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- 01/11/2018 - Usuários na BESSY II: NAFION, a talentosa membrana para células a combustível e impressão 4D (HZB Blog Science)Materiais de ionômero termoplásticos como Nafion têm muitos talentos: podem ser usados como membranas para troca de prótons em células de combustível, mas também atraíram a atenção como materiais de memória de forma: através de estímulos externos como calor ou um campo elétrico, é possível desencadeie uma mudança nas formas. Aplicações em têxteis, biomedicina, aeroespacial, sensores e revestimentos são possíveis.
Materiais de ionômero termoplásticos como Nafion têm muitos talentos: podem ser usados como membranas para troca de prótons em células de combustível, mas também atraíram a atenção como materiais de memória de forma: através de estímulos externos como calor ou um campo elétrico, é possível desencadeie uma mudança nas formas. Aplicações em têxteis, biomedicina, aeroespacial, sensores e revestimentos são possíveis.
Fonte: HBZ Blog Science (leia artigo no original)
Por Antonia Roetger
Nafion: uma membrana com memória de forma
Nafion é um desses materiais: como uma membrana em uma célula de combustível, sua alta condutividade de prótons permite uma passagem rápida de íons de hidrogênio (prótons).E sua forma interna desempenha um papel crucial.Agora, uma equipe do Brasil analisou no BESSY II quais processos ocorrem durante a transição de fase relevante de uma forma para outra.Isso pode até levar a materiais de impressão, que podem mudar de forma com o tempo, a chamada impressão 4D.
Topologia de Nafion revelando a estrutura da forma interna medida por microscopia de força atômica.
Via Email, me correspondi com o usuário BESSY-II Dr. Bruno Ribeiro de Matos, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN, São Paulo, Brasil.Ele fez muita pesquisa sobre Nafion e seu comportamento no BESSY II.Seus resultados são publicados em relatórios científicos, o periódico de acesso aberto da Nature.Aqui você pode ler a entrevista:
Dr. Ribeiro de Matos, em que tipo de materiais você está trabalhando e por quê?Bruno Ribeiro de Matos: Trabalhamos com polímeros que contêm íons, chamados polímeros ionoméricos.Várias empresas e grupos de pesquisa em todo o mundo desenvolveram polímeros contendo íons para diversas aplicações.Entre eles, células de combustível de eletrólito de polímero e impressão 4D, o que significa: Impressão de materiais que são capazes de mudar sua forma por um estímulo externo, como a temperatura.
O que você queria descobrir?
Bruno Ribeiro de Matos: Alguns ionômeros da família dos ionômeros de perfluorossulfonato (PIMs) exibem a mais alta condutividade conhecida entre os condutores sólidos de prótons. Mas ainda não entendemos por que essa alta condutividade é possível - quais são os mecanismos subjacentes, que permitem que esses íons pulem na matriz polimérica.Essa compreensão mais profunda poderia nos permitir projetar novos ionômeros de alto desempenho.Como você conseguiu obter mais informações sobre esses materais?
Bruno Ribeiro de Matos: Nosso grupo no IPEN está trabalhando em conjunto com pesquisadores do HZB, Dr. Lili Puskar e Dr. Ulrich Schade no BESSY II. Usamos dois métodos diferentes e combinamos os dados. Um deles é a espectroscopia de infravermelho distante (FIR), o outro método é a espectroscopia dielétrica de banda larga (BDS). Ambos fornecem informações sobre o ion-hopping entre diferentes escalas de comprimento da matriz de ionômetro. Nós estudamos nossas amostras em uma ampla gama de frequencias, de frequencias muito altas (~ 1012 - 1013Hz) para o infravermelho distante (FIR) em que os movimentos vibracionais de íons ocorrem, e dentro da faixa de baixa frequência ( ~ 10-2 - 107Hz - BDS) que reflete interações entre os movimentais de íons e a dinâmica da rede de polímeros.O que você esperava aprender com o experimento?
Bruno Ribeiro de Matos: Anteriormente, foi demonstrado que algumas propriedades intrigantes dos ionômeros estavam profundamente ligadas à chamada transição-a. Por exemplo, uma "memória de forma". A origem da transição-a , no entanto é obscurecida, uma vez que muitos processpos interdependentes ocorrem. Com o nosso experimento em BESSY II, encontramos uma conexão entre a forma dos blocos de construção do ionômero, a dinâmica da rede iônica e as propriedades mecânicas e de condução. Acreditamos que esta é uma regra prática para a seleção e desenvolvimento de materiais de ionômero de alto desempenho.Ao aquecer acima de 120 ° C, as hastes de Nafion-polímero se contraem e as ligações cruzadas iônicas são trocadas.Após aquecimento adicional> 140 ° C, as hastes tornam-se uma espécie de bobinas desarrumadas.Isso é reversível.
Quais resultados são realmente novos?Bruno Ribeiro de Matos: As medições FIR e BDS foram realizadas em condições não exploradas anteriormente. Houve uma correspondência muito boa entre as medições FIR e BDS, em que a primeira indicou o comportamento térmico das interações eletrostáticas entre grupos iônicos agregados, e a última mostrou que a forma de tais agregados iônicos transita de uma forma semelhante a haste para uma conformação espiralada. Isso acontece em uma condição crítica especificada pela dinâmica relativa de troca de íons e polarização de carga. Então, nós entendemos agora que a condutividade do próton não depende apenas da morfologia, mas de uma relação entre o tempo de relaxamento para polarização de carga das cadeias de ionômero e o tempo de relaxamento para o íon-hopping.
Quais são as possíveis novas aplicações?
Bruno Ribeiro de Matos: Esses materiais ionoméricos "falam” diretamente com a comunidade de células de combustível. No entanto, nossos resultados também são de grande interesse para outros tópicos de pesquisa, como design muscular artificial, eletrocatalisadores, mas também para impressão 3D e 4D. Esses materiais foram apontados como materiais de alto desempenho para impressão 3D. Tais ionómeros possuem uma propriedade interessante não encontrada em polímeros convencionais;eles têm a capacidade de memorizar diferentes formas que mudam com o tempo quando o estímulo apropriado é aplicado, como calor, umidade e potencial elétrico. Essa assim chamada propriedade de memória de forma adiciona outra dimensão ao produto final: tempo (impressão 4D). Pode ser usado, por exemplo, como um material de embalagem de alimentos que é capaz de encolher quando é permitido aquecer quando removido da prateleira refrigerada do supermercado, protegendo assim os alimentos.
E quais são os próximos passos?
Bruno Ribeiro de Matos: Realizamos todas as caracterizações das amostras no estado seco, pois a presença de água aumenta a complexidade na compreensão dos dados. Agora podemos avançar e realizar nossos experimentos para amostras na forma hidratada e com diferentes graus de conteúdo iônico. A investigação dos ionômeros no estado úmido é um passo preliminar para a compreensão do papel de um solvente na dinâmica dos relaxamentos e na forma dos blocos de ionômero. Este desenvolvimento é considerado um passo fundamental para o avanço de ambas as células de combustível de eletrólito de polímero e tecnologias de impressão 4D.
Obrigado e vejo você novamente no BESSY II!
Os resultados são publicados em relatórios científicos (2018), o periódico natureza acesso aberto.
Interação da dinâmica de relaxamento de α / β e da forma dos blocos de construção dos ionómeros.
Bruno R. Matos, Rodolfo Politano, José Fernando Q. Rey, Daniel Hermida-Merino, Ulrich Schade, Ljiljana Puskar e Fabio C. Fonseca
Jaqueline da Souza (hoje estudante de doutorado no IPEN) foi aluna de verão na HZB em 2017. Em sua curtapostagem,ela descreve seu projeto de verão na HZB na Nafion.
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- 31/10/2018 - CEO da New Midia palestra sobre o impacto da Internet das Coisas na educaçãoSandra Janostiac, da startup do Cietec, ministra palestra no Campus Google São Paulo e apresenta suas tecnologias para o setor educacional
Sandra Janostiac, da startup do Cietec, ministra palestra no Campus Google São Paulo e apresenta suas tecnologias para o setor educacional
Fonte: Site Segs
A Internet das Coisas (IoT) representa o segmento com maior taxa de crescimento atual no contexto de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). De acordo com a Internet World Stats, o número de usuários conectados foi de 3,8 bilhões, em março de 2017. Este cenário criou condições para o crescimento do uso de novas tecnologias como recursos educacionais. Para discutir o impacto que a transformação tecnológica pode trazer à educação, a empresária Sandra A. S. Biasi Janostiac, CEO da New Midia, startup da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo USP/IPEN–Cietec, ministrará palestra sobre o tema, no dia 08 de novembro, às 10 horas, no Campus da Google, em São Paulo (SP).Durante a palestra, Sandra abordará o que é Internet das Coisas, como a evolução tecnológica impactará o cotidiano escolar, os desafios e oportunidades deste novo cenário, além do projeto "Future Classroom Lab”, da European Schoolnet (EUN), que apoia a divulgação e a expansão de abordagens pedagógicas inovadoras e avançadas com as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) para o ensino e a aprendizagem em ambiente de Sala de Aula do Futuro.
A New Midia é uma das empresas pioneiras na criação de tecnologias para o setor educacional. Um dos seus principais projetos está sendo desenvolvido no Cietec. Trata-se da Catraca Virtual, tecnologia idealizada para monitorar e liberar o acesso de pessoas em ambientes que controlam a circulação de pessoas para segurança, substituindo as tradicionais catracas físicas. A Catraca Virtual funciona por meio de dispositivos de IoT que interagem com uma plataforma de serviços, trazendo vários benefícios para escolas, hospitais e empresas.
