física em 122 anos de história do prêmio
Fonte: Sociedade Brasileira de Física
A Física Quântica entrou em conflito com a Física Clássica devido a vários novos conceitos, incluindo a impossibilidade de determinar simultaneamente a posição e a velocidade de uma partícula, como um elétron, por exemplo. Apesar de a teoria indicar que determinar essas grandezas com precisão absoluta é impossível, pesquisas com novas tecnologias deixam a humanidade cada vez mais próxima do que ocorre no universo do muito, muito pequeno e, agora, do extremamente rápido.
É neste sentido a importância do Nobel de Física de 2023, anunciado pela Real Academia Sueca de Ciências na terça-feira (03/10), concedido à cientista francesa Anne L’Huillier, ao húngaro Ferenc Krausz e ao norte-americano Pierre Agostini, que dividirão um prêmio de cerca de US$ 1 milhão. Ao receber este prêmio, Anne se torna a quinta mulher a conquistar o Nobel na área de física ao longo de 122 anos de história.
Eles demonstraram uma maneira de criar pulsos de luz extremamente curtos que podem ser usados para medir os processos rápidos nos quais os elétrons se movem ou mudam de níveis de energia nos átomos. Existem aplicações potenciais em diversas áreas. Na eletrônica, por exemplo, é importante entender e controlar como os elétrons se comportam em um material. Pulsos de attossegundos também podem ser usados para identificar diferentes moléculas, como em diagnósticos médicos.
"Esse trabalho nos permitiu ver dentro de um átomo como o elétron se movimenta. Isso abre toda uma nova física para se explorar. Cada vez que a tecnologia vai avançando a gente abre uma nova escala de tempo. Isso nos permitiu verificar fenômenos de bilionésimo de bilionésimo de um segundo”, explica Ricardo Elgul Samad, pesquisador do Centro de Lasers e Aplicações do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN-CNEN/SP), especialista em lasers de pulsos ultracurtos.
Segundo Samad, desde a criação do laser em 1960, 13 prêmios Nobel em Física foram concedidos a pesquisadores que aprimoraram a sua tecnologia, enquanto outros três prêmios Nobel de Química também expandiram a aplicação da alta energia desses feixes. E o prêmio Nobel em Física deste ano tem relação com uma técnica inventada em 1985 de geração de pulsos de laser ultracurtos, chamados femtossegundos, que seria o milionésimo de um bilionésimo de um segundo. Essa descoberta recebeu o Nobel de Física de 2018, com as contribuições de Gérard Mourou e Donna Strickland.
Samad, especialista em experimentos com femtossegundos, esclarece que ao direcionar o laser para um gás nobre, como o argônio, isso resulta na geração de harmônicos, que são fótons com frequências cada vez mais elevadas e, consequentemente, maior energia. Esses experimentos foram realizados por Anne em 1987, quando ela transmitiu laser infravermelho através de um gás nobre, preparando o terreno para novos experimentos.
Em 2001, Pierre Agostini conseguiu produzir e investigar uma série de pulsos de luz consecutivos, em que cada pulso durou apenas 250 attossegundos. Ao mesmo tempo, Ferenc Krausz estava trabalhando com outro tipo de experimento, que tornava possível isolar um único pulso de luz que durava 650 attossegundos. As contribuições dos laureados permitiram a investigação de processos tão rápidos que antes eram impossíveis de serem acompanhados.
De acordo com o release de divulgação do prêmio, os experimentos dos laureados produziram pulsos de luz tão curtos que são medidos em attossegundos, demonstrando assim que esses pulsos podem ser usados para fornecer imagens dos processos eletrônicos dentro de átomos e moléculas. "Agora podemos abrir a porta para o mundo dos elétrons. A física dos attossegundos nos dá a oportunidade de entender mecanismos que são governados por elétrons. O próximo passo será utilizá-los”, diz Eva Olsson, presidente do Comitê Nobel de Física, em comunicado.
Segundo Samad, esse estudo permite não apenas acompanhar o movimento dos elétrons dentro do átomo ou de moléculas, mas também acompanhar suas mudanças de energia e de órbitas. Em seu laboratório, Samad acredita já ter alcançado pulsos de attossegundos, embora não possa afirmar por não ter equipamentos para medir esse feito. "Estamos acessando esses tempos extremamente curtos agora. Quando comecei a trabalhar nessa área, há 20 anos, pensávamos que femtossegundo já era muito curto”, lembra.
"Quando vamos para escalas de femtossegundos e attossegundos é como se tudo estivesse parado no Universo: o que se movem são os elétrons. Átomos, moléculas, todo o resto, está parado. E nós estamos, no meu laboratório, trabalhando para de alguma maneira para chegar perto desse regime”, diz ele, que está atualmente estudando o uso de pulsos de femtossegundos para acelerar elétrons e conseguir reduzir o tamanho dos aceleradores de partículas. Segundo ele, seria possível reduzir de 3 quilômetros para 20 centímetros o tamanho de um acelerador de elétrons.
Pulsos de attossegundos foram usados em uma colaboração internacional envolvendo Antonio Zelaquett Khoury, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), e outros grupos para estudar o emaranhamento quântico com luz estruturada, conforme o Destaque em Física "Estudo usa a luz para buscar explicações sobre o emaranhamento quântico”, publicado em junho no site da Sociedade Brasileira de Física (SBF). As medidas foram realizadas no laboratório do Prof. Thierry Ruchon do Laboratoire Interactions, Dynamiques et Lasers (LIDYL) – Université Paris Saclay (França), que foi originalmente montado pela laureada Profa. Anne L’Huillier.
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- 04/10/2023 - Projeto bilionário de Santa Quitéria recebe sinal verde de Comissão NuclearEmpreendimento mineroindustrial, que aguarda licenças do Ibama, prevê criar mais de 8 mil empregos no interior do Ceará
Empreendimento mineroindustrial, que aguarda licenças do Ibama, prevê criar mais de 8 mil empregos no interior do Ceará
Fonte: Diário do Nordeste
O projeto para a construção da jazida de fosfato e urânio em Santa Quitéria, no interior do Ceará, avançou duas etapas no mês de setembro e, com isso, se aproxima do início das obras. Além da renovação do memorando de entendimentos com o Governo do Estado, publicada no Diário Oficial no fim de setembro, o Consórcio obteve autorização da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) para a Instalação do complexo mineroindustrial.Com validade de cinco anos, esse aval chancela os requisitos de segurança e proteção radiológica da instalação.
O rito de licenciamento do Projeto Santa Quitéria com a Comissão ocorre em dois processos, o primeiro sendo este da instalação mineroindustrial; e o segundo acerca da instalação nuclear, que segue em andamento.
Licença do Ibama
Paralelamente, o empreendimento passa pelo licenciamento ambiental, conduzido pelo Ibama. O projeto está em fase de licenciamento prévio, com a realização de estudos complementares solicitados pelo Ibama.
Segundo o Consórcio, o memorando prevê investimentos do governo estadual para a qualificação da mão de obra local, melhoria de acessos rodoviários e infraestrutura para o fornecimento de energia e água.
Agronegócio
A indústria é considerada estratégica para o agronegócio brasileiro, pois deverá reduzir a dependência de importação de fertilizantes.
A previsão é que a produção anual seja de 1,05 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados e 220 mil toneladas de fosfato bicálcico, o que corresponde a 99,8% da produção prevista. Cerca de 2,3 mil toneladas de urânio em seu estado natural (sem enriquecimento) também serão produzidas anualmente, o que equivale a 0,2% do material a ser produzido.
O investimento previsto para o empreendimento, que empregará mais de 8 mil pessoas durantes as obras, e gerará mais de 2.800 empregos diretos e indiretos na fase de operação, é de R$ 2,3 bilhões.
