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- 07/02/2019 - Ibama nega licenciamento à usina de urânio de ItataiaIbama considera inviável para o meio ambiente instalação de uma usina de extração de urânio e fosfato no Ceará
Ibama considera inviável para o meio ambiente instalação de uma usina de extração de urânio e fosfato no Ceará
Fonte: Jornal O PovoNo rastro da tragédia de Brumadinho (MG), o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) decidiu descartar o processo de licenciamento ambiental da usina de urânio de Santa Quitéria/Itataia, no Ceará. De acordo com um e-mail enviado ao O POVO pela assessoria de comunicação do órgão, o "projeto de mineração de fosfato e urânio foi arquivado em razão da inviabilidade ambiental do estudo apresentado".
Na última terça-feira, 5, O POVO havia pedido informações à superintendência nacional do Ibama sobre o resultado da análise do Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima) e o do licenciamento do empreendimento que beneficiaria material radioativo. Desde 2014, ambientalistas contrários à implantação da usina e o Consórcio Santa Quitéria - formado pela mineradora Galvani e pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB) - esperavam a decisão do órgão licenciador.
Um dos pontos mais criticados por ambientalistas e comunidades que seriam impactadas pela usina é a construção da barragem para o descarte de rejeitos. De acordo com dados do Consórcio Santa Quitéria, a projeção é que os resíduos de urânio alcançariam 90 metros de altura. Já os de fosfogesso (depósito da produção de ácido fosfórico) alcançariam 70 metros de altura.
Segundo dados do processo 02001.005454/2004-24/Ibama, a usina do Sertão cearense produziria, anualmente, 1.600 toneladas de concentrado de urânio e 1.050.000 toneladas de derivados fosfatados.
Em 2014, o Núcleo Trabalho, Meio Ambiente e Saúde da Universidade Federal do Ceará (Tramas-UFC) entrou com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) pedindo anulação do EIA-Rima apresentado pelas empresas. E protocolou no Ibama manifestações da sociedade civil contra o empreendimento.
De acordo com a advogada Talita Furtado Montezuma, do Tramas-UFC, várias irregularidades foram apontadas para os dois órgãos federais. O Ibama chegou a emitir parecer técnico provisório e pediu complementações ao estudo ambiental.
Em agosto do ano passado, houve reuniões entre o Ibama e os empreendedores em Fortaleza e o último parecer do órgão apontava a ausência de viabilidade hídrica do projeto, que pretendia consumir, com a usina, 911 m³ de água nova por hora. Os empresários chegaram a pedir a revisão do parecer.
O Ibama ainda não detalhou o que chamou de arquivamento do processo por "inviabilidade ambiental do estudo apresentado" pelo Consórcio Santa Quitéria. Porém, acabou concordando com pontos da representação que apontam, por exemplo, a "ausência de dados sobre radiação" no manejo do urânio, "subdimencionamento de riscos", "ausência de efetividade das medidas mitigadoras", "ausência de comunidades no diagnóstico social" e a "falta de simulação computacional sobre dispersão de poluentes radioativos".
Adubo
A extração de urânio e fosfato da Usina de Santa Quitéria, no Ceará, segundo o projeto serviria para a fabricação de adubos, fertilizantes e outros produtos químicos.
92,6 milhões de reais é a estimativa de arrecadação de ICMS e ISS para o Ceará com a usina de urânio
Fosfato
Em novembro de 2015, a expectativa do presidente da Indústrias Nucleares do Brasil, Aquilino Senra, era de que a licença prévia do Ibama seria emitida e permitiria a operação da Usina de Santa Quitéria em 2019. A produção de fosfato seria para o Ceará, Piauí, Tocantins, Maranhão e Bahia.
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- 07/02/2019 - PF cumpre mandados em SP para investigar suspeita de cobrança de propina para construção de submarino da MarinhaForam expedidos três mandados de busca e apreensão para investigação que envolve um servidor da Marinha e um engenheiro. MPF apura prática dos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Foram expedidos três mandados de busca e apreensão para investigação que envolve um servidor da Marinha e um engenheiro. MPF apura prática dos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Fonte: G1
A Polícia Federal em São Paulo cumpre na manhã desta quinta-feira (7) três mandados de busca e apreensão para investigação que envolve um servidor da Marinha e um engenheiro suspeitos de cobrarem propina em contratos para a construção de um submarino. A investigação é do Ministério Público Federal em São Paulo.
A procuradora Thaméa Danelon apura a prática dos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Os alvos são um engenheiro nuclear do Centro Tecnológico da Marinha do Brasil (CTMSP) e um engenheiro particular.
Segundo o MPF, entre 2008 e 2015, o engenheiro da Marinha solicitou propina no valor aproximado de R$ 6 milhões à empresa austríaca Bilfinger Maschinembau GMBA & CO.KO (MAB), que atua no ramo de fabricação e engenharia de componentes para tecnologia de reatores nucleares.
A MAB assinou 15 contratos administrativos com o Centro Tecnológico da Marinha e com o Comando Naval Brasileiro Europa (BNCE) para fornecimento de materiais para pesquisa. O contrato também previa a importação de bens, tecnologia e prestação de serviços no campo da tecnologia nuclear.
Segundo o MPF, a solicitação e o recebimento de pagamento pelo engenheiro da Marinha serviu para intermediação da contratação com o CTMSP e para prestação de serviços de consultoria relacionados à entrada da MAB no mercado do Brasil e da América do Sul.
Propina de R$ 3,6 milhões
Ao todo, o engenheiro da Marinha recebeu R$ 3.637.680,67, em valores atualizados, por meio de sua empresa, segundo a Promotoria. Os depósitos foram feitos numa conta bancária na Suíça.
A empresa JJ&RR Assessoria Técnica e Comercial LTDA., do engenheiro particular alvo dos mandados de busca e apreensão desta quinta-feira, também recebeu valores relacionados à propina ajustada pelo engenheiro da Marinha, segundo o MPF.
Ainda de acordo com promotores, o pagamento da propina também foi mascarado sob a forma de contrato de prestação de serviços de consultoria.
Em nota, a Marinha do Brasil informou que "desde 2015, quando tomou conhecimento do caso, através da Controladoria-Geral da União, vem contribuindo para a elucidação de supostos ilícitos relacionados às atividades da empresa Bilfinger Maschinembau GMBA & CO.KO (MAB), visando à preservação do patrimônio público e à persecução penal militar. Como resultado, foram instaurados inquéritos policiais militares, devidamente encaminhados ao Ministério Público Militar, em 2017 e 2018."
A reportagem entrou em contato com a empresa austríaca MAB e aguarda retorno.
A reportagem tenta contato com a JJ&RR Assessoria Técnica e Comercial.
Pedido de prisão negado
O procuradores do MPF chegaram a pedir a prisão dos investigados, mas o pedido foi negado. No entanto, a Justiça determinou a suspensão do exercício da função pública do servidor da Marinha e determinou que ele e o engenheiro particular tenham acesso a qualquer dependência da Marinha.
A Justiça também mandou bloquear os bens, até o valor de R$ 13.060.680,72, do servidor e do engenheiro e de suas respectivas esposas, além de três empresas.
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- 06/02/2019 - Como testar resistência à radiação sem utilizar um reator nuclearTécnica avançada de microscopia eletrônica simula efeito causado por radiação no revestimento dos reatores
Técnica avançada de microscopia eletrônica simula efeito causado por radiação no revestimento dos reatores
Fonte: Jornal da USP
O acidente na central nuclear de Fukushima, em 2011, no Japão, levou os cientistas a buscarem materiais para os reatores mais resistentes aos danos severos causados pela radiação. Um destes materiais é o nitreto de titânio, composto cerâmico testado em uma pesquisa internacional com participação da Escola Politécnica (Poli) da USP. Por meio de uma técnica avançada de microscopia eletrônica, o efeito da radiação é simulado sem necessidade de produzir uma reação nuclear, o que reduz o custo dos experimentos. O método usado no experimento é descrito em artigo do Journal of Nuclear Materials.