Segundo Sandra, as novas tecnologias poderão ajudar as escolas a superar o desafio de capacitar alunos, às competências necessárias para o século XXI. "A escola do futuro tem como missão desenvolver em seus alunos, habilidades socioemocionais, tais como, pensamento crítico, comunicação, criatividade, trabalho em equipe, resolução de conflito e flexibilidade”, explica a executiva.
De acordo com Sergio Risola, diretor-executivo do Cietec, fortalecer startups que geram negócios de impacto na sociedade é um dos principais objetivos do Cietec. "Somos a maior fábrica de startups do Brasil, oferecemos todos os subsídios para o desenvolvimento e sucesso de projetos que contribuem para a sociedade”, afirma Risola.
Serviço:
Palestra - Internet das Coisas (IOT), escola do futuro e competências do século XXI
Data: 08 de novembro de 2018
Horário: 10 horas
Local: Campus Google São Paulo (Rua Coronel Oscar Porto, 70 – Paraíso. São Paulo/SP)
Inscrições: http://bit.ly/2CkSV7T
Sobre o Cietec
O Cietec - Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, fundado em abril de 1998, tem como missão incentivar o empreendedorismo e a inovação tecnológica por meio da criação, fortalecimento e a consolidação de empresas de base tecnológica. O Cietec apoia a transformação de conhecimento em produtos e serviços para o mercado, a inserção no ecossistema de inovação, a capacitação técnica e de comercialização, contribuindo para o aumento da competitividade no Brasil. O Cietec é a entidade gestora da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica USP/IPEN, onde são conduzidos processos de incubação de empresas inovadoras, em diferentes níveis de maturidade. Nesses processos, são oferecidos serviços de apoio para demandas nas áreas de gestão tecnológica, empresarial e mercadológica, aproximação com o investimento-anjo, capital semente e venture capital, recursos de fomento público, além de infraestrutura física para a instalação e operação dessas empresas.
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- 29/10/2018 - CNEN publica edital de comitê de busca de diretores para suas unidades técnico-administrativasFonte: Site da CNEN
- Publicado: Segunda, 29 de Outubro de 2018, 15h25
- Última atualização em Quinta, 01 de Novembro de 2018, 11h33
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), lançou nesta segunda-feira (29) o edital para o Comitê de Busca para seleção de diretores das seguintes unidades técnico-científicas da CNEN: Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN/NE) e Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD). Podem se candidatar ao cargo brasileiros natos ou naturalizados com notório conhecimento, portadores de diploma de doutorado e experiência profissional compatível com as áreas de atuação da unidade à qual pretende concorrer.
Os interessados em concorrer às vagas têm até o dia 01 de dezembro para enviar EXCLUSIVAMENTE POR MEIO ELETRÔNICO, para o endereço de e-mail comitedebusca@cnen.gov.br, com cópia para presidencia@cnen.gov.br, os documentos exigidos para candidatura, que incluem carta com solicitação de inscrição no processo de seleção, currículo Lattes atualizado. Deve ser encaminhado, também, texto de até cinco páginas descrevendo a visão de futuro para a Unidade pretendida e seu projeto de gestão.
Além da avaliação dos documentos solicitados, o processo seletivo incluirá uma apresentação pública e uma entrevista privada dos candidatos com o Comitê de Busca.
-Edital CNEN-PR n° 004, de 26 de outubro de 2018
-Edital CNEN-PR n° 004, de 26 de outubro de 2018 (RETIFICADO)
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- 29/10/2018 - Comitiva de especialistas da Argentina conhecem as atividades do Setor Nuclear da MarinhaFonte: Defesa.Net
No período de 24 a 28 de setembro, uma Comitiva de especialistas argentinos, acompanhada pelo Assessor-Chefe de Relações Institucionais e Comunicação Social da DGDNTM, Contra-Almirante (RM1) José Roberto Bueno Junior, teve a oportunidade de conhecer algumas atividades desenvolvidas pela Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), bem como de outras instituições ligadas ao Setor Nuclear Brasileiro.
A Comitiva argentina foi composta pelo Subsecretário de Energia Nuclear, Julián Galdano; pelo Diretor Nacional de Política Nuclear, Facundo Deluchi; Gerente Geral da Comissão Nacional de Energia Atômica da Argentina, Enrique Cinat; pelo Gerente de Projetos Nucleares da INVAP, Juan Pablo Ordoñez; pelo Gerente-Geral da Combustíveis Nucleares Argentinos (CONUAR), Pablo Schroeder; e pelo Presidente da Dioxitek, Alberto Guevara.
No dia 25 de setembro, a Comitiva visitou as instalações do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), organização militar executora do Programa Nuclear da Marinha do Brasil, cujo propósito é capacitar o País no domínio dos processos tecnológicos, industriais e operacionais de instalações nucleares aplicáveis à propulsão naval.
Na ocasião, também tiveram oportunidade de conhecer o Instituto de Pesquisas Nucleares (IPEN), localizado dentro do campus da Universidade de São Paulo (USP). Já no dia 26 de setembro, os especialistas argentinos conheceram as atividades desenvolvidas no Centro Industrial Nuclear de Aramar (CINA), em especial o Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (LABGENE) e o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).
Os dias 27 e 28 de setembro foram dedicados às visitas ao Complexo Naval de Itaguaí (CNI) e à Agência Naval de Segurança Nuclear e Qualidade (AgNSNQ).
A Comitiva de especialistas argentinos pode constatar a grandiosidade do PROSUB, que dotará a indústria brasileira de defesa com tecnologia de propulsão nuclear de ponta, como previsto na Estratégia Nacional de Defesa.
A concretização do Programa fortalece, ainda, setores da indústria nacional de importância estratégica para o desenvolvimento econômico do País, priorizando a aquisição de componentes fabricados no Brasil, sendo, portanto, um forte incentivo ao nosso parque industrial. -
- 29/10/2018 - Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN contrata DiretorA Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN abre processo seletivo para Diretor em quatro Unidades.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN abre processo seletivo para Diretor em quatro Unidades.
Fonte: Concursos no Brasil
A Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN publicou o edital nº 4/2018 referente ao seu processo seletivo que irá preencher cargos de Diretor de Unidade Técnico-Científica. As vagas são destinadas às seguintes unidades: Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN/NE) e Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD).
Os contratos são temporários e o Diretor nomeado irá ocupar o cargo pelo período de 48 meses, podendo se candidatar a recondução apenas uma vez e por igual período. Para tanto, será necessário um novo processo de avaliação por Comitê de Busca.
Requisitos para o cargo
- Ser cidadão de reputação ilibada;
- Possuir conhecimento, capacidade e experiência profissional para o exercício do
cargo;
- Pós-graduação em nível de doutorado;
- Possuir experiência mínima de dez anos de trabalho efetivo em instituições
públicas ou privadas no país ou no exterior. Esta experiência precisa ser em áreas
compatíveis com as áreas de atuação da Unidade à qual pretende concorrer;
- Ter no mínimo experiência de dois anos em cargo de Diretor ou equivalente em
instituição de porte igual ou superior à Unidade à qual pretende concorrer ou dois
anos em cargo em comissão ou função de confiança equivalentes a nível 4, ou
superior, do Grupo Direção e Assessoramento Superiores - DAS, em pessoa
jurídica de direito público interno;
- Possuir capacidade gerencial nas áreas de Administração, Finanças, Pessoal e
Logística;
- Possuir conhecimento da legislação aplicável à Administração Pública;
- Possuir capacidade de promover a cooperação com outras instituições em âmbito
nacional e internacional;
- Possuir capacidade de liderança.Para efetuar sua inscrição o candidato deverá optar por uma Unidade acima descrita e enviar a documentação abaixo listada para o emailcomitedebusca@cnen.gov.br, com cópia parapresidencia@cnen.gov.br até o dia 26 de novembro de 2018.
- Carta endereçada ao Presidente do Comitê. Nela dever solicitar a inscrição no processo de seleção. É necessário fazer referência ao presente edital, com dados pessoais para contato;
- Declaração de que tem pleno conhecimento da legislação aplicável e que concorda com os termos do edital;
- Curriculum Vitae (Currículo Lattes) atualizado;
- Texto digitado, de até cinco páginas. Nele deve descrever seu projeto de gestão. Também é necessário colocar a sua visão de futuro, com base na respectiva área de atuação;
- Cópia de documentação pessoal e comprobatória. São elas: documento de identidade, CPF, título de eleitor, comprovante de residência, diploma(s) e comprovantes de experiência profissional.
Este processo seletivo será composto por análise dos currículos, documentos e propostas dos candidatos, exposição oral pública dos respectivos projetos de gestão e entrevista individual.
Edital
O edital do processo seletivo CNEN está publicado na página 8, seção 3, do Diário Oficial da União, em sua edição nº 208 de 29 de outubro de 2018.
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- 27/10/2018 - Indústria nuclear cria 200 mil empregos em todo mundo nas construções de usinasFonte: O Petróleo
Quem duvida da capacidade da geração nuclear de energia, preste atenção nesses dados: o setor de energia nuclear emprega uma força de trabalho gigante em todo o mundo e deve crescer ainda mais. A revelação é de um relatório especial produzido pela Agência de Energia Nuclear (NEA) e pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Ele diz que são criados cerca de 200 mil empregos por ano por cada gigawatt de construção de capacidade nuclear. A NEA e a AIEA usaram o modelo macroeconômico mais disponível para determinar o emprego total – o modelo de ‘entrada / saída’ – para medir o emprego direto, indireto e induzido do setor de energia nuclear em uma economia nacional. Os autores usaram uma combinação de abordagens na tentativa de criar uma metodologia que possa ser aplicada a todas as fontes.