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- 04/10/2023 - Brasil dá primeiros passos para a construção do Submarino com propulsão NuclearFonte: Defesa Aérea & Naval
Na manhã desta quarta-feira (04/10), a ICN e a Marinha do Brasil realizaram a Cerimônia do Corte da 1ª chapa da Seção de Qualificação do Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear Álvaro Alberto. O evento, que pode ser classificado como o marco decisivo do processo construtivo do futuro submarino movido à energia nuclear, contou com a presença de diversas autoridades da Marinha, como o Diretor Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico, Almirante de Esquadra Petrônio Augusto Siqueira de Aguiar, do Coordenador-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear, Vice-Almirante (EN) Sydney Santos Neves, dos Diretores da ICN, representados no palco pelo Diretor Presidente Renaud Poyet e também de Integrantes da força de trabalho da ICN e demais convidados.Após a execução do Hino Nacional, o Diretor Presidente da ICN Renaud Poyet compartilhou a alegria em participar desse momento simbólico para a ICN e para a Marinha: "Este marco é motivo de muito orgulho para mim e para todos os colaboradores da ICN. A construção da Seção de Qualificação antecede a construção da primeira seção que, efetivamente, poderá ser parte do casco resistente do submarino: Um passo que vai elevar a nossa tecnologia ao nível de países como a França, Estados Unidos, China, Inglaterra e Rússia. E a Marinha do Brasil, no comando deste moderno meio, terá todas as condições de proteger o vasto litoral brasileiro. Estou muito feliz em fazer parte deste dia junto a todos os responsáveis por atingir esta grande conquista”, ressaltou.Em seguida, o Almirante Petrônio também discursou sobre a importância desta cerimônia. Segundo ele, o corte da 1ª chapa do submarino à propulsão nuclear representa um grande avanço para o projeto como um todo. "Esta chapa fará parte de uma das cavernas que irá compor a Seção de Qualificação do Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear. Por conta da importância deste momento, é até difícil transmitir o seu significado em palavras. Mas o que eu posso dizer é que é uma satisfação saber que brasileiros da Marinha e da ICN, estão construindo submarinos com essa tecnologia de ponta”, comentou o Almirante Petrônio.Participaram da Cerimônia o Secretário Naval de Segurança Nuclear e Qualidade (ANSNQ), Almirante de Esquadra Flávio Augusto Viana Rocha, o Assessor-Chefe do Diretor-Geral, Almirante De Esquadra Alexandre Rabello de Faria, representantes da Amazul, Naval Group, Atech, Novonor, CBS, NUCLEP e COGESN.
Seção de Qualificação
O corte da primeira chapa representa o início da confecção da estrutura que compõe a chamada Seção de Qualificação, etapa responsável por garantir que engenheiros, técnicos e operários possam realizar suas atividades em fase de testes. Ela certifica que todos os processos atendem às especificações e possuem o nível de qualidade necessário para a homologação e autorização para o início da construção do casco do submarino.
As características desse modelo de submarino elevam a capacidade do Brasil de proteger e patrulhar as riquezas marítimas, contribuindo para a garantia e a proteção dos interesses nacionais.
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- 30/09/2023 - Medicina Nuclear: recusa de profissionais para transportar material radioativo gera debate na 67ª Conferência da AIEAFonte: Tania Malheiros Blog
A recusa de profissionais e demoras para garantir o transporte de materiais radioativos, como os usados em diagnósticos e tratamentos médicos de combate ao câncer, foram alguns dos temas discutidos na 67ª Conferência Geral da Agência Internacional de Energia atômica (AIEA), na sede da entidade, em Viena, na Áustria, de 25 a 29/9. O fato mundial, pouco conhecido da sociedade, pode gerar problemas graves como o adiamento e cancelamento de procedimentos por falta do material médico radioativo.O evento contou com a presença do diretor geral da AIEA, embaixador Rafael Mariano Grossi, considerada uma manifestação de apoio aos países que se unem para encontrar uma solução para o problema, esforço global promovido pela Austrália, segundo informações da Agência. "Produtores de radiofármacos (medicamento com material radioativo) ficam reféns”, comentou um técnico da Agência, reiterando que o problema afeta todo o mundo e que precisa de solução rápida para que materiais que demandam tanta complexidade não passem do prazo de validade por falta de transportadores, inclusive os aéreos.
Também foi pauta do evento realização demissão internacional de auditoria no país, como a Integrated Regulatory Review Service (IRRS),"durante as quais a AIEA manifestou a sua intenção de esclarecer os aspectos necessários para a execução de tal atividade no futuro, incluindo uma visita de seus oficiais ao Brasil, para apresentações relacionadas ao tema”, conforme divulgação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que participou do evento.
O chefe da delegação brasileira, embaixador Carlos Cozendey, afirmou que o Brasil está atento ao problema. "O Brasil está continuamente comprometido em manter altos padrões de segurança em todas as atividades do seu setor nuclear”.
Também participaram a diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear (DRS) da CNEN, representada pelo diretor, Alessandro Facure, e pelo servidor Ricardo Gutterres; os chefes do departamento de Salvaguardas da AIEA, Massimo Aparo; do departamento de cooperação técnica da IAEA, Hua Lin; e o da Divisão de Cooperação Técnica para a América Latina e o Caribe, Raul Ramire, além da diretora da Divisão de Segurança de Instalações Nucleares da AIEA, Anna Hajduk Bradford.
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- 28/09/2023 - DRS/CNEN participa de maneira ativa na 67ª Conferência Geral da AIEAFonte: CNEN
A Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN, representada por seu diretor, Alessandro Facure, e pelo servidor Ricardo Gutterres, participou de maneira intensa das várias agendas relacionadas a atividades regulatórias, na 67ª conferência Geral da AIEA.
Logo no início do evento, a DRS tomou parte em discussão sobre o esforço global amplo, promovido pela Austrália, a propósito da recusa e demoras, para garantir o transporte de materiais radioativos, como aqueles usados em diagnósticos e tratamentos médicos e de importância fundamental para a sociedade.
O evento contou com a presença do Diretor Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), embaixador Rafael Mariano Grossi, cuja participação representou uma manifestação de apoio àqueles países que se unem para encontrar uma solução para o problema.
Posteriormente, a DRS realizou várias reuniões com diretores e oficiais da AIEA. A primeira, com o diretor responsável pela Unidade de Controle de Fontes de Radiação da AIEA, Ronald Pacheco, para tratar da implementação de ferramentas computacionais oferecidas pela AIEA, que podem vir a aprimorar os processos de licenciamento e o controle de fontes radioativas no país.
Também foram iniciadas as discussões para a realização de uma missão internacional de auditoria no país, do tipo IRRS -—Integrated Regulatory Review Service, durante as quais a AIEA manifestou a sua intenção de esclarecer os aspectos necessários para a execução de tal atividade no futuro, incluindo uma visita de seus oficiais ao Brasil, para apresentações relacionadas ao tema.
Mais tarde, a DRS/CNEN, que é a autoridade nacional responsável por garantir o cumprimento dos acordos de salvaguardas, membros da Missão Permanente e demais representantes brasileiros, reuniram-se com o Chefe do Departamento de Salvaguardas da AIEA, Massimo Aparo.
Igualmente, junto com outros membros da delegação brasileira, a DRS/CNEN visitou o chefe do departamento de cooperação técnica da IAEA, Hua Lin. Em outro encontro, discutiu especificamente o estado de implementação dos projetos de cooperação técnica nacionais com o chefe da Divisão de Cooperação Técnica para a América Latina e o Caribe, Raul Ramirez.
A questão da extensão de vida de usinas nucleares brasileiras foi abordada em reunião bilateral da DRS/CNEN com a diretora da Divisão de Segurança de Instalações Nucleares da AIEA, Anna Hajduk Bradford.
Os representantes da DRS/CNEN também participaram das outras atividades promovidas na Conferência Geral pela CNEN, como os side events relacionados ao Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e ao CENTENA. Foram realizadas algumas reuniões bilaterais com reguladores de outros países, visando o estabelecimento de colaborações futuras.
Além disso, a DRS representou o Brasil em várias reuniões envolvendo o FORO Iberoamericano de Organismos Reguladores Nucleares e Radiológicos, seja realizando apresentações sobre os seus projetos como em encontros com diretores da AIEA, para tratar de assuntos de interesse da associação.