Os reatores nucleares possuem uma câmara em que são inseridas varetas metálicas com o combustível nuclear e o material que controla a intensidade da reação entre as partículas dos átomos, que leva à geração de energia. "A radiação produzida na reação pode danificar o revestimento do combustível e comprometer o reator”, conta o professor Claudio Schön, da Poli, um dos autores do artigo. "Em Fukushima, o revestimento era feito de zircaloy, uma liga metálica com zircônio. O vapor de água presente na câmara do reator reagiu com o zircônio, produzindo hidrogênio molecular, que se acumulou e causou uma explosão.”
Desde então, segundo o professor, a comunidade científica busca soluções para evitar novos acidentes como esse. Uma das propostas é a adição de um filme fino sobre o zircaloy. Para essa finalidade, o Laboratório Nacional de Oak Ridge (Estados Unidos) estuda o nitreto de titânio, e um dos pesquisadores envolvidos é o primeiro autor do artigo, o físico Matheus Tunes, formado no Instituto de Física (IF) da USP. Na Poli, o doutorando Felipe Carneiro da Silva, orientado por Schön, pesquisa as propriedades mecânicas dos filmes finos de nitreto de titânio. A partir dos estudos de Carneiro da Silva, o físico testou o material nos laboratórios da Universidade de Huddersfield (Reino Unido).
Radiação simulada
O nitreto de titânio foi observado em um microscópio de transmissão, acoplado a um acelerador de partículas. "A radiação é simulada por um feixe de íons de xenônio (gás nobre) que, ao se chocar com as partículas do material testado, simula o dano causado pela radiação do combustível nuclear”, explica Schön. "Se a simulação fosse feita em um reator nuclear, além do custo mais elevado e da dificuldade de controlar a reação, todo o material potencialmente se tornaria radioativo, o que não acontece com essa técnica.”
As análises demonstraram que o nitreto de titânio não é um material adequado para revestir o combustível nuclear. "Os testes identificaram dois processos que comprometem o desempenho da liga. Um deles é a segregação induzida por radiação, em que a energia envolvida na reação faz os átomos de titânio se concentrarem em defeitos cristalinos do material”, descreve o professor. "O outro é o aparecimento de cavidades e bolhas, que crescem rapidamente ao receberem o nitrogênio existente no composto, causando um inchamento que é ruim para a operação do reator.”
Materiais promissores
Em sua pesquisa de doutorado na Universidade de Huddersfield, Tunes utiliza a microscopia de transmissão para analisar dois materiais promissores no campo da proteção de danos causados pela radiação, as ligas de alta entropia (ligas metálicas complexas com vários elementos) e o MAX Phases (combinação de metal com carbono e silício). "Essas combinações permitiriam ligas metálicas com uma temperatura de fusão muito alta, o que dificultaria mudanças na estrutura do material, aumentando sua estabilidade”, afirma Schön. "Quanto menos a liga se alterar, maior será a capacidade de resistir à radiação.”
Os novos materiais poderão tornar viável a construção de reatores nucleares por fusão. "Os reatores atuais usam a técnica de fissão, em que a energia vem dos nêutrons, partículas dos átomos que interagem pouco com a matéria, limitando o dano causado pela radiação”, diz o professor. "Na fusão, são produzidas partículas alfa de altas energias (núcleos do gás hélio), cuja capacidade de interação é muito maior que a dos nêutrons. Isso faz com que todas as partículas causem danos, dificultando a criação de uma estrutura de controle que permita um reator funcional.”
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- 04/02/2019 - Carvalho × SenraEspecialistas em energia nuclear divergem sobre a necessidade de conclusão de Angra 3, prioridade do atual governo. Para um, será mais sensato e barato cancelar o projeto agora. Para o outro, a interrupção definitiva seria um “desatino” energético e econômico
Especialistas em energia nuclear divergem sobre a necessidade de conclusão de Angra 3, prioridade do atual governo. Para um, será mais sensato e barato cancelar o projeto agora. Para o outro, a interrupção definitiva seria um “desatino” energético e econômico
Fonte: Época
Joaquim Francisco de Carvalho, 83 anos, paulista
O que faz e o que fez: pesquisador associado ao IEE/USP, foi diretor industrial da Nuclen (hoje Eletronuclear) e presidiu a comissão que avaliou o acidente com o Césio 137, em 1987. Doutorou-se em energia pela USP
Aquilino Senra, 66 anos, fluminense
O que faz e o que fez: professor do Programa de Engenharia Nuclear da Coppe/UFRJ, foi presidente da estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que exerce o monopólio do urânio no país em nome da União. Doutorou-se em ciências da engenharia nuclear pela Coppe/UFRJ
Existe preconceito no Brasil contra a energia nuclear?
Joaquim Francisco de Carvalho Não há preconceito, mas sim desinformação. Contra e também a favor.
Aquilino Senra Se há algum preconceito, ele resulta da associação da energia nuclear principalmente com as bombas nucleares e, talvez, com acidentes em usinas. O uso dessa fonte de energia para geração de eletricidade desperta um forte debate. Contudo, é consenso que a energia nuclear tem inúmeras aplicações importantes, das quais a sociedade moderna não pode prescindir, como na medicina, na agricultura, na indústria, na arqueologia e no meio ambiente. Considerando todas as suas aplicações, a energia nuclear é razoavelmente aceita pela sociedade brasileira.
Vale a pena para o Brasil investir em energia nuclear, considerando o custo e a diversidade de fontes energéticas que temos?
JFC Se houvesse planejamento, o Brasil poderia cobrir toda a demanda por energia elétrica apenas com fontes renováveis, como a hídrica, a eólica, a térmica, de biomassa e a fotovoltaica. O problema é que o planejamento foi desativado no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que extinguiu o Grupo Coordenador do Planejamento dos Sistemas Elétricos (GCPS), coordenado pela Eletrobras. A situação piorou nos governos do PT.
AS A eletricidade é apenas uma das inúmeras aplicações da energia nuclear, mas, apesar da controvérsia, ela é eficiente e confiável, respondendo por cerca de 12% da geração em todo o mundo. Doze países usam a energia nuclear para pelo menos 30% de sua geração. Destaque para a França, com mais de 70%. A energia nuclear no Brasil é também importante para a diversificação e complementação da geração térmica, sendo a melhor alternativa das fontes térmicas de base para mitigar a intermitência na geração eólica e solar. Como as usinas nucleares de terceira geração têm custos estimados bastante inferiores aos das usinas atuais, é plausível admitir a expansão da geração nucleoelétrica no país.
O projeto de Angra 3, considerado polêmico, começou em 1984 e ainda não virou realidade. Qual a viabilidade de ampliar o uso da energia nuclear no curto prazo?
JFC No curto prazo, é inviável.
AS O atraso na conclusão do projeto de Angra 3 tem muito pouco a ver com a tecnologia e mais com situações externas ao projeto, tais como: dependência das garantias de financiamento dadas pelo governo federal; engessamento da administração pública refletindo-se na eficiência da execução do projeto, que, por ser de alta tecnologia, não pode ser engessado nos processos de aquisições de produtos e serviços altamente especializados; atrasos na liberação das licenças ambientais e nucleares; e repercussão dos acidentes de Chernobyl e Fukushima. Uma vez equacionada parte dessas questões, torna-se viável a expansão da participação da energia nuclear na matriz energética do país.
Qual a melhor opção para Angra 3, concluir ou cancelar esse projeto?
JFC Em situações como esta, os ingleses e americanos, sabiamente, aconselham: "Don’t cry over spilt milk”, isto é, "não chore sobre o leite derramado”. O prejuízo será menor se o projeto for cancelado.
AS Sem dúvida alguma a opção deve ser pela conclusão. A usina já está com 60% do projeto executado. Sua descontinuidade seria um desatino, tanto do ponto de vista energético quanto econômico. Entre o desmonte da estrutura já existente, a quitação de empréstimos já realizados para a execução do projeto, multas contratuais e a desativação completa do canteiro de obras, seria necessário arcar com um prejuízo de mais de R$ 13 bilhões. Desconte-se esse valor do que será necessário para a conclusão da obra e não haverá nenhuma outra fonte de energia para pôr no lugar com custo menor. Nesta altura do campeonato, abandonar o projeto será jogar dinheiro fora.