Os resultados do relatório "Medindo o Emprego Gerado pelo Setor de Energia Nuclear” -sugere um período de dez anos de preparação do local e construção de um reator de água leve de 1.000 MWe de cerca de 1.200 trabalhadores profissionais e de construção, produzindo 12.000 trabalhadores/ano. Durante um período de funcionamento de 50 anos, aproximadamente 600 funcionários administrativos, operacionais e de manutenção e contratados permanentemente são empregados anualmente, ou cerca de 30 mil ano/trabalho. Uma vez que o reator é desligado, mais 500 pessoas são empregadas anualmente durante um período de dez anos de descomissionamento. Além disso, ao longo de um período de cerca de 40 anos, 80 funcionários gerenciam os resíduos nucleares, totalizando cerca de 3 mil homens ano/trabalho.
Este é um total de cerca de 50 mil empregos de mão-de-obra direta por gigawatt durante a construção, operação e desmantelamento do reator, diz o relatório. Além disso, o estudo diz que mais 50 mil empregos-anos de emprego indireto também são criados através da cadeia de suprimento nuclear. Enquanto isso, outros 100 mil empregos/ano induzido são gerados. O emprego total ao longo do ciclo de vida de um reator nuclear de 1000 MW é, portanto, de cerca de 200 mil empregos/anos, conclui o estudo. Embora o estudo tenha sido concluído em 2016, o relatório só foi divulgado após o acordo entre a NEA e a AIEA. A indústria nuclear definiu a meta de energia nuclear para fornecer 25% da eletricidade global até 2050. Serão necessários cerca de 1000 GWe de nova capacidade de geração nuclear para atingir esse objetivo. Geoffrey Rothwell (foto) da NEA, que contribuiu para o estudo, apresentou suas descobertas no Simpósio Anual da World Nuclear Association.
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- 25/10/2018 - Justiça alerta proprietários do antigo Hospital Papi sobre risco de acidente radioativoFonte: Tribuna do Norte
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-21) oficiou a cooperativa Unicred Natal (Sicredi Natal), atual responsável pelo prédio do antigo Hospital Papi, em Natal, que durante inspeção de rotina por um oficial de justiça constatou furto de peças do aparelho de Raio-X após violação da sala onde o equipamento é mantido. O prédio vem sendo violado por moradores de rua e viciados em drogas, com o objetivo de furtar materiais diversos que possam ser vendidos. Não há, por enquanto, qualquer constatação de que essas pessoas tenham tido acesso ao componente onde fica armazenada a fonte radioativa usada no aparelho e segundo o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e técnico em radiação, José Humberto Araújo, um aparelho de raio-x desligado não apresenta riscos de emitir radiação.
O imóvel conta com vigilância eletrônica e, de acordo com informações da Justiça do Trabalho, a empresa de vigilância que presta serviço à cooperativa teria informado ao menos 31 situações de eventual violação do imóvel.
O documento alerta para o risco iminente de um acidente radioativo. O TRT-21 confirma que deve expedir ainda hoje, também em caráter de urgência, um ofício à Comissão Nacional de Energia Nuclear informando sobre a constatação.
De acordo com despacho da Justiça do Trabalho, datado desta quarta-feira (24), em caráter de urgência, o juiz dá ciência à cooperativa e alerta que "a violação ao equipamento de Raio-X, sendo de extrema gravidade eventual vazamento da sua substância radioativa, o Césio, o que acarretaria sérias consequências para a saúde das pessoas que tiverem contato com esse material, inclusive com repercussão no entorno do imóvel e até em outras áreas da cidade, o que necessita de imediata providência”.
A inspeção periódica feita pela Justiça do Trabalho nada tem a ver com fiscalização sobre a forma como está sendo mantido o equipamento. Mas a constatação de que houve violação da sala, e do equipamento, motivou as medidas preventivas e urgentes adotadas pelo judiciário. A inspeção da última segunda-feira era para averiguar a situação de bens móveis que estão no prédio e que são parte de ações trabalhista — 280 processos.
De acordo com o professor José Humberto Araújo, a máquina de Raio-X que estaria sendo violada no local não apresenta riscos em relação a material radioativo. "O aparelho só emite radiação quando está em funcionamento. É preciso alta tensão de energia para gerar”, esclareceu.
Segundo ele, existe um risco pelo material está sendo manipulado por pessoas leigas. "Pessoas que não sejam especialistas não podem estar mexendo em aparelhos eletrônicos e de alta potência, há risco de acúmulo de carga elétrica, o que pode causar um problema”, alertou o professor.
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- 23/10/2018 - Governo espanhol confirma fim da mina de urânio junto a PortugalO Governo espanhol confirmou esta segunda-feira o abandono do projeto da mina de urânio em Alameda de Gardón, em Salamanca, próximo da fronteira com Portugal, indicando que a empresa promotora não apresentou a documentação necessária para avançar.
O Governo espanhol confirmou esta segunda-feira o abandono do projeto da mina de urânio em Alameda de Gardón, em Salamanca, próximo da fronteira com Portugal, indicando que a empresa promotora não apresentou a documentação necessária para avançar.
Fonte: Jornal de Notícias
Em causa está uma resposta dada hoje pelo executivo espanhol ao senador Carles Mulet, indicando que "o Ministério para a Transição Ecológica não recebeu nem o estudo de impacto ambiental, nem o arquivo de informações públicas para o início da fase ordinária de avaliação ambiental".
Ao Governo não chegaram, também, os resultados da consulta pública realizada, acrescenta o executivo na resposta, citada pela agência noticiosa Efe.
O projeto "Salamanca", da empresa Barkeley, previa um investimento total de 250 milhões de euros, a criação de 450 postos de trabalho diretos e 2.000 indiretos, estando o começo da produção previsto para 2019.
Ainda no último fim de semana, mais de duas mil pessoas manifestaram-se em Vitigudino, Salamanca, contra o projeto da mina de urânio, segundo a organização.
Esse protesto foi organizado por empresários de pecuária da região e contou com o apoio da plataforma Stop Urânio e de mais 42 câmaras municipais do oeste da província de Salamanca.
Entretanto, a plataforma Stop Urânio já reagiu à informação hoje confirmada, notando que, apesar do abandono do projeto, esta mina de urânio continua a ser usada como "um chamariz" para a empresa promotora, a Barkeley, criticando a posição dos governos central e regional.
Em maio passado, os ministérios portugueses do Ambiente e dos Negócios Estrangeiros anunciaram que Espanha tinha prestado "informação detalhada" sobre os projetos de exploração mineira de urânio de Salamanca e de Retortillo-Santidad, em zonas fronteiriças, garantindo que Portugal será envolvido no processo.
A declaração foi feita no final de uma reunião, a pedido de Portugal, entre as Partes do Protocolo de Atuação a aplicar às avaliações ambientais de planos, programas e projetos com efeitos transfronteiriços.
Antes, em março, a Assembleia da República aprovou um conjunto de sete resoluções, com origem em todas as bancadas, com recomendações ao Governo português para adotar medidas junto do executivo espanhol que suspendam a exploração de urânio em Salamanca.
Por seu lado, a Agência Portuguesa do Ambiente considerou que o projeto de exploração mineira de urânio em Retortillo é "suscetível de ter efeitos ambientais significativos em Portugal", pela proximidade com a fronteira e tendo em "atenção a direção dos ventos" de este e nordeste.
As associações ambientais de ambos os países também têm feito críticas ao processo, bem como autarquias.
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- 22/10/2018 - Vidro que armazena lixo nuclear está se dissolvendoDe milhares de anos para alguns anos
De milhares de anos para alguns anos
Fonte: Inovação Tecnológica
A imobilização de resíduos nucleares em "toras" de vidro - um processo conhecido como vitrificação - é usada atualmente para proteger os resíduos radioativos de usinas nucleares e atividades não pacíficas.
Ao contrário do que se acreditava inicialmente, contudo, essa técnica está longe de apresentar a segurança que os cientistas acreditavam no início do armazenamento - é comum ouvir especialistas falando sobre "armazenamento seguro por milhares de anos" usando a técnica.
Na prática, agora se sabe que o vidro pode começar a se dissolver e a durabilidade desses barris de vidro continua sendo uma área ativa de pesquisa.
Na verdade, o vidro parece durável, mas, em algum momento, ele começa a deteriorar-se relativamente rápido, liberando resíduos radioativos em níveis que excedem os limites definidos pela legislação.
"Com o tempo, começam a se formar cristais de zeólitas no vidro, facilitando a dissolução mais rápida," explica o professor Jeffrey Rimer, da Universidade de Houston, nos EUA, que está tentando entender detalhadamente esse mecanismo em colaboração com colegas do Laboratório Nacional do Pacífico Noroeste e da Universidade de Pittsburgh.
"Estamos analisando mais de perto o estágio inicial da formação das zeólitas e pensando em maneiras de retardar ou impedir completamente o processo," acrescentou Rimer, afirmando que isso poderá ajudar a projetar os materiais de vidro de forma a melhorar a segurança.
Zeólitas indesejadas
As zeólitas têm larga aplicação industrial, de membranas de troca iônica à fabricação petroquímica e até fertilizantes.
Vários anos atrás, Rimer e seu colega Radha Motkuri colaboraram em um projeto de síntese de zeólita que resultou na descoberta de dois polimorfos, denominados P1 e P2.
Mas agora a equipe deu uma reviravolta em seus objetivos, investigando como evitar que as zeólitas se formem, em vez de desenvolver novas maneiras de produzir esse material economicamente tão valioso.
E eles já constataram que o polimorfo termicamente estável P2 é o cristal envolvido na dissolução do vidro de resíduos nucleares.