Como destacado pelo chefe da delegação brasileira, embaixador Carlos Cozendey, em sua fala na 67ª conferência Geral da AIEA, "O Brasil está continuamente comprometido em manter altos padrões de segurança em todas as atividades do seu setor nuclear”. "A participação da DRS/CNEN nesta Conferência Geral refletiu esse espírito”, afirmou Facure.
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- 28/09/2023 - Nota de pesar - Shigueo WatanabeFonte: CNEN
Shigueo Watanabe é um renomado físico brasileiro que deu contribuições significativas para o avanço da ciência nuclear no Brasil. Sua carreira notável e dedicada à pesquisa e ao ensino influenciou profundamente a comunidade científica brasileira e deixou um legado duradouro no campo da física nuclear.
Uma das contribuições mais destacadas de Shigueo Watanabe foi sua pesquisa pioneira no desenvolvimento de detectores de partículas nucleares. Ele trabalhou incansavelmente na construção e aprimoramento de detectores de partículas, tornando-se uma figura-chave na física experimental de alta energia no Brasil. Seu trabalho nesse campo contribuiu significativamente para a compreensão das interações nucleares e da estrutura dos núcleos atômicos.
Seu trabalho sobre como o próton e o nêutron interagem formando o dêuteron, apresentando um potencial diferente dos potenciais individuais, teve grande destaque no meio científico. O potencial proposto para o dêuteron recebeu o nome de Potencial de Watanabe.
Além disso, Watanabe desempenhou um papel fundamental na formação de jovens cientistas brasileiros, atuando como orientador de várias gerações de estudantes de pós-graduação. Sua dedicação ao ensino e à orientação de pesquisadores em início de carreira ajudou a fortalecer a base científica do Brasil, no campo da física nuclear.
Outra área de destaque nas contribuições de Watanabe foi sua participação ativa na organização de conferências e eventos científicos, promovendo o intercâmbio de conhecimentos e o fortalecimento da colaboração entre cientistas brasileiros e estrangeiros na área da física nuclear.
Membro titular e ex-diretor executivo da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, organizou uma Olimpíada Paulista de Física (em paralelo à de matemática, que ele já organizava) entre 1985 e 87, mas, por falta de apoio, essa experiência não foi continuada.
Watanabe sempre mostrou preocupação em garantir que estudantes de baixa renda pudessem desenvolver seus estudos sem precisar trabalhar. Essa preocupação se transformou em um programa de bolsas de estudo para estudantes carentes que conquistassem medalhas de ouro nas olimpíadas de matemática do Estado de São Paulo, organizadas durante sua gestão como diretor-executivo da ACIESP.
Por meio de suas pesquisas, seu compromisso com o ensino e seu papel como facilitador da cooperação científica, Shigueo Watanabe deixou uma marca indelével na ciência nuclear brasileira. Sua dedicação e paixão pelo campo inspiraram e continuam a inspirar gerações de cientistas brasileiros a contribuir para o avanço da física nuclear e da ciência em geral no Brasil. Suas realizações são um testemunho do potencial científico do país e de sua capacidade de produzir pesquisadores de destaque internacional.
Por sua contribuição à ciência nuclear brasileira e às pesquisas no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), foi outorgado Pesquisador Emérito, em 2005, em cerimônia que contou com a presença do então ministro de C&T, Sérgio Rezende. Na ocasião, professor Shigueo plantou mudas de cerejeiras que florescem anualmente em agosto. Em 2022, foi homenageado com a criação do Prêmio Shigueo Watanabe de Melhor Tese IPEN.
Nascido em 1924, na cidade de Araçatuba, interior paulista, Shigueo Watanabe, o primeiro nikkei do Departamento de Física da então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, morreu nesta terça-feira, 26 de setembro.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) expressa seu profundo pesar e solidariedade. Sua partida representa uma lacuna irremediável na comunidade científica e na pesquisa nuclear brasileira. Agradecemos imensamente pela cooperação, dedicação e contribuições ao IPEN, à CNEN e ao Programa Nuclear Brasileiro.
Francisco Rondinelli Júnior
Presidente da CNEN -
- 27/09/2023 - Maior siderúrgica dos EUA investe em fusão nuclearFonte: BRAZIL Journal
Giuliano Guandalini
A Nucor, a maior siderúrgica dos EUA, acaba de investir na Helion Energy, uma startup de fusão nuclear, fazendo uma aposta em que num futuro não muito distante a produção de aço será feita com energia limpa e infinita.
Pelo acordo, o primeiro do tipo envolvendo uma fabricante de aço, a Nucor está colocando US$ 35 milhões na startup para acelerar o desenvolvimento de uma usina com potência de 500 megawatts – o suficiente para abastecer uma cidade de 500 mil habitantes.
O reator que vai abastecer a Nucor deve entrar em operação até 2030.
A Helion tem entre seus apoiadores o CEO da OpenAI, Sam Altman.
Em maio, a Helion – que ainda precisa demonstrar que consegue de fato produzir eletricidade a partir da fusão nuclear – já havia fechado um contrato com a Microsoft, prevendo a primeira entrega de energia em 2028. A potência inicial do reator será de 50 megawatts.
As siderúrgicas são enormes consumidoras de eletricidade e encontram dificuldade para reduzir o impacto de suas emissões por causa da oferta ainda restrita de alternativas, como a energia solar e eólica.
"Não queremos ficar sentados, esperando,” Leon Topalian, o CEO da Nucor, disse ao The Wall Street Journal.
A Helion vem alcançando avanços em seus protótipos. Em junho, anunciou ter sido a primeira empresa privada a superar os 100 milhões de graus Celsius em um de seus geradores experimentais.
Para a fusão, a temperatura do plasma precisa se manter acima dos 150 milhões de graus Celsius. É isso que a empresa espera alcançar com o seu sétimo protótipo, o Polaris, que está em fase de construção.
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- 26/09/2023 - Webinário apresenta projetos de nanotecnologia no setor energético desenvolvidos por Brasil e ArgentinaEvento será transmitido ao vivo no canal do MCTI no YouTube. Conheça 3 instituições nacionais com iniciativas na área.
Evento será transmitido ao vivo no canal do MCTI no YouTube. Conheça 3 instituições nacionais com iniciativas na área.
Fonte: MCTI
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) promove nesta terça-feira (26), a partir das 14h, o 3º Webinário 2023 do Centro Brasileiro-Argentino de Nanotecnologia (CBAN). Com foco em iniciativas na área de Energia, o evento virtual é feito em parceria com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação da Argentina e será transmitido ao vivo pelo canal do MCTI no YouTube.
Esse é o terceiro de um total de quatro webinários previstos para este ano. O seminário virtual reúne pesquisadores brasileiros e argentinos que apresentam as principais linhas de pesquisa, infraestrutura, desafios e oportunidades de colaboração em nanotecnologia. Confira a íntegra da programação no link.
Conheça 3 instituições e redes de pesquisa brasileiras que participam do evento:
INCT NanoVida
Tendo como proposta o estudo e desenvolvimento de nanomateriais nas áreas de energia, meio ambiente e diagnóstico, o INCT NanoVida iniciou em janeiro de 2023 e conta com 28 pesquisadores de 14 instituições em 8 Estados.
O pesquisador Aldo Zarbin, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), explica que, no setor de energia, o INCT trabalha no desenvolvimento de baterias, células solares e fotovoltaicas e catalisadores para processos de geração de hidrogênio. Ele afirma que os nanomateriais possuem grande potencial para uso no setor de energia, sendo necessário garantir o funcionamento correto e a segurança das soluções.
"De uma forma geral, o maior desafio é preparar nanomateriais que possam dar uma resposta positiva, mas que também possam ser incorporados aos dispositivos com estabilidade e segurança, e que possam ser preparados em escala visando aplicação real. Por exemplo, no caso de baterias, o aumento de capacidade está diretamente relacionado aos materiais empregados como eletrodos, onde a nanotecnologia tem um papel fundamental”, afirma.