Não há no mundo solução definitiva para o lixo nuclear. Isso não seria um entrave para a retomada das obras?
JFC A experiência mostra que a descontaminação e desativação de uma central nuclear ao fim de sua vida útil pode custar mais que o capital investido em sua construção. E nem falemos dos gastos na manutenção e permanente vigilância dos depósitos de rejeitos de alta atividade. Só países ricos podem arcar com esses custos para afastar riscos inaceitáveis.
AS Não vejo isso como um entrave. Atualmente os combustíveis queimados são armazenados em piscinas especiais situadas no interior dos prédios de contenção das próprias usinas e lá deverão permanecer durante a vida útil deles, algo em torno de 60 anos. Essa é uma solução temporária. Existem diversas soluções técnicas para o armazenamento definitivo do combustível queimado. A principal, que está sendo adotada nos Estados Unidos, na Suécia e na Finlândia, é a construção de um depósito subterrâneo. Uma alternativa promissora vem sendo estudada como forma de evitar dificuldades técnicas e de aceitação pública dos repositórios finais. A ideia original foi proposta pelo físico, e prêmio Nobel, Carlo Rubbia, e consiste no uso de aceleradores de prótons de alta energia.
Se o projeto for abandonado, qual o futuro do conhecimento e da tecnologia desenvolvidos no país?
JFC Os engenheiros mecânicos e os engenheiros eletricistas seriam aproveitados em diversos setores da indústria. O pessoal específico da área nuclear, que é minoria, poderia ser aproveitado na Comissão Nacional de Energia Nuclear, no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (da USP), no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares e em outras instituições. Seu conhecimento também seria útil no projeto de um sistema nuclear para propulsão naval.
AS Ao longo da operação da usina, é natural que ocorram aperfeiçoamentos do projeto. Há inúmeros tópicos em que novas tecnologias podem contribuir para melhorar o desempenho operacional e ampliar as condições de segurança, como sistemas antecipatórios de condições anormais de operação, novas ferramentas para prever o desempenho, a confiabilidade e economia da operação de usinas nucleares, modelagem da extensão do ciclo de vida dos reatores, além de novas técnicas de descomissionamento. Tudo isso deixará de ser realizado se o projeto de Angra 3 for abandonado.
O novo ministro de Minas e Energia é militar, e a energia nuclear sempre foi vista no Brasil como uma bandeira das Forças Armadas sob o argumento de que é uma questão estratégica. Até que ponto esse discurso ainda é atual?
JFC Centrais nucleares de potência não são estratégicas. Estratégico seria um sistema nuclear de propulsão naval. Um país com mais de 8.000 quilômetros de costa atlântica não pode prescindir de submarinos de propulsão nuclear. Também estratégico é o controle das grandes usinas hidrelétricas. Por essa razão, até nos EUA as grandes hidrelétricas são públicas. Em vez de privatizar a Eletrobras, seria mais inteligente despolitizá-la e submetê-la a uma diretoria profissional, competente e honesta. As hidrelétricas da Eletrobras respondem por uma oferta da ordem de 170 milhões de megawatts-hora por ano. Portanto seu ganho pode chegar a R$ 20 bilhões por ano. Se o governo de fato pretende investir no projeto de propulsão nuclear naval, aí está uma fonte de recursos.
AS Do ponto de vista militar, a defesa da extensa área marítima com uma enorme diversidade de recursos naturais é estratégica para o país. E, neste aspecto, as Forças Armadas propuseram recentemente como uma das prioridades do novo governo a conclusão do projeto do submarino nuclear. Já como ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque defendeu a conclusão do projeto de Angra 3 em razão do aproveitamento da tecnologia do ciclo do combustível nuclear, dominada autonomamente pelo país, e da existência de grandes reservas de urânio no território brasileiro.
A Alemanha resolveu suspender investimentos em energia nuclear após o acidente de Fukushima, no Japão. Faz sentido?
JFC Faz todo sentido. O acidente de Fukushima mostrou que, apesar de tudo que se possa fazer em matéria de segurança, não existe obra de engenharia 100% segura. São inúmeros os acidentes que acontecem pelo mundo. Entretanto, os acidentes nucleares têm dimensões que outros não têm. Um acidente de avião, por exemplo, termina no local e no instante em que acontece. Um acidente nuclear apenas começa no instante e no local em que ocorre. Alguns anos depois, milhares de pessoas em regiões inteiras sofrerão males induzidos por exposição a radiações ionizantes. Os alemães não querem mais correr esse risco.
AS Grupos contrários ao uso no país da energia nuclear têm afirmado que essa alternativa de geração de energia está sendo abandonada em nível mundial. Tal afirmação está longe de ser verdadeira. Dados recentes mostram que, além das 449 usinas em operação, estão em construção 56, que deverão entrar em operação nos próximos quatro anos. Além destas, já foram encomendadas outras 44.
O Brasil desenvolveu a tecnologia de enriquecimento de urânio. Deveria se aproveitar dessa vantagem e se tornar um exportador de urânio enriquecido?
JFC Urânio enriquecido também é usado nos reatores de pesquisa e de produção de radiofármacos. E, evidentemente, nos sistemas nucleares de propulsão naval. Os excedentes podem ser exportados.
AS O desenvolvimento do processo de enriquecimento isotópico de urânio é uma das maiores conquistas tecnológicas do Brasil, fruto da cooperação tecnológica entre Marinha, universidades e institutos de pesquisa do país. Atualmente, além do Brasil, apenas dez países detêm tecnologias de enriquecimento de urânio e nenhum deles vende ou transfere esses conhecimentos. A exportação do concentrado de urânio, sem a devida agregação de valor, seria uma forma inadequada de utilização das reservas nacionais do minério, que constituem patrimônio estratégico do país.
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- 04/02/2019 - Ipen realiza workshop para debater resultados de pesquisa em corrosãoFonte: Agência FAPESP
Com o objetivo de compartilhar os resultados obtidos no desenvolvimento do Projeto Temático "Estudo da corrosão localizada e caracterização da resistência a corrosão associada à fadiga na região de solda em ligas de alumínio de elevada resistência soldadas por fricção (FSW)”, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) realizará, na próxima segunda-feira (04/02), das 9h às 15h40, o 4º Workshop do Projeto FAPESP 2013/13235-6.
Coordenado pela pesquisadora Isolda Costa, do Centro de Ciência e Tecnologia dos Materiais (CCTM) do Ipen, o projeto encerra-se no mês de maio e registra, até o momento, dez trabalhos aceitos para publicação em jornais de circulação internacional e com política de revisão pelos pares. "Além desses, 10 outros trabalhos foram submetidos a publicação e se encontram em fase de avaliação”, disse Costa em comunicado do instituto.
O projeto se propôs a estudar o comportamento da região de solda de ligas de alumínio de elevada resistência mecânica, soldadas por fricção (FSW, acrônimo de Friction Stir Welding), com ênfase na identificação de efeitos galvânicos que pudessem contribuir para a aceleração da corrosão. Segundo Costa, esse objetivo foi atingido e pode-se dizer que o grupo que desenvolveu as pesquisas hoje é detentor de um saber que é de grande interesse do setor aeronáutico, especificamente da indústria de aviação.
"Os benefícios para a indústria aeronáutica estão relacionados ao uso da soldagem FSW na montagem das peças de forma a evitar os rebites, os quais representam grande proporção no peso das aeronaves e, consequentemente, aumento do consumo de combustíveis e geração de poluentes. Esse processo de soldagem (FSW) é relativamente recente, da década de 1990, e seu efeito no comportamento frente à corrosão das ligas de alumínio de alta resistência precisa ser mais bem conhecido”, disse.
Os resultados obtidos foram além das expectativas de produtividade do projeto, avalia Isolda. "É muito importante a divulgação dos resultados do último período de trabalho, o que ocorrerá neste 4º Workshop, para que os participantes possam pensar conjuntamente as possibilidades de dar continuidade ao trabalho e as possíveis formas de divulgação dos resultados do período final”, disse Costa.
O projeto foi realizado em colaboração com a Universidade de São Paulo (Escola Politécnica e Escola de Engenharia de São Carlos), Universidade Estadual Paulista (Unesp - Araraquara), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp - Diadema) e o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano).