"Há muito tempo observamos em estudos de laboratório que a formação de zeólita em testes de corrosão de vidro resulta em um aumento na taxa de corrosão do vidro," disse James Neeway, membro da equipe. "Esperamos entender por que as zeólitas levam a um aumento nas taxas de alteração do vidro e por que apenas certas zeólitas provocam mudanças, com o objetivo de longo prazo de impedir sua formação".
A zeólita P, que se forma a partir do vidro, é afetada pela temperatura, tendo sido sintetizada em laboratório a 100º C - mas os pesquisadores ainda não sabem como a cristalização ocorre a temperaturas mais baixas e não conhecem métodos para impedir a sua formação.
Além disso, o controle das temperaturas nas formações geológicas designadas como depósitos de resíduos nucleares não é necessariamente prático, de forma que a equipe está procurando outros fatores que possam afetar o crescimento dos cristais, incluindo os componentes do vidro.
Ou seja, parece que ainda estamos longe de contar com uma segurança minimamente razoável no armazenamento de resíduos nucleares.
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- 17/10/2018 - Parceria entre USP e Ipen já formou 2 mil alunos em Tecnologia Nuclear (Jornal da USP no Rádio - Momento USP Inovação)Instituto oferece produtos e serviços cruciais na área de medicina e indústria automobilística
Instituto oferece produtos e serviços cruciais na área de medicina e indústria automobilística
Fonte: Momento USP Inovação - Jornal da USP no Rádio - Rádio USP
O Momento USP Inovação desta semana, com a participação de Verônica Lopes, da Agência USP de Inovação (Auspin), apresenta a importância do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), localizado na Cidade Universitária. Wilson Calvo, superintende do Ipen, falou a respeito do órgão, que surgiu em 1956, a partir de um convênio firmado entre a USP e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), para promover projetos da área nuclear. O objetivo era coordenar a parte de aplicações da tecnologia nuclear para fins pacíficos como saúde, indústria, meio ambiente e agricultura.
Para Wilson Calvo, o instituto é especial porque tem o lado técnico administrativo ligado à Comissão Nacional de Energia Nuclear, que é uma instituição do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), tem também um vínculo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo e com a USP, onde mantém disciplinas para graduação e pós-graduação no Programa de Tecnologia Nuclear. Hoje já foram formados mais de 2.800 profissionais em tecnologia nuclear, na área de reatores, aplicações e materiais. "Seria muito difícil ser o que o Ipen é sem a USP”, comenta. Uma das grandes vertentes do instituto é a formação de capital humano, desde a parte de iniciação científica, graduação e também pós-graduação. Muitos dos projetos e equipamentos que existem na Universidade e no Ipen foram conquistados graças a essa parceria.
O superintendente diz que não adianta pesquisar, desenvolver e inovar, se isso não for transferido para a Universidade ou para a sociedade. Além dos projetos com a USP, há 16 anos a incubadora, que é uma parceria entre Ipen e USP e é administrada pelo Cietec, foi criada. Há mais de 112 empresas, que geram um faturamento de 15 milhões por ano. A ideia é abrigar alunos, pós-graduandos e startups para que os produtos desenvolvidos no Ipen cheguem à sociedade.
Ele traz exemplos que mostram a importância do Ipen para a sociedade. Na área de saúde, uma das maiores missões é suprir hospitais e clínicas com a questão de radiofármacos, usados para diagnósticos e terapia de doenças como câncer. O instituto é responsável, desde sua criação, por 40 milhões de procedimentos na medicina nuclear. Na área industrial, radiam fios e cabos elétricos para a indústria automobilística. Há ainda a preservação de bens culturais e a esterilização de produtos médico-cirúrgicos.
O Ipen possui ainda um Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), cuja missão é tornar o que é desenvolvido no instituto disponível para a sociedade. Há convênios de inovação e educacionais firmados e também a organização de workshops, para os quais órgãos como a Auspin, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) são convidados a ministrar palestras. Há ainda feiras de inovação tecnológica para divulgar esses produtos e processos para que possam ser compartilhados em parceria com a iniciativa privada.
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- 16/10/2018 - Verba para ciência em 2019 é ameaçada por contingenciamentoFalta de recursos compromete pagamento de bolsas do CNPq e realização de pesquisas
Falta de recursos compromete pagamento de bolsas do CNPq e realização de pesquisas
Fonte: O Globo
Renato Grandelle
RIO — À primeira vista, após anos à míngua, os pesquisadores brasileiros parecem ter um motivo para respirar. De acordo com proposta do governo federal, o orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) aumentará 20,2% em 2019, passando de R$ 12,7 bilhões para R$ 15,3 bilhões.
Quando são destrinchados, porém, os números revelam que os laboratórios continuarão com o cofre vazio. Diversos institutos deverão ter recursos reduzidos até pela metade, inviabilizando a realização de novos trabalhos, e as associações do setor dizem não compreender qual foi o critério adotado para privilegiar ou sacrificar cada área.
O ministério deverá começar 2019 com R$ 5,2 bilhões contingenciados, um aumento de 45,5% em relação ao ano anterior, quando esse índice era de R$ 3,6 bilhões. São recursos que não podem ser empenhados em qualquer programa, ficando à disposição do governo federal.
Grande parte dos ganhos orçamentários de 2019 é destinada a operações envolvendo Telebras e Correios, ligados ao setor de comunicação, e não a ciência e tecnologia. Para isso, está previsto R$ 1,3 bilhão — em 2018, eram R$ 150 milhões.
— Depois que fazemos essas subtrações, vemos que o aumento do orçamento é capcioso — alerta Ildeu de Castro Moreira, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). — Uma das principais vítimas é o fundo que destina recursos para inovação em empresas e pesquisas de ciência e tecnologia. O projeto de lei orçamentário do ano que vem destina R$ 4,2 bilhões para ele, mas, desta quantia, R$ 3,3 bilhões estão contingenciados.
Treze centros de tecnologia que deveriam ser nutridos por essa fonte devem ter redução de recursos — de até 88% em relação a 2018 —, como aqueles destinados a pesquisas sobre transporte e biotecnologia. Apenas cinco têm previsão de mais verbas para o mesmo período.
Presidente da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich avalia que a distribuição orçamentária não tem explicação clara:
— Não tenho a menor ideia sobre como o governo decide que centros devem ganhar mais ou menos. Falta noção de que a ciência deve participar de nossa agenda de desenvolvimento. Em outros países já se sabe disso, tanto que foi esse o tema agraciado pelos vencedores deste ano do Nobel de Economia.
Menos educação
Outro motivo de preocupação é o encolhimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que perderia 13,7% dos recursos, passando de R$ 1,4 bilhão para R$ 1,2 bilhão. A concessão de bolsas, principal operação do órgão, teria queda ainda mais dramática, de R$ 1 bilhão para R$ 784,7 milhões, o equivalente a 27,5%.
A ameaça às bolsas de estudo mobiliza as agências de fomento à ciência. Ildeu adianta que os pesquisadores reivindicarão "ao menos R$ 300 milhões” para manter a qualidade do programa. Davidovich, por sua vez, calcula que, sem o acréscimo de recursos, não será possível financiar estudos a partir de outubro.
Mesmo programas que nasceram prósperos serão vítima dos cortes. É o caso, por exemplo, do Reator Multipropósito Brasileiro, que produzirá substâncias necessárias para a fabricação de medicamentos usados no tratamento de doenças nas áreas de cardiologia, oncologia, hematologia e neurologia, evitando gastos com importações.
O presidente Michel Temer participou do lançamento da pedra fundamental do reator em Itaperó (SP), que, na Lei Orçamentária de 2018, teve R$ 71 milhões. Em 2019, no entanto, deverá contar com R$ 10 milhões, uma queda de 85,9%.
— Isso não paga nem a pedra fundamental — critica Davidovich. — Também foi reduzido em quase 30% o fomento a pesquisa e desenvolvimento em tecnologia do mar, oceanos e clima, ignorando que em nossa costa há mais do que petróleo, gás e peixes. Esquecemos que o país tem cerca de 20% da biodiversidade mundial. Se explorasse esse potencial, nossa economia não seria dependente de commodities, cujos preços são determinados pelo mercado internacional.
Entre os órgãos mais vitimados está o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), que passará de R$ 6,3 milhões em 2018 para R$ 2,9 milhões no projeto de lei orçamentária do ano que vem. Assim, a instituição, que guarda equipamentos avaliados em mais de R$ 100 milhões, viu 53,9% de sua verba desaparecerem.
— Com o dinheiro separado, a gente sai para o carnaval e não consegue mais voltar — ressalta o diretor do CBPF, Ronald Shellard. — Em 2018, aumentamos nosso orçamento com emendas parlamentares. Executamos o valor necessário para nossa sobrevivência. Qualquer redução compromete nossas atividades. Vários equipamentos, como microscópios eletrônicos e de ressonância magnética, estão com a taxa de manutenção vencida.
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- 15/10/2018 - Reator Argonauta, localizado na UFRJ, completa 52 anos de plena atividadeFonte: Defesa.TV
O Reator Argonauta, instalado no Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), é o único reator nuclear de pesquisa em operação na cidade do Rio de Janeiro. Não é um reator de potência voltado para geração de energia elétrica, e sim uma instalação destinada a ensino, pesquisa e serviços.
Com mais de 52 anos de atividade regular, na área de ensino o Argonauta atende os cursos de pós-graduação do IME, COPPE-UFRJ e do próprio IEN, e cursos de graduação da UFRJ de física médica e engenharia nuclear. Também recebe visitas de instituições de ensino de graduação e de nível médio.