Instituto Nacional de Tecnologia (INT)
O INT é uma unidade de pesquisa do MCTI que, há mais de 100 anos, atua no desenvolvimento de tecnologia industrial, pesquisa, e inovação na área de materiais e catálise. Em 2001, a instituição começou a estruturar projetos de nanotecnologia até a consolidação, em 2010, do CENANO (Centro de Caracterização em Nanotecnologia para Materiais e Catálise), laboratório estratégico com projetos voltados a saúde, meio ambiente e energia (tradicionais e renováveis).
A coordenadora do INT-CENANO, Fabiana Magalhães, aponta que, entre os principais desafios do Brasil em nanotecnologia, está aproximar indústrias e institutos de pesquisa e superar lacunas para gerar tecnologias que cheguem à sociedade.
"Os programas vigentes no INT definem dois caminhos de atuação, um empurrado pela oferta instalada no instituto, que transfere o conhecimento e competências para o mercado, e outro puxado pela demanda, que se utiliza do conhecimento e da competência instalada para apoiar startups e empresas já constituídas no mercado nos seus esforços inovadores”, pontua.
CTNano/UFMG
Sediado em Belo Horizonte, o CTNano, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem entre seus principais projetos o desenvolvimento de materiais para armazenamento de energia, como baterias, supercapacitores e supercapacitores híbridos.
São 4 pesquisadores que realizam estudos na área. Somados, eles contam com mais de 60 artigos publicados em revistas internacionais e 5 patentes ou pedidos de patentes depositados no Brasil, Europa e Estados Unidos.
De acordo com o pesquisador da instituição, Rodrigo Lavall, o país tem projetos de qualidade sendo desenvolvidos nas universidades e institutos de pesquisa, mas ainda há um distanciamento entre o conhecimento e as necessidades da indústria.
"As empresas devem incorporar mais mestres e doutores no seu setor produtivo, a exemplo do que fazem grandes corporações, com a criação de setores de P&D para que esses profissionais possam contribuir para a inovação. Do outro lado, as universidades e institutos de pesquisa podem investir no escalonamento de algumas tecnologias com potencial para geração de inovação”, sugere.
Sobre o CBAN
O CBAN é um centro virtual instituído por meio da assinatura de parceria entre Brasil e Argentina em 2005. Em 2022, foi lançada, em parceria entre o MCTI e o CNPq, a primeira Chamada Pública no âmbito do CBAN com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação na área de nanotecnologia.
Saiba mais sobre o CBAN no site:https://www.cbpf.br/~cban/index.html.
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- 26/09/2023 - Brasil é destaque na 67ª Conferência da AIEA com projetos de inovação tecnológica e uso responsável da energia nuclearFonte: CNEN
Brasil mais uma vez ratifica seu compromisso com a inovação tecnológica e o uso responsável da energia nuclear ocupando um papel de destaque na 67ª Conferência da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O evento, que reúne especialistas e líderes globais na área nuclear, teve início nesta segunda-feira, 25, em Viena (Áustria) com mais de 2,8 mil participantes, sendo 2.575 representantes dos Estados-Membros.
A AIEA é conhecida por seu papel fundamental na promoção do uso seguro e pacífico da energia nuclear em todo o mundo. A conferência anual da AIEA é um ponto de encontro para discutir avanços tecnológicos, desafios globais e oportunidades de cooperação no campo nuclear, e também para considerar e aprovar o orçamento da Agência e decidir sobre outras questões levantadas pelo Conselho de Governadores, pelo Diretor-Geral e pelos Estados-Membros.
Um dos principais destaques da delegação brasileira, que conta com a participação do secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luis Fernandes, é a apresentação de projetos de inovação incorporando tecnologias de ponta para minimizar o impacto ambiental e maximizar o aproveitamento da energia nuclear, em consonância com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), à qual a AIEA está vinculada.
Além disso, o Brasil está compartilhando sua experiência e conhecimento em segurança nuclear, enfatizando a importância da cooperação internacional para garantir que a energia nuclear seja usada de maneira segura e responsável em todo o mundo.
Representando o MCTI, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) assumiu, este ano, a coordenação do Brasil na exposição da Conferência Geral, que começou nesta terça-feira, 26, e é uma espécie de "vitrine” para cada país. O estande brasileiro apresenta ao público as principais inovações de responsabilidade da CNEN, com destaque para dois projetos estruturantes, o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e o Centro Tecnológico Nuclear e Ambiental (CENTENA).
Luis Fernandes, do MCTI, e Francisco Rondinelli Júnior e Wilson Calvo, respectivamente presidente e diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN, receberam o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, na inauguração do estande do Brasil. Também presentes na recepção a Grossi o embaixador e Chefe da Delegação Brasileira, Carlos Márcio Cozendey, a embaixadora Cláudia Viera Santos e o ministro Ricardo Maschietto Ayrosa, ambos da Missão Brasileira em Viena.
O desenvolvimento da área nuclear no Brasil, bem como os acordos regionais foram pontuados por Grossi, na visita ao estande. Ele destacou a colaboração Brasil e Argentina, a qual ele vê"com carinho”. Também ressaltou a importância do número de empresas envolvidas com a área nuclear no Brasil e a estreita cooperação entre elas, favorecida, em grande parte, pela CNEN.
Na visita, Rondinelli entregou um cheque simbólico de 50 mil euros referente à contribuição complementar para o projeto de cooperação ReNuAl (do inglês Renovation of the Nuclear Applications Laboratories, ou Renovação dos Laboratórios de Aplicações Nucleares, em tradução livre) de Seibersdorf, da AIEA, na Áustria.
Uma das finalidades é prestar assistência técnica aos Estados-Membros nas áreas da alimentação e da agricultura, da saúde humana, do ambiente e do desenvolvimento e utilização de instrumentos científicos nucleares. São essenciais para o apoio da Agência aos Estados-Membros na utilização de tecnologias nucleares pacíficas para alcançar os ODS. Reconhecendo a importância dos laboratórios de Seibersdorf, em setembro de 2020 Rafael Grossi anunciou a intenção de concluir sua a modernização.
Cinquenta e um Estados-Membros e vários doadores não-tradicionais fizeram contribuições extraorçamentárias, totalizando mais de 63 milhões de euros para a modernização dos laboratórios.
Projetos estruturantes
O RMB é um marco significativo no cenário científico e tecnológico do Brasil. Este projeto de grande envergadura representa um avanço notável na área nuclear, concebido para desempenhar múltiplos papéis, desde a produção de radioisótopos para uso médico e industrial até a pesquisa científica e o treinamento de profissionais na área nuclear.
"O RMB reflete o compromisso do Brasil em utilizar a energia nuclear de maneira responsável e benéfica para a sociedade, oferecendo uma plataforma versátil que contribuirá significativamente para o avanço da ciência, medicina e tecnologia no país e na região”, afirmou Wilson Calvo, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN
O projeto CENTENA tem como objetivo projetar, construir e comissionar a primeira instalação de tecnologia nuclear e ambiental para a eliminação de rejeitos radioativos de baixo nível na América do Sul. A CNEN é responsável pela regulamentação e fiscalização das atividades nucleares no Brasil, incluindo a gestão segura de rejeitos nucleares. O CENTENA é um núcleo de segurança e sustentabilidade para o Brasil.
Casos de sucesso
As diretrizes da CNEN para a inovação tecnológica compreendem três áreas: tecnologias nucleares” (reatores, instrumentação e materiais, ciclo do combustível etc.); aplicações das radiações ionizantes na saúde, indústria, agricultura e meio ambiente; e radioproteção e dosimetria. Em todas, a CNEN atua com excelência, e sua expertise está demonstrada em três casos de sucesso apresentados no Side Event de Inovação da Conferência: os projetos GraNioTer, Unidade Móvel e Aplicações de Radiotraçadores na Indústria de Petróleo e Gás.