Integram o projeto os pesquisadores Hercilio Gomes de Melo (Escola Politécnica - USP), Waldek Wladimir Bose Filho (USP - São Carlos), Cecilio Sadao Fugivara e Marina Magnani (Unesp - Araraquara), Cristiane Reis Martins (Unifesp - Diadema), Fernanda Martins Queiroz (Senai SP) e Maysa Terada (LNNano). Do Ipen, participam Uyime Donatus (pós-doutorando) e Fernando Moreira (do Escritório de Gestão de Projetos).
O workshop terá início às 9 horas, com a saudação do diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino do Ipen, Marcelo Linardi e da gerente do CCTM, Eliana Muccillo. Em seguida, Isolda Costa dará as boas-vindas aos participantes e apresentará os resultados gerais do projeto. Na sequência, Fernando Moreira, gerente do Escritório de Gestão de Projetos (EGP/IPEN), fará suas considerações.
A primeira apresentação, às 9h30, será do professor Bose Filho, que abordará o tema "Efeito da microestrutura na corrosão e corrosão fadiga de ligas de Al”. Às 9h50, Gomes de Melo falará sobre "The FSW process in high strength aluminium alloys used in the aerospace industry”.
A programação segue com Fugivara e Magnani, com o tema "Comportamento eletroquímico nas minirregiões da liga AA2024 e AA7475 soldadas por FSW em diferentes eletrólitos”. Em seguida, Donatus falará sobre "Corrosion resistance of age-hardened aluminium alloys”.
Mais informações e a programação completa estão em: www.ipen.br.
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- 01/02/2019 - Radiação ionizante será tema de simpósio que acontece em São PauloGrupo de Trabalho do Projeto Carex - Radiação Ionizante - se reúne em SP para estruturar evento na área
Grupo de Trabalho do Projeto Carex - Radiação Ionizante - se reúne em SP para estruturar evento na área
Fonte: Site Fundacentro
Por ACS/ Alexandra Rinaldi
O tema radiação ionizante será abordado durante a realização do I Simpósio-Exposição Ocupacional às Radiações Ionizantes no Brasil, que acontece nos dias 23 e 24 de abril de 2019, na sede da Fundacentro em São Paulo.
O Grupo Técnico de Radiação Ionizante, coordenado por Robson Spinelli Gomes, Físico Nuclear e Diretor Técnico da Fundacentro e participantes do comitê de organização estiveram reunidos na sede da Fundacentro na quinta (31) para acertar os detalhes da programação e de estrutura do evento.
Para Spinelli, a realização do I Simpósio vem para atender uma das metas do Carex para identificar as questões envolvidas na caracterização dos Individuos Ocupacionalmente Expostos (IOE) e também colaborar no dimensionamento e estrutura da população exposta à radiação ionizante.
O Carex, ou CARcinogen EXposure, é um sistema internacional de informação sobre exposições ocupacionais a agentes carcinogênicos. Se baseia em um conjunto de informações relevantes sobre prevalência de exposições cancerígenas nos ambientes de trabalho.
O evento contará com a participação de especialistas de órgãos reguladores, entidades de classe, hospitais, representantes de trabalhadores e do governo, magistratura, profissionais da área de radiação ionizante e demais participantes, onde poderão trocar informações técnicas e debater as principais ações institucionais direcionadas à exposição ocupacional da radiação ionizante.
A previsão de abertura das inscrições no site oficial da Fundacentro será na segunda quinzena de fevereiro.
( O evento acontece no Auditório do IPEN)
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- 01/02/2019 - Amazul busca convênio para atuar na extensão de vida de Angra 1 e prevê projeto detalhado do RMB até o fim do anoFonte: Petronotícias
O setor nuclear tem recebido boas e importantes notícias desde o final do ano passado. Há otimismo no segmento por conta da proximidade da retomada das obras de Angra 3. Além disso, outros empreendimentos desta indústria, igualmente relevantes, estão caminhando. É o caso do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que em 2019 dará alguns passos adiante, conforme revela o diretor-presidente da Amazul, Ney Zanella dos Santos. A empresa, como se sabe, é coexecutora do empreendimento e, em parceria com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e a argentina Invap, está neste momento trabalhando no projeto detalhado do reator, que deve estar concluído até o final do ano. Além disso, Zanella conta que o licenciamento ambiental já está sendo feito. "Para o próximo ano, com o término do projeto detalhado, poderemos partir para o desenvolvimento do reator e as obras civis”, afirmou. O executivo ainda explica que há conversas em andamento para que a Amazul realize um convênio com a Eletronuclear, no sentido de auxiliar no processo de extensão de vida útil de Angra 1. "A Eletronuclear precisará de uma empresa independente para fazer o acompanhamento e avaliação do projeto. Estamos trabalhando neste aspecto”, disse.
O senhor poderia começar fazendo um balanço das operações da empresa no ano de 2018?
No ano de 2018, a Amazul participou ativamente do Programa Nuclear da Marinha. A Amazul também participa do ProSub [Programa de Desenvolvimento de Submarinos]. A empresa trabalha ativamente no programa, que já é exitoso. Tivemos em 2018 o lançamento do primeiro submarino, construído em Itaguaí (RJ). É um projeto francês, mas existe toda uma estrutura de gestão, administração e acompanhamento de projeto, onde a Amazul participa junto com a diretoria geral da Marinha.
Outro balanço muito positivo veio do Programa Nuclear Brasileiro, onde assinamos um convênio com o Ministério da Saúde, que se comprometeu a contribuir com 50% do RMB, o que significa aproximadamente R$ 750 milhões. A Amazul está fazendo o projeto detalhado do RMB. Estamos com um grupo muito forte fazendo o projeto, em parceria com a argentina Invap e com a coordenação da Comissão Nacional de Energia Nuclear, por intermédio do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN).
Qual a importância do projeto do RMB?
O RMB é um projeto capitaneado pela CNEN. A Invap tem o projeto do núcleo do reator, propriamente dito. A Amazul está fazendo as interfaces desse núcleo com os periféricos de todo o empreendimento. A principal razão do RMB é fazer radiofármacos para o Brasil. Hoje, o país ainda importa 100% desses produtos. Isso porque não temos um reator ativo para fazer a principal substância para produzir o radiofármaco, o molibdênio-99 (Mo-99), que é 100% importado. O propósito do reator é fazer testes de materiais, com bombardeamento de nêutrons, que hoje são feitos no exterior.
Outro propósito está voltado para a área de pesquisa, por isso que o RMB está no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. A pesquisa não é só da área nuclear, mas também nas áreas de medicina, materiais e radiação. É um desdobramento impressionante. Por exemplo, as tulipas holandesas saem de seu país de origem e depois de um mês ainda estão bonitas. Os seus fungos são aniquilados com o uso da radiação. Outro exemplo é nosso café, que atualmente é irradiado na Europa e não no Brasil. Então, veja o desdobramento que o RMB pode trazer de benefícios.
Como está o andamento deste projeto?
Esse projeto está com alguns anos. Com essa alavancagem que fizemos com o Ministério da Saúde, que vai bancar 50% do reator, aproximadamente, estamos aplicando diretamente os recursos no projeto e na construção do RMB, sem considerar os periféricos, para que ele possa vir a produzir o principal insumo, que é o radiofármaco.
O projeto detalhado será terminado ao final deste ano e já estamos fazendo o processo de licenciamento. O terreno já existe, foi doado pela Marinha. O governo de São Paulo também desapropriou uma área adjacente. A parte governamental já foi feita. O terreno já está conosco e estamos fazendo o licenciamento ambiental. A Amazul está ajudando nisso.
Para o próximo ano, com o término do projeto detalhado, poderemos partir para a confecção do reator, que será feita em alguma indústria metalúrgica ainda não definida. A previsão de construção do reator seria na faixa de três a quatro anos. No final de 2022 para 2023, estaremos na área final. Mas essa data depende do licenciamento nuclear, que garante a operação segura.
Em quais outros projetos a Amazul está envolvida?