Em relação à pesquisa, até agora foram defendidas, com ajuda do reator, cerca de 100 teses de doutorado e dissertações de mestrado, que deram origem a diversas linhas de P&D. Entre elas, podem-se citar a neutrongrafia e a tomografia com nêutrons, a espectrometria com nêutrons, a análise por ativação neutrônica e a produção de radioisótopos. Todas essas aplicações utilizam o fluxo de nêutrons gerado no Argonauta.
Utilizando a técnica da neutrongrafia (que é uma espécie de "radiografia” com nêutrons em vez de raios X), são prestados serviços, por exemplo, para a indústria aeroespacial. Esses serviços representam ensaios para o controle de qualidade de componentes produzidos por essa indústria. O reator também produz radioisótopos com aplicação na pesquisa e na indústria.
Histórico
O Argonauta começou a ser construído em 1962, marcando o início das atividades do IEN. Ele foi projetado pelo Argonne National Laboratory (EUA), projeto este que foi doado ao Brasil através do programa "Átomos pela Paz”. Foi o terceiro reator nuclear de pesquisa instalado no Brasil e o primeiro construído e montado por empresas nacionais. Engenheiros brasileiros redesenharam, adaptaram e detalharam o projeto norte-americano, adequando-o às nossas condições de engenharia e tecnologia da época. Em apenas três anos foram terminadas as etapas de fabricação, montagem, carregamento dos elementos combustíveis, instalação e testes da instrumentação, controle e segurança do reator.
Feito pioneiro foi a confecção dos elementos combustíveis para o reator, realizada em um pequeno laboratório recém-construído nas instalações do antigo IEA/SP, atual IPEN/SP. Eles foram fabricados a partir de 30 kg de urânio enriquecido a 20%, recebidos, a título de doação, através do programa "Átomos pela Paz”, liderado pelo governo norte-americano para promover o uso pacífico da energia nuclear, do qual o Brasil participava.
Perspectivas
Em 2016, o IEN teve aprovada, por meio do projeto FINEP "Modernização e Adequação das Instalações do Reator Argonauta – IEN e Laboratórios Associados”, uma verba de cerca de nove milhões de reais, destinada à modernização e ajustes das instalações do reator e dos laboratórios associados. Os objetivos são estender a vida útil do reator e introduzir novas áreas de pesquisa, como novas aplicações da neutrongrafia à indústria e às ciências médicas, produção de radioisótopos para a medicina, testes de materiais etc.
Texto de Henrique Davidovich, com a colaboração de Francisco Ferreira
Assessoria de Comunicação do IEN -
- 11/10/2018 - Como o Brasil sofreu o pior acidente radioativo ocorrido fora de uma instalação nuclear no mundoEm setembro de 1987, dois catadores de lixo na cidade de Goiânia entraram em uma clínica médica abandonada, furtaram uma máquina de radioterapia e a desmontaram. Centenas de pessoas foram contaminadas pelo césio, e quatro morreram.
Em setembro de 1987, dois catadores de lixo na cidade de Goiânia entraram em uma clínica médica abandonada, furtaram uma máquina de radioterapia e a desmontaram. Centenas de pessoas foram contaminadas pelo césio, e quatro morreram.
Fonte: G1
Em setembro de 1987, dois catadores de lixo na cidade de Goiânia entraram em uma clínica abandonada, encontraram uma máquina ali dentro e a desmontaram.Mal sabiam eles que causariam o que já foi considerado o pior desastre nuclear do mundo desde Chernobyl, em 1986, e o maior acidente radioativo da história fora de uma instalação nuclear.
Os dois homens, Wagner Pereira e Roberto Alves, retiraram a parte superior da máquina - que era uma unidade de radioterapia usada para tratamentos contra o câncer - e a levaram para casa em um carrinho de mão.
Eles usaram chaves de fenda para abrir a pesada caixa de chumbo.
Dentro, havia um cilindro que continha 19 gramas de césio-137, uma substância altamente radioativa.
Os homens venderam a cápsula para um ferro-velho, propriedade de Devair Ferreira.
Um relatório publicado um ano depois pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) registrou que, em pouco tempo, Pereira e Alves começaram a sofrer com vômitos frequentes, mas atribuíram à época os sintomas a uma intoxicação alimentar.
Sofrendo diarreia, tontura e com uma mão inchada, Pereira procurou atendimento médico no dia 15 de setembro. Os sinais sugeriam, segundo o diagnóstico, um tipo de reação alérgica causada pela ingestão de alimentos em más condições.
Três dias depois, Ferreira entrou na garagem e notou um brilho azul emanando da cápsula que havia comprado como sucata.
Achou bonito o que via e pensou que aquele pó poderia ser valioso, como uma pedra preciosa, ou mesmo algo sobrenatural.
Vista do ferro-velho onde estava o material radioativo — Foto: CNEN
Ele levou o cilindro para casa.
Durante os três dias seguintes, vários vizinhos, parentes e conhecidos foram convidados a ver a curiosa cápsula.
Como os brilhos do Carnaval
Um amigo de Ferreira o visitou e, com a ajuda de uma chave de fenda, extraiu alguns fragmentos do material raro, do tamanho de grãos de arroz, que se desintegravam facilmente e viravam pó.
Ferreira também distribuiu pedaços para a família. Houve vários casos de pessoas que esfregaram o pó radioativo sobre a pele, como fariam com o brilho usado na época do Carnaval.
Em 24 de setembro, Ivo Ferreira, irmão de Devair, levou alguns fragmentos para casa e eles foram colocados na mesa durante uma refeição. Sua filha de seis anos, Leide das Neves Ferreira, os tocou enquanto comia, assim como outros familiares.
Logo, muitas pessoas adoeceram - 12 delas foram transferidas para um dos melhores hospitais de Goiânia com os mesmos sintomas: diarreia, vômitos, febre alta e queda de cabelo.
A primeira pessoa a suspeitar que a cápsula com o pó brilhante estaria por trás disso foi María Gabriela Ferreira, mulher do dono do ferro-velho.
Sueli de Moraes, uma vizinha que também foi contaminada, contou à BBC News Brasil o que aconteceu em seguida.
"María Gabriela pôs o cilindro em um saco plástico e o levou, de ônibus, para um escritório de saúde do governo local, onde ninguém sabia o que era, mas o guardaram", lembrou ela.
A mulher do dono do ferro-velho colocou o objeto suspeito em uma sacola e o levou a um posto de saúde — Foto: CNEN
O físico
Já haviam se passado 15 dias desde o início da contaminação. No hospital, os médicos começaram a considerar a hipótese de envenenamento por radiação.
Quando os pacientes foram informados sobre a cápsula, pediram ao físico Walter Mendes Ferreira que examinasse o dispositivo. Ele pediu emprestado um detector de radiação de uma agência federal de prospecção de urânio e foi ao escritório de saúde.
"Quando estava a cerca de 80 metros do escritório o detector começou a agir de forma estranha e pensei que estivesse com defeito", disse ele à BBC News Brasil.
Ele pediu outro detector e voltou ao escritório.
"Mais uma vez, a 80 metros, (o detector) começou a ficar saturado. Isso significava que ou estava em um lugar com um campo de radiação muito alto, ou que ambos os detectores estavam defeituosos."
Mendes Ferreira conta que viu um bombeiro saindo do posto de saúde carregando o cilindro a fim de jogá-lo no rio.
"Eu disse: 'Pelo amor de Deus, não!'. Imediatamente, evacuei o posto de saúde e perguntei aos trabalhadores locais de onde vinha aquilo. Eles me disseram que uma mulher de um ferro-velho o havia levado. Fui ao ferro-velho e antes de entrar, detectei radiação por todos os lados", lembra ele.
Pânico
O físico fez alertas às autoridades e instâncias públicas como a Comissão Brasileira de Energia Nuclear (CNEN). Sua intenção era deter a contaminação e, ao mesmo tempo, evitar o pânico. Mas os temores sobre um vazamento de radiação se espalharam pelo Brasil.
Mendes Ferreira conta que eles usaram ônibus da polícia, com o interior forrado por chapas de plástico, para levar os possíveis contaminados para um estádio de futebol vazio, onde ficaram em barracas de acampamento.
Milhares de pessoas foram examinadas no local em busca de vestígios de radiação. Muitos receberam alta após tomarem banho com água e vinagre. Mas outros foram enviados para um abrigo temporário ou um hospital local.
Os casos mais graves foram levados para um hospital militar no Rio de Janeiro.
De acordo com relatório da AIEA, "a comunidade médica em Goiânia se mostrou relutante em ajudar" e o medo da contaminação se estendeu pelo estado de Goiás.
No total, mais de 110 mil pessoas foram examinadas.
Verificou-se que 249 delas tinham níveis significativos de material radioativo em seus corpos.
No acampamento montado em um campo de futebol, mais de 110 mil pessoas foram examinadas para detectar quem estava contaminado — Foto: CNEN
Centenas de pessoas com níveis leves de contaminação tiveram de permanecer em abrigos especiais. Sueli de Moraes, que hoje é presidente da associação de vítimas, passou três meses em um deles.
Ela lembra que era preciso tomar banho com água, vinagre e sabão de coco, além de trocar de roupa a cada meia hora.
"Tomamos comprimidos para ajudar na descontaminação interna. Também tínhamos que esfregar nossos pés, que eram as partes mais contaminadas. Não nos permitiam sair ou receber visitas. Não podíamos assistir à TV, eles não queriam que soubéssemos o que estava acontecendo lá fora", recorda.
O ferro-velho e dezenas de casas foram demolidos. Centenas de objetos, de refrigeradores a sofás, o pavimento de ruas inteiras, veículos, e até mesmo árvores e animais foram destruídos e descartados como lixo nuclear.