O Caso 1 – projeto "Produção de Grafeno a partir da esfoliação química do grafite natural e aplicações (MGgrafeno)”, tem o propósito de desenvolver uma rota de produção de grafeno a partir do grafite natural, estabelecer e operar uma planta piloto, a partir de um acordo técnico firmado entre o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMGE).
Na esteira dos estudos de materiais avançados e minerais estratégicos, o CDTN lidera também o projeto Granioter, que tem o propósito de se estabelecer como um HUB tecnológico nacional para promover a Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação baseadas em grafeno, nióbio, terras raras, dentre outros materiais e minerais com demanda global em crescimento.
Segundo Wilson Calvo, as indústrias nucleares e de energia podem obter vantagem do desenvolvimento de aplicações potenciais de nanomateriais de grafeno, além de nióbio e terras raras. O projeto resultou na proteção de dez ativos de propriedade intelectual: três softwares, três segredos de know-how, três pedidos de patentes e um desenho industrial.
O Caso 2: Projeto Técnica de radiotraçadores em plataformas offshore de petróleo e gás e plantas de processamento, é liderado pelo Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN), em colaboração com a Empresa Brasileira de Petróleo (PETROBRAS) e uma pequena empresa spin-off de base tecnológica (ATOMUM). Tem como objetivo de desenvolver um protótipo e métodos para medir o fluxo de petróleo e gás em dutos.
As grandes vantagens das técnicas de radiotraçador são a possibilidade de realizar intervenções em tempo real, sem influenciar o funcionamento normal de uma instalação. Além disso, a utilização de baixas concentrações do radiotraçador, devido à alta sensibilidade de detecção do sistema, não apresenta risco radiológico aos trabalhadores nem causa danos ou contaminação aos equipamentos e ao meio ambiente.
Caso 3 – O projeto Unidade Móvel com Acelerador de Feixe de Elétrons é liderado pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), em parceria com a TRUCVAN e apoio da AIEA. Em 2019, conquistou o prêmio Internacional Atomexpo, em Sochi, na Rússia, pelo caráter inovador e de contribuição ao meio ambiente.
Desenvolvida com o objetivo de ampliar a capacidade nacional de tratar efluentes industriais utilizando aceleradores de feixe de elétrons, a instalação itinerante visa melhorar a qualidade dá água nas áreas urbanas, um dos principais desafios que as sociedades enfrentam neste século.
"Desafios globais"
Durante a conferência, os representantes brasileiros estão participando ativamente de painéis de discussão, apresentando pesquisas e colaborando com outros países para enfrentar os desafios globais relacionados à energia nuclear, como a gestão de resíduos nucleares e a não proliferação de armas nucleares.
A presença marcante do Brasil na 67ª Conferência da AIEA demonstra o compromisso do país em promover a inovação e a excelência no setor nuclear. O Brasil reafirma seu papel como um ator global na área nuclear e seu compromisso com o uso pacífico da energia nuclear para benefício da humanidade.
A CNEN também integrou a mesa do Side Event sobre a recém-criada Rede Regional de Reatores de Pesquisa na América Latina e Caribe (RIALC, da sigal em espanhol)
"Átomos para a Paz e o Desenvolvimento”
Na abertura, o diretor-geral Rafael Mariano Grossi deu as boas-vindas à Gâmbia e a Cabo Verde como novos Estados-Membros da AIEA desde a última Conferência Geral – agora, são 177 Estados- Membros. Em seu segundo mandato, Grossi mencionou a pandemia e a guerra entre Rússia e Ucrânia como "acontecimentos trágicos por si só”, mas que também "tornam mais difícil – e urgente – enfrentar a calamidade cada vez mais presente das alterações climáticas e os desafios muito graves da pobreza, da doença, da fome e da alimentação, da água e da energia”.
O diretor-geral da AIEA também salientou consistência e transparências nas ações, e afirmou que "a energia nuclear é mais segura do que nunca e é mais segura do que quase qualquer outra fonte de energia”. Segundo ele, isso se deve em grande parte ao compromisso da área e ao papel da AIEA. "Setenta anos depois do famoso discurso que ajudou a fundar a AIEA, o sonho de ‘Átomos para a Paz’, agora Átomos para a Paz e o Desenvolvimento, continua vivo. Tornar isso realidade depende de todos nós”, concluiu.
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- 25/09/2023 - Estudo ajuda a entender como a radiação ionizante danifica o DNATrabalho focou no dano indireto à molécula causado por espécies químicas oxidantes, como o radical hidroxila
Trabalho focou no dano indireto à molécula causado por espécies químicas oxidantes, como o radical hidroxila
Fonte: Agência FAPESP
A radiação ionizante (como, por exemplo, os raios X) em altas doses pode danificar o DNA presente no núcleo celular – algo que pode tanto levar ao desenvolvimento de câncer em humanos como ser explorado para matar células cancerígenas. Esse dano ao DNA se dá por meio de dois mecanismos: um direto, em que a partícula ionizante impacta fisicamente a molécula, e outro indireto, em que espécies químicas produzidas pela radiólise da água (quebra das ligações de hidrogênio entre moléculas de H2O) atacam os ácidos nucleicos.
Em trabalho publicado no International Journal of Molecular Sciences, pesquisadores brasileiros investigaram esse segundo mecanismo. O objetivo foi entender como um tipo de radical livre – chamado radical hidroxila (OH) – afeta o nucleotídeo guanina, causando a dissociação dessa molécula.
A guanina (G) é uma das bases nitrogenadas que formam os nucleotídeos constituintes das moléculas de DNA e RNA, assim como a adenina (A), a citosina (C) e a timina (T).
Para estudar esse mecanismo, o grupo recorreu ao método da Teoria Funcional da Densidade Dependente do Tempo – que é parte da mecânica quântica e permite descrever propriedades eletrônicas na física do estado sólido, química quântica, ciência dos materiais, bioquímica, biologia, nanossistemas e sistemas em escala atômica.
Os pesquisadores concluíram que a abstração de hidrogênio foi exitosa em ataques a diferentes átomos de oxigênio, dissociando o DNA em três fragmentos principais: o grupo fosfato, o açúcar desoxirribose e a base nitrogenada. Segundo os autores, os cálculos descritos no artigo podem ser uma referência para ajustar campos de força reativos para que estruturas mais complexas de DNA possam ser estudadas usando dinâmica molecular clássica, incluindo danos diretos e indiretos ao DNA.
O trabalho envolveu pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais(CDMF) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – e do Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (IFGW-Unicamp). Recebeu financiamento da FAPESP por meio de três projetos (18/15316-7,20/08647-7e15/21873-8).
O artigo A TD-DFT-Based Study on the Attack of the OH· Radical on a Guanine Nucleotidepode ser lido em: www.mdpi.com/1422-0067/23/17/10007.
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- 25/09/2023 - El argentino Rafael Grossi fue reelegido como director general de la agencia nuclear de la ONULa conferencia general de los 176 miembros confirmó mediante una votación el nombramiento del experimentado diplomático para un segundo mandato hasta fines de 2027. La Junta de Goberndores ya lo había designado previamente por aclamación
La conferencia general de los 176 miembros confirmó mediante una votación el nombramiento del experimentado diplomático para un segundo mandato hasta fines de 2027. La Junta de Goberndores ya lo había designado previamente por aclamación
Fonte: Infobae
El argentino Rafael Mariano Grossi fuere elegido este lunes como director general del Organismo Internacional de Energía Atómica(OIEA), la agencia nuclear de la ONU, para un segundo mandato de cuatro años.
Así lo informó este lunes Vilawan Mangklatanakul, presidenta de la conferencia general del OIEA que se celebra esta semana en la sede del organismo en Viena.
"Hay algo que quiero decir hoy, enfrente de todos ustedes:hoy mi sentido del deber, mi sentido de responsabilidad, moral, ética y profesionalidad es aún más fuerte que hace cuatro años”, dijo Grossi.
"Lo harécon la misma emoción, entusiasmo y pasión”, agregó el director general tras el anuncio de la presidenta, quien se congratuló de "ser la primera” en darle la enhorabuena.