Nosso outro grande projeto chama-se Gestão do Conhecimento. A gestão de conhecimento é o maior projeto que temos para garantir a continuidade e evolução de tudo que fizemos até hoje. Essa gestão segue um modelo bastante consolidado no Brasil, utilizado pela própria Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. Mas nós temos um viés um pouco mais profundo, seguindo as regras da Agência Internacional de Energia Atômica, da qual o Brasil faz parte.
O conhecimento está na mente dos brasileiros e, por isso, temos que fazer a gestão para que tenhamos um programa de sucessão. Muitos profissionais estão envelhecendo e os novos estão chegando. Assim, dentro deste nosso projeto, conseguimos contratar todos os formandos de engenharia nuclear da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Queremos garantir que estes jovens, que estão entrando na carreira, aprendam com os mais experientes.
A gestão de conhecimento não é um processo simples, mas é muito interessante e estamos alcançando êxito. No ano passado, ganhamos um prêmio de referência nacional na Unidade Produtora de Hexafluoreto de Urânio (USEXA), que fica em Iperó (SP). E agora estamos fazendo em outras áreas, como a ambiental e a do ciclo do combustível.
A Amazul tem buscado a nacionalização de componentes para o Prosub. Poderia detalhar mais sobre esta iniciativa?
O Programa de Submarinos da Marinha envolve uma grande gama de empresas, que estão se capacitando para participar desta empreitada. A ideia é trazer as empresas nacionais com a tecnologia necessária para o programa. Se não for feito desta maneira, será necessário comprar do exterior. Um projeto muito exitoso nessa faixa de nacionalização se refere às baterias, que estão já sendo produzidas no Brasil. A parte de cabos elétricos também, bem como válvulas de casco de submarino.
Agora, o maior projeto de nacionalização será o de motor de polos permanentes, que hoje o Brasil importa 100%. Os carros elétricos utilizam esse motor, que tem uma aplicação muito grande no mercado.
Gostaria que o senhor falasse também de outros projetos da área nuclear que despertam o interesse da Amazul.
Estamos conversando bastante com a Eletronuclear. A Amazul está fazendo um convênio para um projeto muito interessante, que é o de extensão da vida útil da usina Angra 1, que está perto de atingir seus 30 anos. É um projeto americano, que será feito pela empresa americana [Westinghouse]. Mas a Eletronuclear precisará de uma empresa independente para fazer o acompanhamento e avaliação do projeto. Estamos trabalhando neste aspecto.
Estamos também engajados em um projeto com o Ministério da Educação para ajudar a formar as pessoas na área de pós-graduação. Iremos usar os laboratórios existentes. A Marinha, por exemplo, tem 25 deles. Vamos ajudar as instituições, com parcerias com universidades que quiserem capacitar seus mestrandos e doutorandos na área nuclear. Nós faremos esse elo. O modelo ainda está para ser escolhido ao longo desse ano.
E quanto ao Labgene? Quais são as novidades?
Estamos trabalhando ativamente com a Marinha. As obras de engenharia civil devem terminar no fim deste ano. Já está sendo feita a montagem eletromecânica que se refere à parte de propulsão dos testes das turbinas, do motor elétrico e do freio dinamométrico. Quando tudo isto estiver devidamente montado, a ideia é partir para a montagem final do reator. A Marinha acredita que isso deve ocorrer em 2023, a depender de recursos que poderão ser provisionados.
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- 31/01/2019 - Vale garante que água e lama de barragem não são radioativasFonte: Hoje em Dia
O Governo de Minas confirmou, na manhã desta quinta-feira (31), que a água do Rio Paraopeba que foi atingida pela lama da barragem Mina do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, apresenta riscos à saúde humana e animal. O líquido e o os rejeitos, contudo, não são radioativos, garante Vale.
Em nota, a mineradora admitiu que usou fontes radioativas na represa, mas afirmou que o método foi substituído por um mecânico, que não apresenta materiais com radiação. "A Vale deixou de utilizar fontes radioativas para medição da densidade da polpa de minério de ferro na usina de beneficiamento do Córrego do Feijão em 2015".
Segundo a empresa, o material radioativo abandonado há quatro anos foi entregue para o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), conforme determina a legislação brasileira. "Importante destacar ainda que essas fontes de radiação eram blindadas e seladas. Além disso, a Vale adotava todos os controles necessários e regulamentados para garantir a integridade delas", informou a mineradora.
Perigo
Conforme as secretarias de Saúde (SES-MG), de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a água do Paraopeba não está adequada para uso e, por isso, não deve ser consumida pela população.
Segundo a nota técnica, "deve ser respeitada uma área de 100 metros das margens". As secretarias dizem, porém, que o contato eventual não causa risco de morte. Ainda conforme o Estado, a orientação é válida desde a confluência do Rio Paraopeba com o Córrego Ferro-Carvão até Pará de Minas.
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- 31/01/2019 - Ação notifica retirada de para-raios com substância radioativa instalados em prédios de BelémMPPA pede a retirada de equipamentos fabricados com Amerício 241, substância radioativa que causa danos à pele. Cerca de 15 prédios em Belém estão irregulares
MPPA pede a retirada de equipamentos fabricados com Amerício 241, substância radioativa que causa danos à pele. Cerca de 15 prédios em Belém estão irregulares
Fonte: G1 - Pará
Um inquérito civil foi instaurado para notificar a retirada de todos os para-raios radioativos existentes em prédios de Belém. De acordo com o Ministério Público do Pará (MPPA) todos os equipamentos que utilizarem a substância Amerício 241 serão notificados. Segundo o MPPA, já foram identificados 15 prédios da capital que possuem equipamentos apropriados.
O uso do Amerício 241 em para-raios foi proibido em 2007 por uma lei municipal, que atendeu uma exigência do Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN). De acordo com o conselho, a substância usada na fabricação dos para-raios é radioativa e pode causar danos à saúde.
Em nota, a Companhia das Docas do Pará (CDP) e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informaram ao Ministério Público do Estado que retiraram os para raios seguindo as normas do CNEN.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear editou um manual com as instruções passo a passo para remoção, acondicionamento e transporte de para raios radioativos. Entre os cuidados previstos estão: utilização de luvas, cápsula metálica resistente, saco plástico, material de enchimento da cápsula. Por último, o material deve ser rotulado e enviado a um dos três institutos brasileiros habilitados a receber os para raios radioativos.
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- 29/01/2019 - Gestão da energia nuclear no governo Bolsonaro preocupa a Argentina, afirma jornalO relacionamento nuclear entre Brasil e Argentina vem preocupando autoridades em Buenos Aires e precisa ser rediscutido com o governo do presidente Jair Bolsonaro, segundo informações publicadas pelo jornal argentino Clarín.
O relacionamento nuclear entre Brasil e Argentina vem preocupando autoridades em Buenos Aires e precisa ser rediscutido com o governo do presidente Jair Bolsonaro, segundo informações publicadas pelo jornal argentino Clarín.
Fonte: Sputnik Brasil
A corrida nuclear aberta entre os dois países na década de 1970, quando ambos eram comandados por ditaduras militares, só foi pacificada em 1985, por acordos assinados pelos presidentes José Sarney e Raúl Alfonsín.
A declaração nuclear conjunta de 1986 e a Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC), criada em 1991, permitiram um processo de inspeções e cooperação nuclear para fins pacíficos entre os dois países.
Entretanto, o atual momento político do Brasil vem tirando o sono da classe política argentina, de acordo com o jornal.
"A realidade política brasileira é a de uma militarização visível do programa nuclear – originalmente dedicado a fins civis – pelas mãos quase hegemônicas da Marinha do Brasil. Isso tem levantado bastante a algumas suspeitas na Argentina ainda mais quando o almirante [Bento Costa Lima Leite] encarregado do projeto de construção de um submarino nuclear, que foi apresentado em dezembro passado, foi nomeado ministro da Energia do governo de Jair Bolsonaro. Tudo foi visto como um sinal político em Buenos Aires", informou o Clarín.
A publicação ainda relembra que as relações bilaterais antes fortalecidas pelo acordo de quatro partes que incluiu cada país, a ABACC e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), agora estão em xeque, sobretudo porque Brasília exerce uma política nuclear "nem sempre conveniente para seus vizinhos".