Dezenas de casas foram demolidas e centenas de objetos - cerca de 6.000 toneladas de lixo - foram jogados fora — Foto: CNEN
O desastre em Goiânia produziu cerca de 6.000 toneladas de resíduos, recolhidos e enterrados em um centro especialmente preparado, a 20 quilômetros da cidade.
As vítimas fatais
A primeira pessoa a morrer foi Leide das Neves Ferreira, a menina de seis anos que brincou com o pó brilhante e até engoliu um pouco do material. Tanto ela quanto sua tia María Gabriela Ferreira morreram de septicemia e sepse - infecções generalizadas - um mês após a exposição ao césio.
Seu enterro em Goiânia ficou longe de ser um pacífico assunto de família. A vizinha Sueli de Moraes diz que, quando os caixões chegaram ao cemitério, as pessoas começaram a atirar pedras e tijolos, tentando impedir o sepultamento.
"Os corpos foram descontaminados e eles decidiram enterrá-los em pesados caixões de chumbo como uma precaução adicional para tranquilizar as pessoas. Mas o que aconteceu foi o oposto. As pessoas entraram em pânico", diz De Moraes.
No enterro de duas das vítimas fatais do acidente a população fez protesto temendo que corpos contaminassem o cemitério — Foto: CNEN
"Muitos em Goiânia acreditavam que os corpos iriam contaminar o cemitério. E muitos no Brasil acreditavam que toda a cidade estava contaminada, que os produtos agrícolas do estado de Goiás estavam contaminados. Isso não era verdade, havia muita desinformação que ajudava a espalhar o pânico", diz ela.
As outras duas vítimas fatais foram homens que trabalhavam no ferro-velho.
Incrivelmente, os catadores de lixo Wagner Pereira e Roberto Alves sobreviveram, assim como o proprietário do ferro-velho Devair Ferreira.
Muitas outras vítimas foram salvas pelo tratamento que receberam no hospital.
O local onde os resíduos contaminados do acidente em Goiânia estão enterrados — Foto: CNEN
Em 1996, cinco pessoas ligadas à clínica onde havia sido abandonada a máquina de radioterapia foram condenadas a três anos e dois meses de prisão por homicídio. A pena foi reduzida depois a serviços comunitários.
O governo passou a pagar pensões vitalícias para cerca de 250 vítimas. Posteriormente, outras 2.000 pessoas, incluindo bombeiros, motoristas e policiais que trabalharam nas unidades de emergência, também tiveram direito a esses pagamentos.
Esta reportagem foi adaptada a partir de depoimentos dados a Thomas Pappon, do programa de rádio Witness, do BBC World Service.
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- 11/10/2018 - Pediatras pedem uso racional de exames por imagens em criançasFonte: Agência Brasil - EBCUma campanha da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta para os riscos da exposição excessiva de crianças e adolescentes a exames de diagnóstico por imagem como tomografias computadorizadas e raios x.
A proposta é estimular o uso racional dessas ferramentas, contando com o apoio de pais e profissionais de saúde. Também há a preocupação, por parte de pediatras, em fazer com que técnicos responsáveis pela execução dos exames façam as adaptações necessárias aos equipamentos, adequando-os às características físicas desses pacientes.
"Para os médicos, os exames de imagem (raios x, tomografias, ultrassonografias e ressonância) são muito úteis à medicina e, por vezes, essenciais ao diagnóstico em adultos e crianças. Entretanto, alguns desses exames emitem radiação nociva à saúde e, por isso, a SBP, em parceria com outras entidades nacionais e internacionais, lança uma campanha que alerta sobre o uso racional dessas ferramentas. Além dos pediatras, os radiologistas e outros técnicos envolvidos no processo também devem ser bem orientados”, explicou a entidade, por meio de comunicado.
Para a presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva, é preciso cautela para não expor crianças e adolescentes a riscos desnecessários. Essa população, segundo ela, possui tecidos e órgãos ainda em desenvolvimento e apresenta, portanto, maior sensibilidade aos efeitos da radiação ionizante sobre o corpo humano. Quanto mais jovem for o paciente, maiores são as chances de desdobramentos adversos.
A orientação é que, durante a consulta, os especialistas façam uma investigação atenta e solicitem o exame apenas quando sinais e sintomas exigirem. Pediatras e demais médicos devem ainda alertar os pais sobre os riscos.
"Não são raros os casos em que os procedimentos decorrem de um pedido da própria família”, lembrou Luciana, ao destacar ser fundamental individualizar a situação de cada paciente, com bom senso crítico e uma boa hipótese diagnóstica, antes de solicitar exames complementares e, em muitas oportunidades, até discutir a possibilidade com o radiologista.
Números
Dados do Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SUS) mostram que cerca de 350 milhões – 4% de todos os procedimentos médicos por imagem nos últimos dez anos – foram realizados em crianças e adolescentes de até 19 anos. Um ponto que chama a atenção, segundo a SBP, é que, embora o tamanho dessa população tenha diminuído no período, o volume de exames de diagnóstico por imagem aumentou em todo o país.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2008 havia no Brasil 67,9 milhões de crianças e adolescentes de 0 a 19 anos, algo em torno de 36% da população daquele ano. Já em 2017, o número passou para 63 milhões, baixando a representatividade do grupo pediátrico para 30% da população brasileira. Ao comparar os dois números, a queda foi de 7%.
Apesar da mudança no perfil demográfico, no caso das tomografias computadorizadas, o volume de exames realizados em pacientes com idade até 19 anos dobrou nesse intervalo de tempo, passando de 225,4 mil em 2008 para 466,9 mil no ano passado. As maiores variações percentuais foram observadas no Espírito Santo (aumento de 466%), no Rio de Janeiro (420%), no Acre (351%), em Santa Catarina (249%), em Mato Grosso do Sul (214%), no Amazonas (190%), em Alagoas (186%), no Paraná (167%), em Goiás e no Tocantins (ambos com 143%).
Já as unidades da Federação onde o aumento percentual foi menos significativo foram Paraíba (com alta de 48%), Distrito Federal (47%), Ceará (25%), Minas Gerais (13%) e Sergipe, onde não foi percebida mudança no número de exames realizados. Em São Paulo, estado que responde pela maior produção desse tipo de procedimento no país, o número cresceu 94%, saltando de 71.420 em 2008 para 138.838 em 2017.
"A SBP reconhece que uma parte dessa alta produtividade pode ser consequência da ampliação no número de equipamentos disponíveis para exames, em especial, nos estados menos desenvolvidos ou onde a rede pública recebeu investimentos mais consistentes na área. Contudo, argumentam os especialistas, o aumento proporcional é muito maior do que o crescimento da infraestrutura disponível, o que sugere a utilização dos procedimentos de modo não racional.”
De acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, atualmente existem 4.588 tomógrafos computadorizados em funcionamento no Brasil. Destes, 2.007 (44%) estão disponíveis no SUS, que atende a 160 milhões de brasileiros. No caso dos aparelhos de raios-X, são 25.243 unidades, das quais 10.286 (41%) estão na rede pública.
Os números mostram que a Região Sudeste, sozinha, concentra 40,5% dos tomógrafos computadorizados de todo o país. No caso dos equipamentos de raios x, o percentual chega a 41%. Só o estado de São Paulo concentra um quinto dos equipamentos de todo o país, com mais tomógrafos computadorizados (392) e raios x (1.900) no SUS do que a soma das regiões Norte e Centro-Oeste: 311 tomógrafos computadorizados e 1.775 raios x.
Calibragem
A médica radiologista Dolores Bustelo, uma das organizadoras da campanha, alerta que falhas na calibragem de equipamentos também constituem um problema frequente. Segundo ela, estudos confirmam ser possível reduzir as doses de radiação aplicadas durante os exames de tomografias computadorizadas, sem perder a qualidade do resultado e nem interferência no diagnóstico.
Ainda de acordo com a especialista, quando uma tomografia ou um exame de raio x são estritamente necessários para uma criança, devem ser usados aparelhos que permitam a sua adequação em função do peso do paciente e da extensão da área a ser analisada. Se bem manuseados, é possível reduzir significativamente a exposição à radiação.
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- 10/10/2018 - Diretor-geral da Aneel diz que governo deve encontrar solução para concluir obras de Angra 3Obras da usina nuclear estão paradas desde 2015. Eletrobras, controladora da empresa responsável pela obra, defende um reajuste na tarifa para viabilizar conclusão da usina.
Obras da usina nuclear estão paradas desde 2015. Eletrobras, controladora da empresa responsável pela obra, defende um reajuste na tarifa para viabilizar conclusão da usina.
Fonte: G1O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, afirmou nesta terça-feira (9) que a obra da Usina Nuclear de Angra 3 precisa ser concluída e que o governo deve encontrar a melhor solução financeira para a finalizar o projeto.
Angra 3 está parada desde 2015, mas 63% do empreendimento já foram concluídos. As obras foram interrompidas por falta de recursos, em meio a acusações de superfaturamento e denúncias de corrupção contra empresas contratadas para a montagem da usina.
"A gente já passou da discussão se Angra é viável ou inviável. No estágio em que temos o ativo lá acho que o poder público e a regulação precisam achar uma equação financeira para viabilizar Angra”, disse.
A Eletrobras, controladora da Eletronuclear, responsável pela obra, defende um reajuste na tarifa da energia da usina. Para o presidente da estatal Wilson Ferreira Junior, a atual tarifa inviabiliza a conclusão da obra, já que não permite que a empresa consiga financiamentos.
O assunto será discutido nesta terça-feira na reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Hoje, a usina tem uma tarifa de energia de cerca de R$ 240 por megawatts-hora (MWh). A Eletrobras quer a aprovação de um reajuste tarifário. Se o governo usasse os parâmetros internacionais para definir o preço da tarifa, ela poderia chegar a R$ 500/MWh.