La conferencia general -el plenario que anualmente reúne a los representantes de los 176 países miembros del OIEA- confirmó mediante votación el nombramiento de Grossi por unsegundo mandato, de acuerdo con la designación que ya había hecho en marzo la Junta de Gobernadores, el órgano ejecutivo del organismo, integrado por 35 naciones.
De 62 años, el diplomático argentino nacido en Buenos Aires,fue el único candidato que se presentó entonces al cargo ante la Junta, que a su vez lo designó por aclamación.
El primer mandato lo asumió a finales de 2019 tras la muerte de su antecesor, el japonés Yukiya Amano. Su segundo mandato comenzará el 3 de diciembre próximo y terminará el 2 de diciembre de 2027.
La gestión de Grossi al frente del OIEA ha estadomarcada hasta ahora por el conflicto en torno al programa nuclear de Irán, cuya verificación y supervisión está en manos de la agencia que dirige, y además porla guerra en Ucrania, donde laplanta nuclear de Zaporizhzhiaestá bajo ocupación rusa desde marzo de 2022.
Para reducir los riesgos de un accidente nuclear en la zona de guerra, el director general del OIEA trata desde el año pasado de negociar con las partes enfrentadas la creación de una zona de seguridad y protección en torno a la central atómica, la más grande de Europa, con sus seis reactores.
Una carrera dedicada al sector nuclear
Grossi asumió en 2019 el primer mandato como director general del OIEA -la agencia del sistema de Naciones Unidas encargada de velar por el uso pacífico de la tecnología atómica-, convirtiéndose en elprimer latinoamericano que dirige el organismo internacionalcon sede en Viena.
Previamente fue embajador de su país ante Austria, Eslovenia y Eslovaquia, así como ante los organismos internacionales con sede en la capital austríaca, entre ellos el propio OIEA, a cuya dirección general llegó ya con una carrera en gran parte vinculada al mundo de la energía nuclear.
Entre 2009 y 2013 fue director adjunto para Asuntos Políticos y jefe de Gabinete de su predecesor en la dirección general del OIEA, el japonésYukiya Amano, fallecido en julio de 2019.
Nacido en 1961 en Buenos Aires, Grossi se tituló enCiencias Políticaspor la Universidad Católica de Argentina y realizó sus estudios diplomáticos en el Instituto del Servicio Exterior de la Nación.
Tiene además una maestría en Relaciones Internacionales y undoctorado en Historia y Política Internacionalpor la Universidad de Ginebra (Suiza).
Grossi trabajó en laDirección de Asuntos Nucleares de la Cancillería de Argentinay ha representado a su país en numerosos foros internacionales de asuntos deseguridad, desarme y no proliferación nuclear.
En 2002 fue nombradojefe de Gabinete de la Organización para la Prohibición de las Armas Químicas(OPAQ), con sede en La Haya.
En 2015 presidió la Conferencia Diplomática sobre la Convención de Seguridad Nuclear, convocada para revisar cuestiones de seguridad atómica tras el accidente en la central nuclear de Fukushima (2011).
De 62 años, Grossi es padre de ocho hijos, y habla inglés, francés, italiano y alemán.
(Con información de EFE)
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- 21/09/2023 - Mudança do Clima é tema de debate da Inteligência em evento em São PauloABIN promove encontro do Sistema Brasileiro de Inteligência com a presença do ministro substituto do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima
ABIN promove encontro do Sistema Brasileiro de Inteligência com a presença do ministro substituto do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima
Fonte: ABIN
Com temática inédita, a reunião regional do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) no Sudeste refletiu o novo enfoque dado pela Inteligência brasileira ao trabalho sobre mudança do clima. A Inteligência de Estado, segundo o diretor-geral da ABIN, Luiz Fernando Corrêa, tem um papel fundamental ao fornecer cenários estratégicos para guiar políticas públicas.O encontro, com o tema "Inteligência, meio ambiente e mudanças climática: transição energética – desafios e oportunidades para o país”, reuniu autoridades do Governo Federal, membros do Sisbin do Estado de São Paulo, e alguns dos principais especialistas em mudanças climáticas do país nesta quinta-feira – 21 de setembro – em São Paulo/SP.
De acordo com o ministro substituto do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, a participação da ABIN é fundamental para que a sociedade brasileira possa compreender as mudanças climáticas, diante da incerteza dos cenários. "Quando nós dizíamos que as mudanças climáticas seriam uma ameaça, isso já é coisa do passado. Elas já são uma ameaça, já são uma realidade”, declarou.
O ministro substituto afirmou que um plano de recuperação florestal será anunciado em breve pelo governo e comentou ainda sobre créditos de carbono no país. "Enquanto outros países não atingem a neutralidade na emissão de carbono, o Brasil pode gerar renda vendendo créditos de carbono, mas isso tem prazo de duração”, afirmou.
Para o diretor-geral da ABIN, a Inteligência é ferramenta essencial na segurança ambiental e na garantia da soberania nacional. "A destruição de áreas florestais, as mudanças climáticas e os desastres naturais representam desafios para a Inteligência de Estado. Esses são pontos de preocupação com crescente importância para a defesa e segurança de uma nação, por isso a salvaguarda de nossos recursos naturais é de interesse da Inteligência”, disse.
Corrêa também ressaltou a participação das três esferas de governo no evento, algo que, segundo ele, é essencial na nova configuração do Sisbin. "É fundamental a participação de todos os entes federados no Sisbin. A ABIN, em um regime democrático, não é o chefe do sistema, mas um facilitador”.
O professor do Instituto de Física da USP e vice-presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, Paulo Artaxo, um dos palestrantes, ressaltou que a área ambiental já é tema de estudos da Inteligência de outros países. "Nos Estados Unidos já há diversos estudos sobre mudanças climáticas como ameaças à segurança nacional. Fico feliz que a ABIN esteja trabalhando com essa perspectiva”, disse.