No recente encontro entre Bolsonaro e o presidente argentino Mauricio Macri, que visitou a capital brasileira, o secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência argentina, Fulvio Pompeo, trouxe ao conhecimento das autoridades brasileiras as preocupações em torno do que pensa o governo do Brasil sobre a energia nuclear, "particularmente o chefe do bloco peronista no Senado, Miguel Angel Pichetto", disse o jornal.
"O Brasil está relutante em ampliar os controles da AIEA sobre seu programa nuclear, um tópico com o qual a Argentina não tem problemas, e há muito tempo pede sem sucesso a assinatura de protocolos adicionais de salvaguardas, o que atualizaria o controle e a inspeção", ponderou a publicação, algo que marca "uma linha de desacordos crescentes entre Brasil e Argentina que as autoridades insistem em negar".
"Se Buenos Aires continuar aceitando essa posição de Brasília, a ABACC está em perigo. Isso também precisa de certos ajustes que a realidade indica", complementou o Clarín. O jornal pontuou ainda que as exportações de tecnologia nuclear do país vizinho vêm sofrendo com a falta de medidas adicionais que estariam sendo negadas por Brasília.
O governo Macri vem buscando ainda que o Brasil apóie a candidatura argentina de Rafael Grossi, especialista nuclear e embaixador do país em Viena, para comandar a AIEA. Por ora, não se sabe se Bolsonaro endossará o pleito de Buenos Aires. Nem se os argentinos terão acesso a detalhes do submarino nuclear, que deve estar pronto em 2029.
"O projeto do submarino nuclear brasileiro e os elementos combustíveis do submarino, cujo nível de enriquecimento de urânio ainda é desconhecido, representam um desafio para a ABACC", sentenciou o Clarín.
Por ora, o governo Bolsonaro deu poucas indicações do que pretende no âmbito nuclear. A conclusão da usina de Angra 3 e o prosseguimento do projeto do submarino nuclear, construído com tecnologia francesa, foram os dois pontos mais claros na área.
Do lado argentino, a gestão Macri fechou recentemente um acordo nuclear com a Rússia para a construção de usinas no país – com fins pacíficos, sublinhou a Casa Rosada.
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- 29/01/2019 - Fumaça de incêndio na Serra não tem radioatividade, diz Corpo de BombeirosPlaca alertando para a presença de material radioativo chamou a atenção de moradores da região; Petrobras e Corpo de Bombeiros dizem que não há risco à sociedade
Placa alertando para a presença de material radioativo chamou a atenção de moradores da região; Petrobras e Corpo de Bombeiros dizem que não há risco à sociedade
Fonte: Gazeta Online
Após uma tarde de domingo cheia de fumaça na Grande Vitória por conta de um incêndio que atingiu a base da Petrobras na Rodovia do Contorno, na Serra, muitos internautas do Gazeta Online continuaram preocupados nesta segunda-feira (28) com as consequências da enorme nuvem de fumaça que pode ser vista de vários pontos da Grande Vitória. É que uma placa fixada no Terminal Industrial e Multimodal da Serra (Tims), no local do incêndio, fazia um alerta à presença de material radioativo.
Afinal, a fumaça carrega elementos radioativos ou não? A Petrobras descartou essa possibilidade e garantiu que não há motivos para alarde.
"O material que foi consumido no incêndio é composto em sua quase totalidade por plásticos. No local, há também um galpão para estocagem de substância de baixo nível de radiação, contida na área de armazenamento, sem oferecer risco para as pessoas ou o ao meio ambiente. Esse espaço está isolado, atendendo a todos os requisitos de segurança. Após o término do combate ao incêndio, esse material será recondicionado de acordo com as normas dos órgãos reguladores e estocado em um novo galpão."
QUE DIZ O CORPO DE BOMBEIROS
O porta-voz do Corpo de Bombeiros do Estado, tenente-coronel Carlos Wagner Borges, confirmou a existência de material radioativo no local do incêndio, mas explicou que o índice de radioatividade do material naquele depósito é muito baixo, o que não traz perigo à saúde humana nem ao meio ambiente.
"Realmente é um material que tem base radioativa, mas isso não traz prejuízo à comunidade local. Nós fizemos o contato com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), órgão que mede nível de radiação no Brasil, ligado diretamente ao Ministério da Ciência e Tecnologia, e eles disseram que o material apresentou 0,04 mSv (milésimos de Sievert, unidade que mede os efeitos biológicos da radiação) por hora, na zona fria e 0,04 por hora a cinco metros da área quente. Ou seja, está abaixo da tolerância determinada por lei no Brasil que é de 0,50 mSv, então não traz problema à população capixaba", garante.
O tenente-coronel disse ainda que o produto tóxico é a borra de petróleo. "Esse produto que é borra de petróleo é um mineral. O que queimou é o plástico dos tonéis, as boias que servem de balizadores, e não o produto químico. Não há motivo para nos preocuparmos. O Corpo de Bombeiros foi na área quente (local onde aconteceu o fogo) com as equipes e não tem nenhum risco nesse sentido. O Cnen veio do Rio de Janeiro aqui para fazer as medições e não encontrou nenhum problema, caso contrário nossa equipe de Corpo de Bombeiros não estaria no local. Eu mesmo estive lá e constatei isso", acrescentou.
Borges garante que se houvesse qualquer risco à vida humana, o Corpo de Bombeiros capixaba teria evacuado a área do incêndio e até mesmo a cidade, se necessário. Por isso reforça que não há motivo para alarde.
O Corpo de Bombeiros informou na noite desta segunda-feira (28) que o incêndio foi considerado extinto. As chamas foram combatidas desde as 17 horas de domingo (27) até as 19h30 desta segunda.
O QUE DIZ A COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR
Acionada pela reportagem do Gazeta Online, a CNEN - que está com uma equipe na Serra - enviou uma nota sobre o assunto.
O local onde ocorreu o incêndio da Petrobras, Terminal Intermodal –TIMs em Vitoria-ES, armazena temporariamente tambores e contêineres contendo borras oleosas oriundas de descomissionamento proveniente de operação offshore da produção de petróleo. É um material radioativo de origem natural denominado de NORM (Naturally-Occurring Radioactive Materials), que possui concentração de radionuclídeos levemente superior aos limites de isenção e é objeto de controle regulatório da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) em concordâncias com as Normas reguladoras.
Ao tomar ciência do incêndio, a CNEN providenciou o deslocamento de uma equipe para o local para fazer a verificação das condições de integridade dos tambores e dos contêineres, bem como avaliar as providências a serem tomadas.
A CNEN solicitará da Petrobras um relatório sobre o ocorrido e irá acompanhar as ações de remediação que deverão ser implementas pela empresa de modo a assegurar o controle regulatório e a proteção radiológica da população e do meio ambiente.
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- 26/01/2019 - Drone do Greenpeace 'ataca' usina nuclear na França com granada de fumaçaUm veículo aéreo não tripulado da organização ambiental Greenpeace lançou uma granada de fumaça em uma usina nuclear localizada em Cape La Hague, no noroeste da França, informou um porta-voz do grupo Orano, a empresa que gere essas instalações.
Um veículo aéreo não tripulado da organização ambiental Greenpeace lançou uma granada de fumaça em uma usina nuclear localizada em Cape La Hague, no noroeste da França, informou um porta-voz do grupo Orano, a empresa que gere essas instalações.
Fonte: Sputnik Brasil
"Esta manhã, o complexo de La Hague detectou a invasão área por dois drones, um dos quais jogou uma granada de fumaça no teto de uma das piscinas [da usina nuclear]", disse o representante, citado pela mídia local.
A filial da organização não governamental francesa twittou fotos do ocorrido, afirmando que o intuito da ação era de "destacar a vulnerabilidade e a saturação deste edifício".
Para o Greenpeace, a instalação atômica não possui condições seguras, sendo incapaz de "proteger os depósitos, cheios de materiais nucleares, em caso de operações aéreas maliciosas".
O representante da usina de processamento nuclear afirmou que entrará com uma ação contra a organização ambiental por violação das regras, além de ter denunciado o incidente às autoridades.