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- 08/10/2018 - Descoberta bactéria capaz de neutralizar resíduosUma bactéria peculiar, descoberta em um armazém de resíduos nucleares na Sibéria, mostra-se promissora como ferramenta para criação de uma barreira natural contra a disseminação de radionuclídeos.
Uma bactéria peculiar, descoberta em um armazém de resíduos nucleares na Sibéria, mostra-se promissora como ferramenta para criação de uma barreira natural contra a disseminação de radionuclídeos.
Fonte: Sputnik BrasilPesquisadores do Instituto moscovita Físico-Químico Frumkin e do Centro Federal de Pesquisas de Biotecnologia da Academia de Ciências da Rússia conseguiram isolar microrganismos que podem ser úteis para proteger o meio ambiente de resíduos nucleares líquidos.
Cientistas fizeram a descoberta durante análises microbiológicas das águas subterrâneas no local de enterro de resíduos nucleares na cidade russa de Seversk, Sibéria, onde estão armazenados resíduos nucleares líquidos da Usina Química Siberiana que fornece e reprocessa urânio enriquecido para combustível nuclear.
A pesquisa, divulgada recentemente na revista científica russa Radioaktivnye otkhody (Resíduos Radioativos), supõe que a bactéria seja capaz de converter íons radionuclídeos, inclusive os encontrados em urânio e plutônio, em formas sedentárias, prevenindo o meio ambiente da disseminação de radiação perigosa.
Através de experimentos em laboratório, cientistas conseguiram determinar condições necessárias para que a bactéria realize um trabalho útil.Segundo os pesquisadores, trata-se do primeiro passo para criação de uma barreira biogeoquímica de radionuclídeos que pode ser usada em locais de enterramento de resíduos nucleares líquidos.
Desde 1980, a sociedade presta grande atenção a pesquisas microbiológicas de territórios contaminados por radionuclídeos e locais de enterramento de resíduos nucleares. Cientistas de todo o mundo apelam para levar em conta processos microbiológicos na esfera de enterro de resíduos nucleares que podem passar milhões ou até bilhões de anos se decompondo.
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- 05/10/2018 - UFRJ promove VI Semana da Engenharia NuclearPanorama da energia nuclear no Brasil e o papel das instituições de P&D fazem parte da programação do evento
Panorama da energia nuclear no Brasil e o papel das instituições de P&D fazem parte da programação do evento
Fonte: Site segs
Entre os dias 15 e 19 de outubro, a Escola Politécnica e a Coppe/UFRJ promovem a VI Semana da Engenharia Nuclear (SEN), encontro que busca proporcionar a integração e o debate entre os setores relacionados a Engenharia, Física e Energia Nuclear do país, além de ser um espaço apropriado para o desenvolvimento, aprendizado e fomento da capacidade de inovação. As atividades serão abertas ao público e ocorrem no Centro de Tecnologia da UFRJ, na Ilha do Fundão.Organizada por alunos de graduação em Engenharia Nuclear do Departamento de Engenharia Nuclear (DNC) da Poli-UFRJ e alunos de pós-graduação do Programa de Engenharia Nuclear (PEN) da COPPE/UFRJ, a semana conta com uma programação que inclui palestras, mesas-redondas, apresentações de trabalho, visitas técnicas e workshops. Estão previstos debates a respeito do panorama atual da energia nuclear no país; uso da tecnologia nuclear, além da energia; energia nuclear do futuro; e o papel das instituições P&D no setor.
De acordo com o prof. Paulo Frutuoso, coordenador do Programa de Engenharia Nuclear da COPPE/UFRJ, será uma oportunidade única de interação dos alunos com profissionais e empresas que investem no setor como Eletronuclear, Nuclep, Rosatom e Marinha do Brasil. "O evento é essencial para que os estudantes que estão iniciando os seus cursos possam ter contato com profissionais da área e conhecer melhor o desenvolvimento técnico e as possíveis oportunidades em um futuro próximo”, explica.
A cerimônia de abertura será no dia 15, às 10h30, no auditório Horta Barbosa, com a presença dos professores do DNC da Poli-UFRJ, Paulo Frutuoso e Ademir Xavier; do presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães; além de representantes do setor Nuclear. Quem estiver interessado, pode conferir a programação completa e fazer inscrição pelo site (http://www.nuclear.ufrj.br/semana2018/). Mais informações podem ser obtidas pelo e-mailseen@poli.ufrj.br.
Serviço:
VI Semana de Engenharia Nuclear UFRJ
Dias: de 15 a 19 de outubro
Horário: 9h às 17h30
Local: Av. Athos da Silveira Ramos, 149 – Bloco A (Centro de Tecnologia da UFRJ) – Cidade Universitária (Ilha do Fundão)
Inscrições: Alunos de graduação: R$ 10; mestrado e doutorado: R$ 20; profissionais: R$ 30.
Mais informações: www.nuclear.ufrj.br/semana2018 ouseen@poli.ufrj.brPROGRAMAÇÃO:
15 DE OUTUBRO – SEGUNDA-FEIRA (AUDITÓRIO HORTA BARBOSA)
10h00 – 10h30: Credenciamento e Café da Manhã
10h30 -12h00: Abertura VI SEN
- Prof. Dr. Paulo Fernando Frutuoso (Coordenador do PEN/COPPE); Prof. Dr. Ademir Xavier (Coordenador da graduação em Engenharia Nuclear da Poli-UFRJ); Dr. Leonam Guimarães (Eletronuclear); representantes: ABACC; Nuclep; Framatome; Rosatom; Westinghouse; e LAS/ANS.
12h-14h: Almoço
14h-15h30: Painel 1: Panorama Atual da Energia Nuclear no Brasil
- Dr. Felipe Gonçalves (FGV Energia); Sr. Roberto Cardoso Tavares (Eletronuclear); Sr. André Osório (EPE)
15h30-16h30: Palestra: Comemoração de 50 anos do PEN
- Prof. Dr. Paulo Fernando Frutuoso (Coordenador do PEN/COPPE); Prof. Dr. Fernando Carvalho (Colaborador do PEN/COPPE) 16h30-18h00: Coquetel de Abertura16 DE OUTUBRO – TERÇA-FEIRA (AUDITÓRIO DA COPPE)
9h-10h30: Painel: O uso da tecnologia nuclear além da Energia
- Representante da Rosatom; Prof. Dr. Davi Ferreira de Oliveira (PEN/COPPE); Dr. Sérgio Altino de Almeida (Rede D’Or)
10h30-11h: Coffee Break
11h-12h30: Painel: Desenvolvimento do Programa Nuclear da Marinha e o Submarino Brasileiro
- Sr. Tuxaua Linhares (Agência Naval de Segurança Nuclear e Qualidade); Almirante Othon Luiz da Silva (Marinha do Brasil); Sr. Ricardo Corrêa (Nuclep)
12h30-14h: Almoço
14h-15h: Palestra: O Programa Nuclear Autônomo
- Dr. Rex Nazaré (IME)
15h-15h30: Coffee Break
15h30-17h: Painel: A energia nuclear do futuro – Reatores Rápidos, Modulares e Fusão Nuclear
- Sr. Carlos Leipner (Westinghouse); Dr. Ricardo Galvão (INPE) e Dr. Paulo Berquó (IEN/CNEN)17 DE OUTUBRO – QUARTA-FEIRA (AUDITÓRIO DA COPPE)
9h-10h30: Sessão Técnica de Trabalhos (Anfiteatro do PEN)
8h-12h: Minicurso: Matlab (I131-A/I228)
12h-14h: Almoço
14h-15h: Mesa Redonda 1: Oportunidades para o egresso da Engenharia Nuclear da UFRJ
- Contra-almirante Luciano Pagano (AMAZUL); Sra. Fernanda Werner (InnoEnergy)
15h-19h: Minicurso: RELAP (I228)
18 DE OUTUBRO – QUINTA-FEIRA (AUDITÓRIO DA COPPE)
9h-10h30: Painel: Salvaguardas e não-proliferação nuclear
- Dr. Monica Herz (PUC-Rio); Dr. Marco Marzo (ABACC) e Sr. Orpet Peixoto (LAS/ANS).
10h30-11h: Coffee Break
11h00-12h30: Mesa Redonda: Ex-alunos
- Sra. Alice Cunha (Westinghouse); Sra. Fernanda Werner (InnoEnergy); Sr. Mario Hugo Botelho (Amazul)
12h30-13h30: Almoço
13h30-15h: Painel: Análise de Segurança Probabilística
- Sr. Luiz Eurípedes Massière (Eletronuclear); Sr. Daniel Corrêa de Guamá (Eletronuclear); Sr. Diogo Baliza Maia (Eletronuclear) e Dr. Marco Antônio Bayout Alvarenga (CNEN).
13h-17h: Minicurso: Excel (I131-A)
15h-19h: Minicurso: RELAP (I228)19 DE OUTUBRO – SEXTA-FEIRA (AUDITÓRIO DA COPPE)
9h-10h30: Painel: O papel das instituições P&D na área nuclear no Brasil
- Representante do CDTN/CNEN; Dr. Francisco Ferreira (Reator Argonauta –IEN/CNEN); Dr. Jorge Eduardo de Souza Sarkis (IPEN/CNEN)
10h30-11h: Coffee Break
11h-12h30: Painel: A comunicação no setor nuclear brasileiro
- Dra. Cássia Helena (CNEN); Sra. Tariana Brocardo (USP); Jornalista da ABDAN.