Participaram ainda do evento o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Antonio Julio Junqueira de Queiroz, o secretário de Mudanças Climáticas da Prefeitura de São Paulo, Gilberto Natalini, entre outras autoridades. Pela ABIN, participaram diretores de departamento e os superintendentes estaduais de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
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- 20/09/2023 - Nova diretoria da ACIESP toma posseEm cerimônia na FAPESP, também foram empossados os novos membros titulares e afiliados da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, além dos integrantes do Conselho Diretor para o próximo triênio
Em cerimônia na FAPESP, também foram empossados os novos membros titulares e afiliados da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, além dos integrantes do Conselho Diretor para o próximo triênio
Fonte: Agência FAPESP
Maria Fernanda ZieglerEm cerimônia realizada no auditório da FAPESP na última quinta-feira (14/09), o professor da Universidade de São Paulo (USP) Adriano D. Andricopulo tomou posse como presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp) para o triênio 2023-2026, tendo como vice a bióloga Marie-Anne van Sluys, também da USP. Josué de Moraes, da Universidade Guarulhos (UNG), tornou-se o novo diretor-executivo da entidade e Norberto Peporine Lopes, da USP, assumiu como diretor financeiro.Também foram eleitos os membros do Conselho Diretor para o próximo triênio: Maria Lúcia Carneiro Vieira (Ciências Agrárias), Carlos Alfredo Joly (Ciências Biológicas), Isolda Costa (Ciências da Engenharia), Maria de Fátima Andrade (Ciências da Terra), Renato Janine Ribeiro (Ciências Humanas e Sociais), Flavio Ulhoa Coelho (Ciências Matemáticas), Hernan Chaimovich (Ciências Químicas), Paulo Artaxo (Ciências Físicas) e Vanderlan S. Bolzani (ex-presidente da Aciesp).Os suplentes eleitos são: Carlos F. O. Graeff (Ciências Físicas) e Ana Maria Fonseca de Almeida (Ciências Humanas e Sociais). Tomaram posse ainda os novos membros titulares e afiliados da academia. Com isso, a Aciesp fica com 274 membros titulares e 16 membros afiliados (grupo que inclui pesquisadores com menos de 40 anos)."Queremos nos estabelecer como um centro de pensamento sobre o Estado de São Paulo, com estudos aprofundados em busca de soluções tecnológicas, inovadoras e de propostas de políticas públicas para questões estratégicas da sociedade paulista, como educação, saúde, meio ambiente, energia, diversidade, igualdade de gênero, cidades sustentáveis, segurança alimentar, entre outros temas que levem a um futuro sustentável e socialmente justo. É um momento de reconhecimento da excelência da ciência paulista. A Aciesp se reestruturou. Temos de reconhecer que muito foi feito, mas há ainda muito a se fazer", disse Andricopulo no discurso de posse.O novo presidente da Aciesp foi vice de Bolzani na gestão anterior, quando foi aprovado o novo estatuto da Aciesp. Em seu discurso, ele ressaltou que a reestruturação ocorrida na entidade permitirá avançar em procedimentos administrativos, operacionais, financeiros, bem como no desenvolvimento de atividades mais amplas, como o estabelecimento de convênios e parcerias.No ano passado, a entidade firmou uma parceria com a FAPESP para a elaboração do livro FAPESP 60 Anos: A ciência no desenvolvimento nacional. Para a obra comemorativa, a Aciesp reuniu pesquisadores seniores do Brasil e do exterior, além de jovens cientistas vinculados a instituições paulistas, para uma análise crítica do estado da arte da ciência em São Paulo e no Brasil. Outro objetivo da obra foi examinar as grandes oportunidades de pesquisa nos próximos anos. Os temas analisados foram debatidos em sete webinários realizados no decorrer de 2022."Hoje é uma festa para a ciência paulista e a ciência paulista está em festa há um bom tempo, pois tem destaque grande no que diz respeito à ciência, tecnologia e inovação [CT&I]. Somos responsáveis por quase 40% da produção de CT&I no país. Recentemente, comemoramos o resultado do ranking QS das melhores universidades da América Latina e do Caribe [QS University Ranking Latin America & The Caribbean], no qual as três universidades paulistas e a UFRJ [Universidade Federal do Rio de Janeiro] aparecem entre as dez melhores. Esse resultado é compreensível, pois é fruto de gestão, trabalho, educação, mas também de uma política do povo do Estado de São Paulo, que há 30 anos possibilita a essas universidades receber recursos previsíveis e permanentes do tesouro do Estado. O mesmo acontece com a FAPESP. Esse é o modelo que precisa ser adotado em outros lugares. Dinheiro não é tudo, mas sem dinheiro não se faz ciência", sublinhou Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, durante a cerimônia.Zago também destacou os avanços da Aciesp no último triênio, quando ocorreu a reestruturação da entidade.Ao passar o cargo de presidente para Andricopulo, Vanderlan Bolzani falou sobre a importância política da Aciesp. "Nesses quatro anos como presidente aprendi que o cargo exige determinação, habilidade, entusiasmo e, sobretudo, o exercício da política. Só assim é possível destacar uma academia frente a diferentes grupos e a sociedade", disse.Coube à presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Helena Nader, ressaltar os problemas que a ciência brasileira e, por consequência, a ciência paulista enfrentam atualmente."Embora estejamos num momento de muita alegria por mudanças que ocorreram no país, há um cenário que preocupa e diversos dados mostram isso. Vou mostrar alguns números que nos preocupam. Hoje é um dia de festa, mas fazer ciência em um país como o nosso inclui também ter contato com a nação brasileira, que às vezes é um pouco diferente do Estado de São Paulo", avaliou Nader.A presidente da ABC pontuou dois aspectos preocupantes: a perda da janela demográfica e a queda no orçamento federal para a ciência. "O Brasil já perdeu a janela demográfica e não foi por falta de aviso. A ciência avisou. E, como bem disse o demógrafo José Eustáquio Diniz em artigo no Estadão, não há experiência histórica de um país que envelheceu antes e enriqueceu depois."No que concerne ao custeio da ciência, Nader focou no Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). "O FNDCT é a única fonte de financiamento da ciência no âmbito federal. Virou a tábua de salvação, mas a conta não vai fechar. O orçamento do ministério que está no congresso é vergonhoso", afirmou Nader.Artaxo, membro do Conselho Diretor, ressaltou a importância do trabalho dos novos membros da Aciesp frente aos desafios orçamentários. "Os desafios da ciência em uma sociedade cada vez mais complexa estão crescendo e se diversificando. Os cientistas se veem na obrigação de enfrentar negacionismo e fake news. Após seis anos de negacionismo, chegamos a ouvir que a ciência voltou. Mas olhando as últimas decisões do orçamento do país podemos dizer que não, a ciência não voltou. E por isso estamos trabalhando para que ela possa voltar. Nesse cenário de incerteza, os novos membros têm um papel importante", disse.Em seu discurso, Almeida destacou três aspectos importantes que devem guiar as ações da Aciesp para colocar a ciência a serviço do desenvolvimento de São Paulo e do país."Em primeiro lugar, a Aciesp está em condições de avançar na discussão sobre o que é desenvolvimento. De modo que a discussão não se restrinja apenas a seus aspectos mais estreitos, materiais. Nossa história recente mostrou que o desenvolvimento sem aprofundamento da experiência democrática, sem a garantia de direitos para aqueles que foram historicamente excluídos da cidadania plena não vai nos levar muito longe", opinou.Para a pesquisadora, cabe também ao cientista estabelecer um diálogo interdisciplinar que traga para o debate os impactos da ação humana, das relações sociais, da política sobre a segurança, o bem-estar e as oportunidades oferecidas à população."Em segundo lugar, importa apoiar ações que levem ao maior letramento científico da população. Investir esforços nas novas gerações, que é um alvo estratégico inquestionável, mas também investir na nossa população adulta, pois isso não é um desperdício", pontuou."Por fim, em terceiro lugar, vou falar de um aspecto que me é caro, e tomo a liberdade de expressar um argumento a favor de uma ciência mais inclusiva, pois o reconhecimento da ciência como um patrimônio coletivo, como ferramenta para avanços sociais, só é possível quando a população se vê representada no estabelecimento científico. Como sabemos, o ecossistema científico não está imune às desigualdades presentes na sociedade mais ampla."A Aciesp foi fundada em 1974, tendo como objetivo consolidar o Estado de São Paulo como principal centro regional de excelência científica da América Latina. O mandato dos novos membros é permanente e, entre as atribuições do cargo, estão a participação em reuniões, pautar o direcionamento da pesquisa científica no Estado e organizar debates em torno de temas ligados à política técnico-científica.Os novos membros foram eleitos por indicação dos demais titulares. Uma comissão seleciona as indicações, vota e elege os membros titulares de cada área do conhecimento.Novos membros titularesCiências AgráriasMaria Lúcia Carneiro Vieira (USP)Ciências BiológicasCristina Simão Seixas (Universidade Estadual de Campinas – Unicamp) e Dario Simões Zamboni (USP)Ciências BiomédicasEverardo Magalhães Carneiro (Unicamp)Ciências da EngenhariaIsolda Costa (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – Ipen) e Vahan Agopyan (USP)Ciências da SaúdeGabriela Marques Di Giulio (USP) e Josué de Moraes (UNG)Ciências da TerraLuiz Eduardo Oliveira e Cruz de Aragão (Inpe) e Maria de Fátima Andrade (USP)Ciências FísicasIberê Luiz Caldas (USP) e Kaline Rabelo Coutinho (USP)Ciências Humanas e SociaisAna Maria Fonseca de Almeida (Unicamp) e Renato Janine Ribeiro (USP)Ciências MatemáticasLuiz Renato Gonçalves Fontes (USP)Ciências QuímicasMaysa Furlan (Universidade Estadual Paulista – Unesp) e Norberto Peporine Lopes (USP)Novos membros afiliadosJuliana Ferreira de Brito (Unesp), Leandro Wang Hantao (Unicamp), Marilia Valli (USP), Micael Amore Cecchini (USP) e Raphael Nagao de Sousa (Unicamp). -