Um drone do Greenpeace colocou um sinalizador de fumaça de emergência no telhado da piscina da instalação nuclear de Orano, em La Hague (França), para destacar a vulnerabilidade e a saturação deste edifício. A usina contém o equivalente a 100 núcleos de reatores nucleares
Tudo está indo muito bem na usina de Orano la Hague. Exceto o fato de o prédio que abriga o equivalente a mais de 100 núcleos de reatores nucleares ser protegido apenas por um telhado de chapa metálica, vulnerável e de fácil acesso
O porta-voz também informou que o ocorrido não prejudicou a segurança da instalação.
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- 24/01/2019 - CNEN divulga segunda nota de esclarecimento sobre equipamento localizado em Arapiraca, AlagoasA Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) divulgou nova nota de esclarecimento, na manhã de 24 de janeiro, referente ao equipamento de raio X encontrado em um ferro velho localizado em Arapiraca, Alagoas.
NOTA DE ESCLARECIMENTO 2A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) esclarece que, conforme informado anteriormente e de acordo com os procedimentos de resposta à emergência radiológica, enviou técnicos para a cidade de Arapiraca, no Estado de Alagoas, a fim de analisar a denúncia sobre a presença de substância radioativa em uma cápsula encontrada em um ferro velho.
A equipe constatou que o material encontrado não possui substância radioativa, sendo parte de um equipamento de raios-x sem condições de uso e que somente poderia produzir a emissão de radiação se estivesse conectado à rede elétrica. A CNEN atestou, portanto, que não há presença de elemento radioativo no material apreendido, não havendo risco radiológico para a população ou necessidade de qualquer ação complementar da Comissão.
Rio de Janeiro, 24/01/2019, 09:30
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- 23/01/2019 - Material radioativo apreendido pela Vigilância Sanitária não contém Césio-137Fonte: Prefeitura de ArapiracaA Vigilância Sanitária de Arapiraca vem a público esclarecer que, após análise do material apreendido na tarde desta terça-feira (22), em um ferro-velho de Arapiraca, ficou constatado que não contém Césio-137, como informado anteriormente.
De acordo com o coordenador da Vigilância Sanitária do Município, Edilson Melo, a primeira avaliação foi realizada pela empresa Máxima, de recolhimento de material químico e radioativo, que descartou a hipótese de se tratar de uma cápsula contendo Césio-137, mas de um tubo de raio-X.
"Nesse caso, em se tratando de um tubo de raio-X, nos tranquilizamos e também a própria população. O material foi encontrado fechado, por isso não apresenta perigo. E, mesmo se tivesse sido aberto, não teria a proporção do Césio-137. O risco de contaminação seria restrito para quem manipulasse o material”, explicou o coordenador.
Edilson Melo ainda informou que o material encontrado também vai passar por avaliação do Centro Regional de Ciências Nucleares. E que o tubo está guardado em lugar seguro, aguardando o recolhimento adequado da empresa.
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- 23/01/2019 - Nota de esclarecimento da CNEN sobre equipamento localizado em Arapiraca, AlagoasDivulga-se, a seguir, nota de esclarecimento da CNEN referente a equipamento localizado em ferro velho no município de Arapiraca, Alagoas:- Publicado: Quarta, 23 de Janeiro de 2019, 12h24
- Última atualização em Quarta, 23 de Janeiro de 2019, 12h28
NOTA DE ESCLARECIMENTOA Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) esclarece que tomou conhecimento na noite do dia 22/01, às 21 horas, de denúncia sobre uma cápsula com presença de substância radioativa, supostamente Césio 137, na cidade de Arapiraca, no Estado de Alagoas.Imediatamente acionou sua equipe de emergência a fim de averiguar a ocorrência e técnicos estão se dirigindo para o local.
A princípio, com base nas informações recebidas da Vigilância Sanitária de Arapiraca, não se trata de cápsula contendo Césio, mas, possivelmente, de uma peça de mamógrafo, equipamento que não possui material radioativo e é acionado somente através de corrente elétrica. Mesmo assim, a CNEN está atuando de acordo com os procedimentos de emergência da Comissão e atualizará as informações após a conclusão dos trabalhos no local.
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- 22/01/2019 - Prefeitura de Arapiraca diz que cápsula contendo césio-137 foi encontrada em ferro-velhoObjeto foi encontrado após denúncia anônima. Há 30 anos, incidente em Goiânia envolvendo esse material radioativo se tornou o maior acidente radiológico do mundo.
Objeto foi encontrado após denúncia anônima. Há 30 anos, incidente em Goiânia envolvendo esse material radioativo se tornou o maior acidente radiológico do mundo.
Fonte: Site G1A prefeitura de Arapiraca informou que uma cápsula de raio-x contendo césio-137, uma substância radioativa extremamente perigosa para a saúde, foi encontrada em um ferro-velho da cidade na tarde desta segunda-feira (22).
A cápsula foi recolhida pela Vigilância Sanitária Municipal no bairro São Luiz II, após uma denúncia anônima.
Ao ser informado a respeito do risco que corria, o dono do estabelecimento entregou a cápsula, que havia sido retirada de um equipamento de mamografia. Ele, no entanto, não disse como a conseguiu.
O coordenador da Vigilância Sanitária Municipal, Edilson Melo, explica que se a empresa que fez o descarte incorreto for identificada, poderá responder criminalmente por ter colocado a comunidade em risco.
"Ela fechada não tem perigo nenhum, mas se tivesse sido aberta, as pessoas correriam risco de contaminação. Conseguimos evitar uma tragédia como a que houve em Goiânia (GO) há 32 anos”, diz Melo.
O incidente citado pelo coordenador ocorreu em 13 de setembro de 1987, quando catadores localizaram um aparelho de radioterapia, semelhante ao encontrado no município alagoano, desmontaram e venderam a um ferro-velho.
O pó de coloração azul que ficava no equipamento causou quatro mortes e contaminou, pelo menos, 249 pessoas. Esse ficou conhecido como o maior acidente radiológico do mundo.
Quem tiver informações que possam ajudar a localizar o responsável pelo descarte da cápsula ou quiser fazer outras denúncias, pode ligar para a Vigilância Sanitária de Arapiraca pelo telefone (82) 3530-3302, das 8h às 14h.
NOTA DE ESCLARECIMENTO DA CNEN
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- 22/01/2019 - Cápsula com césio 137 é achada em ferro velho, e AL evita acidente nuclearFonte: UOL
Aliny Gama
Colaboração para o UOL, em MaceióUma cápsula de raio-X contendo césio 137 foi recolhida de um ferro-velho pela Vigilância Sanitária de Arapiraca (AL). As autoridades chegaram à peça na tarde desta terça-feira (22), após denúncias anônimas. Aparentemente, a peça não foi manipulada, nem aberta. A 130 quilômetros de Maceió e com cerca de 200 mil habitantes, Arapiraca evitou, por sorte, uma tragédia como a de 1987 em Goiânia, quando catadores de lixo manipularam uma cápsula similar e contaminaram centenas de pessoas com material radioativo.
Na ocasião, catadores de lixo desmontaram um aparelho de radioterapia e venderam uma cápsula, similar à encontrada hoje, para um ferro-velho em Goiânia. Desmontada, a cápsula liberoucésio-137, substância radioativa que ocasionou o maior acidente radioativo fora de uma usina nuclear da história. Em Goiânia, há 31 anos, quatro pessoas morreram e centenas ficaram com sequelas. Em Arapiraca, até o momento, não há relatos, nem indícios de vazamento de material radioativo.
Enredo parecido
O proprietário do ferro-velho de Arapiraca disse à Vigilância Sanitária que a cápsula fazia parte de um aparelho de mamografia. Ainda não se sabe a quem o aparelho pertencia, nem há quanto tempo a cápsula estava no ferro-velho. A cápsula estava intacta, mas o objeto deveria ter sido descartado por empresa especializada em lixo radioativo devido ao perigo de contaminação. A Polícia Civil vai apurar as responsabilidades e como o objeto chegou ao ferro-velho. "Se a empresa que fez o descarte incorreto for identificada, poderá responder criminalmente pelo fato de ter colocado a comunidade em risco", informou a Vigilância Sanitária da cidade.
A Vigilância Sanitária disse que o material foi recolhido e não apresentou riscos à população porque estava intacto. "A cápsula estava fechada, não tem perigo nenhum. Se tivesse sido aberta, as pessoas correriam risco de contaminação. Conseguimos evitar uma tragédia como a que houve em Goiânia há 31 anos", afirmou o coordenador da vigilância sanitária, Edilson Melo. Acidente em Goiânia Um acidente com material semelhante ao apreendido hoje em Arapiraca ocorreu há 31 anos em Goiânia. Em setembro de 1987, catadores de lixo localizaram um aparelho de radioterapia em uma clínica desativada, furtaram a máquina e a levaram para casa.
Para tentar aproveitar partes da equipamento como ferro velho, desmontaram a máquina e iniciaram, assim, umrastro de poluição radioativa que atingiu centenas de pessoas. Sem saber do que se tratava, muitos se encantaram com o pó azulado brilhante resultado da desintegração do césio-137 e se contaminaram.Quatro pessoas morreram e centenas foram afetadas.
Na ocasião, cerca de mil pessoas foram colocadas no estádio de Goiânia para receber atendimento médico e não contaminar mais pessoas. Bombeiros, policiais e outros profissionais envolvidos no socorro das vítimas também tiveram complicações de saúde. Até hoje as pessoas que tiveram contato o material radioativo passam por tratamento médico. Muitos desenvolveram doenças como como câncer de mama, leucemia, hipertensão e outros distúrbios. O acidente foi classificado como nível 5 (acidentes com consequências de longo alcance) na Escala Internacional de Acidentes Nucleares -- que vai de zero a sete. A contaminação em Goiânia pelo césio-137 é até hoje o maior acidente radioativo do Brasil e oo maior do mundo ocorrido fora de usina nuclear.
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- 16/01/2019 - Por 'partícula de Deus', CERN quer acelerador de partículas 4 vezes maiorFonte: UOL
Helton Simões Gomes
Do UOL, em São Paulo
A Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN) pretende construir um acelerador de partículas quatro vezes maior que o equipamento usado atualmente, com cerca de 100 km em formato circular.
O novo laboratório, chamado de Futuro Colisor Circular (FCC, na sigla em inglês), também ficaria próximo a Genebra, na Suíça, e substituiria o Grande Colisor Hádrons (LHC), que foi usado para descobrir o bóson de Higgs. Chamada de "partícula de Deus", ela é um elemento subatômico que, segundo os físicos, seria o que dá massa às demais partículas, como elétrons e átomos.
O novo laboratório, chamado de Futuro Colisor Circular (FCC, na sigla em inglês), também ficaria próximo a Genebra, na Suíça, e substituiria o Grande Colisor Hádrons (LHC), que foi usado para descobrir o bóson de Higgs. Chamada de "partícula de Deus", ela é um elemento subatômico que, segundo os físicos, seria o que dá massa às demais partículas, como elétrons e átomos.
Colisores de partícula como o LHC enviam partículas a velocidades muito altas para que se choquem umas com as outras e permitam que os pesquisadores analisem alguns detalhes. Quando estiver em pleno funcionamento, o FCC vai permitir que as partículas colidam com dez vezes a energia da permitida pela LHC.
A expectativa dos cientistas do CERN é que o novo colisor tenha poder suficiente para que consigam estudar com mais precisão o bóson de Higgis e outras questões fundamentais para compreender o Universo, como a composição da matéria escura e por que há mais matéria do que antimatéria.
A ideia do FCC foi elabora em um relatório que envolveu mais de 1.300 colaboradores do CERN, vindos de 150 universidades de todo mundo e que trabalharam durante cinco anos.
"O relatório de projeto conceitual do FCC é uma realização notável. Ele mostra o tremendo potencial da FCC para melhorar nosso conhecimento da física fundamental e avançar muitas tecnologias com amplo impacto na sociedade.” Fabiola Gianotti, diretora-geral do CERN
A construção do colisor precisa de autorização das autoridades europeias. Se isso acontecer, a previsão é que o equipamento seja entregue em 2040.
Somente a construção do túnel onde as partículas serão aceleradas custará 5 bilhões de euros. A introdução de novas partículas no equipamento ocorreria aos poucos e também dependeria de investimento. A primeira etapa, por exemplo, projetada para colidir partículas chamadas de léptons custaria 4 bilhões. Já a segunda, que chocaria prótons, envolveria a aplicação de 15 bilhões de euros adicionais. -
- 16/01/2019 - Argentina e Brasil trabalham juntos para fechar acordo entre Mercosul e UE, diz chancelerEm declarações anteriores, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o bloco não seria prioridade para o governo brasileiro
Em declarações anteriores, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o bloco não seria prioridade para o governo brasileiro
Fonte: Estadão
Daniel Weterman e Tânia Monteiro, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Faurie, declarou que o país está trabalhando em parceria com o Brasil para terminar a negociação do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, que se arrasta por duas décadas
"Estamos neste momento trabalhando para concluir em conjunto as negociações que temos levado adiante, que estão muito prontas, a primeira de todas é a de Mercosul e União Europeia. E temos que ir ver depois quais são as modalidades para seguir trabalhando em outros temas", afirmou o chanceler argentino após reunião de comitivas dos dois países no Palácio do Planalto.
Em declarações anteriores, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Mercosul não seria prioridade para o governo brasileiro. Nesta quarta-feira, 16, Bolsonaro defendeu um Mercosul "enxuto" que elimine burocracias. Perguntado sobre o posicionamento do presidente brasileiro em relação ao Mercosul, o chanceler argentino não quis comentar sobre o conteúdo do discurso de Bolsonaro. Apenas afirmou que os dois países concordam que a Venezuela –suspensa do bloco – precisa recuperar sua democracia.
Acordos
Brasil e Argentina assinaram nesta quarta-feira, 16, um novo tratado de extradição entre os dois países que dispensa a necessidade de trâmites diplomáticos para o envio de uma pessoa condenada ou processada ao território vizinho. Além desse acordo, Faurie afirmou que as nações seguirão em cooperação em áreas como o desenvolvimento de energia nuclear para fins pacíficos.
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- 14/01/2019 - Irã cria novos tipos de enriquecimento de urânioO chefe do programa nuclear do Irã, Ali Akbar Salehi, disse à TV estatal iraniana que a Organização Iraniana de Energia Atômica (AEOI) está prestes a criar novos tipos de combustível nuclear por conta própria.
O chefe do programa nuclear do Irã, Ali Akbar Salehi, disse à TV estatal iraniana que a Organização Iraniana de Energia Atômica (AEOI) está prestes a criar novos tipos de combustível nuclear por conta própria.
Fonte: Sputnik Brasil
"As medidas iniciais foram tomadas para criar um moderno combustível de 20 por cento [de urânio enriquecido] e estamos à beira [de produzi-lo]", disse Salehi, citado pela Associated Press, observando que o Irã não precisa mais depender da engenharia reversa das tecnologias estrangeiras.
Salehi deixou claro que asmedidas tomadas pela AEOI são preliminares e que o "combustível moderno" que o Irã pretende produzir aumentariam a eficiência do reator de Teerã, de 50 anos, que consome combustível de urânio enriquecido a 20%.
"Fizemos esse progresso na ciência nuclear e na indústria que, em vez da engenharia reversa e do uso de projetos por outros, podemos projetar novos combustíveis", disse Salehi.
O Irã tem permissão para produzir combustível nuclear sob certas condições que devem ser aprovadas por um grupo de trabalho convocado pelos signatários do acordo nuclear de 2015, também conhecido como Plano de Ação Integral Conjunto.
O JCPOA foi aceito com a condição de que o Irã não enriquecesse urânio acima de 3,67%. O Irã estava chegando a 20% antes do acordo. Washington retirou-se do Plano Conjunto de Ação Conjunta (JCPOA), o marco do acordo de 2015 sobre o programa nuclear do Irã, em maio passado, e reintroduziu uma série de duras sanções contra a República Islâmica desde então. A retirada foi criticada pelos outros signatários do JCPOA, incluindo Rússia, China e várias potências europeias, que se esforçam para salvar o acordo.