- 18/09/2023 - FAPESP lança chamada voltada a fundos de investimento para ampliar financiamento à inovaçãoEdital faz parte de um conjunto de iniciativas da Fundação que visam auxiliar as pequenas empresas de base científica e tecnológica apoiadas pelo PIPE a conquistar investidores de perfil variado e a superar o chamado “vale da morte”
Edital faz parte de um conjunto de iniciativas da Fundação que visam auxiliar as pequenas empresas de base científica e tecnológica apoiadas pelo PIPE a conquistar investidores de perfil variado e a superar o chamado “vale da morte”
Fonte: Agência FAPESP
Elton AlissonA FAPESP lança hoje (18/09) uma chamada pública na qual convida Fundos de Investimentos em Participações (FIPs) do tipo capital semente/multiestratégia, em fase de captação ou já em fase de investimentos e que tenham foco em empresas de base científica e tecnológica (deeptechs), a apresentar propostas a serem avaliadas pela Fundação para eventual subscrição de cotas.Um dos critérios para a FAPESP aportar recursos nos fundos selecionados é que valor equivalente ao investido pela Fundação seja alocado em empresas participantes ou egressas do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE). A participação máxima da FAPESP será equivalente a até 15% do capital comprometido de cada fundo ou R$ 30 milhões, o que for menor."Estamos interessados em ouvir propostas de fundos de investimentos cujas teses sejam convergentes com a nossa, que é a de financiar empresas intensivas em tecnologia, sediadas no Estado de São Paulo”, diz Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo (CTA) da FAPESP.Desde que foi lançado pela FAPESP, em 1997, o Programa PIPE apoiou 1.871 empresas, sediadas em 167 cidades paulistas. Algumas delas desenvolveram tecnologias hoje exportadas para diversos países. "As empresas do PIPE enquadram-se na categoria de startups de base tecnológica. Nesse contexto, deveriam estar no radar de investidores de venture capital, que tipicamente investem nesses negócios, mas isso não ocorre”, diz Pacheco.Uma das principais dificuldades enfrentadas por essas deeptechs para escalar mercado, identificada pela direção da FAPESP, é o acesso a outros instrumentos de financiamento e investidores que as ajudem a atravessar o "vale da morte” das startups – a fase que vai da abertura da empresa ao mercado até o momento em que o fluxo de caixa passa a ser positivo.Uma pesquisa direta feita com empresas egressas do PIPE em abril de 2021 revelou que três quartos das respondentes não receberam qualquer aporte de capital. Dentre as empresas investidas, metade reportou aportes de capital-anjo. Cerca de 20% declararam ter recebido recursos de outras empresas e um percentual similar reportou ter recebido investimentos de venture capital ou private equity.A fim de ajudar as startups paulistas a superar esse obstáculo, o Conselho Superior da FAPESP aprovou a diretriz de investir, nos próximos seis anos, R$ 150 milhões em novas iniciativas que visem diversificar o apoio às pequenas empresas inovadoras que tenham sido apoiadas pelo PIPE. Entre as ações previstas estão também parcerias com plataformas de equity crowdfunding e redes de investidores-anjo; programas de aceleração e participação em fundo garantidor para tomada de crédito.No âmbito de FIPs, além da chamada que está sendo lançada, a FAPESP aderiu recentemente aos fundos Criatec 4 e Indicator 2 IoT, patrocinados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com a participação de cotistas públicos e privados, nos quais aportará R$ 30 milhões em cada um por um período de quatro a cinco anos."Diferentemente da atuação tradicional da FAPESP no PIPE, em que são destinados recursos não reembolsáveis para apoiar exclusivamente a execução de pesquisa científica e tecnológica em pequenas empresas, as novas iniciativas proverão recursos financeiros que permitirão a essas empresas escalarem mercado”, diz Pacheco.A FAPESP já participa, desde 2013, da iniciativa do Fundo Inovação Paulista (FIP), criado no mesmo ano em parceria com a Desenvolve São Paulo, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). A participação da FAPESP no fundo é de R$ 10 milhões, em patrimônio total de R$ 105 milhões, mas teve grande influência na carteira das empresas investidas – mais de 50% foram participantes ou são egressas do PIPE.A FAPESP também está analisando de que forma pode contribuir para o desenho e eventual aporte de recursos em instrumentos de garantia, especialmente os já existentes no Estado de São Paulo, que permitam apoiar as empresas do PIPE também na sua busca de crédito.Outras iniciativasComo complemento a essas iniciativas a FAPESP também fará em breve uma chamada para cadastrar plataformas de equity crowdfunding e grupos de investidores-anjo."Essa parceria será feita por meio do programa PIPE Invest, no qual a FAPESP direciona recursos de fomento de até R$ 1,5 milhão para projetos de pesquisa em contrapartida a recursos oriundos de rodadas de investimentos nessas duas modalidades”, afirma Marcio de Castro Silva Filho, diretor científico da Fundação.A ideia é credenciar plataformas de equity crowdfunding e grupos de investidores-anjo interessados em realizar rodadas de investimentos para empresas financiadas pelo PIPE. Havendo o aporte, a empresa poderá submeter um projeto ao PIPE Invest e a FAPESP direcionará recursos a ela por meio dessa modalidade de apoio.A FAPESP também fará o cadastramento de aceleradoras que tenham interesse em prestar serviços para empresas do PIPE, que receberão recursos financeiros para contratá-las. Hoje a Fundação já financia programas de aceleração em parceria com o Sebrae-SP e a Finep, que está em vias de lançar o edital para credenciamento de aceleradoras do Tecnova III.Esta, porém, será uma primeira iniciativa exclusiva, na qual a FAPESP fará o cadastramento de aceleradoras com perfil para atendimento às deeptechs que compõem a carteira do PIPE, sublinha Castro.A chamada está publicada em: fapesp.br/chamadas2023/fundos.
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- 14/09/2023 - CNEN, autarquia vinculada ao MCTI, investe na solução para armazenamento de rejeitos radioativosCentena tem capacidade de coleta de 60 metros cúbicos de descarte
Centena tem capacidade de coleta de 60 metros cúbicos de descarte
Fonte: site do MCTI
A energia nuclear está presente na vida do ser humano de diversas formas, seja na medicina, agricultura, indústria, produção de energia elétrica e no meio ambiente. Sendo assim, os rejeitos contendo radiação merecem muita atenção e também cuidados especiais.
Por isso, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)- unidade vinculada do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), criou o Centena – Centro Tecnológico Nuclear e Ambiental como solução para o armazenamento de rejeitos radioativos no país.
O centro terá a função de pesquisa nuclear, sustentabilidade, conhecimento e depositório de rejeitos radioativos. Sua infraestrutura é formada por: centro de visitantes, laboratório, oficina, local de acondicionamento, bacia de coleta, trincheira e depósito.
A previsão de início de operação do Centena é em 2026 e o centro funcionará por 60 anos, com capacidade para 60 metros cúbicos de rejeitos. As empresas e indústrias que trabalham com materiais de baixa e média radiação poderão utilizar o serviço do Centena para dispensar seus rejeitos seguindo todas as normas de segurança e cumprimento às leis ambientais. O custo para armazenamento de descartes ainda será definido.
"O CENTENA é a solução para garantir a sustentabilidade do setor nuclear nacional, provendo um local dedicado ao armazenamento centralizado e definitivo de seus rejeitos, respeitando a qualidade de vida no presente e para as gerações futuras", fala a engenheira Química e Nuclear e pesquisadora do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia da Nuclear (CDTN) do CNEN, Clédola Cássia Oliveira de Tello.
O Centena ficará localizado na região Sudeste onde tem maior volume de rejeitos do país. O terreno na cidade escolhida para instalação, tem entre 20 e 40 hectares, e ainda está em processo de homologação pelo MCTI.
Vale salientar que os radioelementos ficam uma média de 30 anos dentro dos produtos/materiais descartados. Por isso é necessário - 10 meias vidas, ou seja, 300 anos de armazenamento para que o local não apresente risco à saúde. Sendo assim, o Centena trabalhará 60 anos em operação, e outros 300 apenas para segurança institucional.