12h30-13h30: Almoço
14h-15h: Palestra: "RMB: Desafios e perspectivas”
- Dr. José Augusto Perrota (IPEN/CNEN)
15h-15h50: Quiz
15h50-16h30: Premiação e Encerramento
16h30-20h: Cerimônia de Encerramento
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- 05/10/2018 - Formação de recursos especializados é uma das maiores contribuições da FAPESP para o BrasilFonte: Agência FapespAndré Julião | Agência FAPESP –Aumentar até 2023 o dispêndio de pesquisa em colaboração com empresas de 10% para 13% do total e de 5% para 10% em pesquisa em áreas estratégicas, com objetivos definidos em virtude de seu interesse para o Estado. Este é parte do plano de metas orçamentárias aprovado pelo Conselho Superior que o novo presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago, ajudará a conduzir ao longo de seu mandato de três anos.
Em cerimônia de posse na sexta-feira (05/10), Zago ressaltou o fortalecimento de programas de perfil tecnológico e de inovação já em curso na FAPESP, sem que o apoio à pesquisa básica sofra qualquer efeito negativo. "Não pode, aqui, haver competição, mas sempre complementariedade”, disse.
Com 150 instituições de pesquisa e desenvolvimento e cerca de 15 mil empresas inovadoras, nas quais atuam 55% dos seus 70 mil pesquisadores, o Estado de São Paulo, lembrou Zago, constituiu ao longo das décadas o mais sólido complexo de ciência, de tecnologia, dos setores acadêmico, industrial, de saúde e de agropecuária do país.
"A formação de recursos especializados para esses setores é uma das maiores contribuições da FAPESP para o Estado e para o Brasil, e será sempre uma de suas prioridades; por isso, 41% dos recursos utilizados pela Fundação no ano passado foram aplicados em bolsas, e desde sua fundação, foram 158 mil bolsas”, disse.
Zago começou seu discurso lembrando que em 2019 completam-se 50 anos da chegada do homem à Lua. E que o sucesso da empreitada não foi resultado do acaso, "de deixar a ciência construir seu caminho”, mas sim uma resultante prática de uma decisão política do presidente dos Estados Unidos John Kennedy, anunciada em discurso ainda em 1961.
"A diretriz política clara, neste caso, foi o enunciado de um tópico de interesse amplo da nação, que originou ações agregadoras e sincrônicas de diferentes níveis. O resultado prático surgiu em oito anos”, disse.
Ele lembrou que o sistema de ciência, tecnologia e educação superior do Estado de São Paulo "não é produto da ação isolada de qualquer líder, governante ou partido político, mas sim uma construção coletiva da sociedade paulista ao longo de décadas”, disse.
"Da mesma forma, o sucesso da FAPESP, construído pela inteligência e dedicação de sucessivos dirigentes, diretores, conselheiros e presidentes, continuará dependente de forte apoio da academia, das empresas, da imprensa paulista, do governo, dos parlamentares, e de um trabalho interno coeso e consistente.”
Programas inovadores
O novo presidente lembrou ainda que, além da formação de recursos humanos altamente qualificados, a FAPESP se caracteriza por programas inovadores que fortalecem ou promovem a formação de núcleos de ciência, tecnologia ou inovação. Como exemplos, citou o sequenciamento do genoma da Xyllela fastidiosa, o Programa Genoma do Câncer, o Programa BIOTA de biodiversidade, o Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia, o Programa de Pesquisa para o SUS, o Programa de Pesquisa em Políticas Públicas e os Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs).
Zago destacou também o investimento da FAPESP em Centros de Pesquisa em Engenharia e Centros de Pesquisa Aplicada, em parceria com empresas, para pesquisa por até dez anos e investimentos da FAPESP, das empresas e das universidades e institutos de pesquisa que os sediam
Zago recomendou ainda o fortalecimento do programa de estímulo à cooperação internacional. Entre os resultados, a ação contribuiu para aumentar a relevância dos artigos científicos publicados pelos pesquisadores, o reconhecimento da excelência das universidades e "a atração de jovens pesquisadores do exterior para participar da renovação da força de trabalho especializada”.
Marco Antonio Zago graduou-se pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, onde obteve títulos de mestre e de doutor, tendo realizado o pós-doutorado na Universidade de Oxford.
Foi reitor e pró-reitor de Pesquisa da USP, presidente do CNPq, coordenador do Centro de Terapia Celular de Ribeirão Preto (CEPID FAPESP), diretor clínico do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e membro da Comissão Nacional de Biossegurança. É o atual secretário de Estado da Saúde do Governo do Estado de São Paulo.
Zago sucede José Goldemberg, presidente de 2015 a 2018. Na passagem do cargo, o vice-presidente no exercício da presidência, Eduardo Moacyr Krieger, desejou sorte ao novo presidente e agradeceu o trabalho do antecessor.
"Nossos melhores votos para que em sua gestão a FAPESP continue cumprindo com sucesso sua obrigação constitucional de promover o desenvolvimento científico e tecnológico no Estado de São Paulo. Devemos também consignar um voto de agradecimento ao professor José Goldemberg, homem público, cientista e educador reconhecido internacionalmente, que presidiu a Fundação com competência nos últimos três anos”, disse Krieger.
Além de Krieger, estiveram presentes na cerimônia Ricardo Alexandre Almeida Bocalon, secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, representando o governador Márcio França; Wanda Machado Hoffman, reitora da Universidade Federal de São Carlos; Soraya Smaili, reitora da Universidade Federal de São Paulo; Marcelo Knobel, reitor da Universidade Estadual de Campinas; Antonio Carlos Hernandes, vice-reitor no exercício da Reitoria da Universidade de São Paulo; Sergio Roberto Nobre, representando Sandro Roberto Valentini, reitor da Universidade Estadual Paulista; Ricardo Toledo Silva, secretário de Estado em exercício de Energia e Mineração; José Luiz Fontes, representando o secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Francisco Sergio Ferreira Jardim; Antonio Rugolo Júnior, secretário-adjunto da Secretaria de Estado da Saúde; coronel PM Helena dos Santos Reis, secretária-chefe da Casa Militar e coordenadora estadual da Defesa Civil; os conselheiros da FAPESP Pedro Wongtchowski, Ignacio Maria Poveda Velasco, Carmino Antonio de Souza, José de Souza Martins, Ronaldo Pilli, Marilza Vieira Cunha Rudge e Vanderlan da Silva Bolzani, representando ainda o presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira; Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP; Fernando Dias Menezes de Almeida, diretor administrativo da FAPESP; Maria Zaira Turchi, presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa; Marcos Buckeridge, presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo; Carlos Vogt, presidente da FAPESP de 2002 a 2007; Flavio Fava de Moraes, diretor-geral da Fundação Faculdade de Medicina e diretor científico da FAPESP entre 1985 e 1993; e Axel Zeidler, cônsul- geral da Alemanha.
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- 03/10/2018 - Governo cancela reunião do CNPE por falta de consenso sobre tarifa de Angra 3Ministério de Minas e Energia quer aprovar aumento, mas Fazenda cobrou estudos técnicos que comprovem que o preço está desatualizado
Ministério de Minas e Energia quer aprovar aumento, mas Fazenda cobrou estudos técnicos que comprovem que o preço está desatualizado
Fonte: Portal Terra
BRASÍLIA - O governo cancelou a reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), marcada para esta semana, e que iria tratar da retomada das obras de Angra 3, diante da falta de consenso sobre o tratamento a ser dado à tarifa. Dada como certo, a reinício das obras da usina nuclear enfrenta um impasse dentro do governo.Projeto do período militar, Angra 3 começou a ser erguida em 1984. Suas obras prosseguiram até 1986, quando foram paralisadas devido a dificuldades políticas e econômicas, após a explosão do reator da usina de Chernobyl, na Ucrânia.
O projeto brasileiro ficou na gaveta por 25 anos, até ser retomado em 2009 como um dos destaques do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Naquele ano, o custo estimado para o término do projeto era de R$ 8,3 bilhões. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometia colocar a usina para funcionar em maio de 2014. Investigações realizadas pela Polícia Federal descobriram desvios de recursos na obra e resultaram na prisão de executivos da Eletronuclear.
Com os R$ 17 bilhões estimados como necessários para concluir a usina, o gasto total com Angra 3 somaria R$ 24 bilhões. A usina terá potência de 1.405 megawatts (MW). Para se ter uma ideia do que isso significa, a hidrelétrica de Teles Pires, na divisa entre Mato Grosso e Pará, que tem potência de 1.820 MW e entrou em operação no fim de 2015, custou R$ 3,9 bilhões. Uma fonte que participa das negociações destacou que a interrupção da obra exigiria R$ 10 bilhões para a desmontagem do que já foi feito.
O Ministério de Minas e Energia quer aprovar um aumento na tarifa de Angra 3, condição imposta pelo Banco Nacional Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Caixa para renegociar o financiamento do empreendimento. Mas o Ministério da Fazenda cobrou estudos técnicos que comprovem que o preço está desatualizado.
Além do aumento da tarifa, o governo trabalha para fechar um modelo que permita a entrada de um parceiro privado para a usina. A forma de escolha desse parceiro também está em estudo, segundo apurou o Estadão/Broadcast.
O MME quer remarcar a reunião para a próxima semana, de forma a viabilizar o leilão para a escolha do parceiro privado em 2019. Segundo fontes, há pelo menos cinco grupos estrangeiros interessados.
Os estudos a respeito da nova tarifa de Angra 3 consideram três patamares de taxa interna de retorno (TIR) e quatro propostas de participação de capital de terceiros. O preço-teto seria definido a partir da combinação entre os dois indicadores. BNDES e Caixa têm interesse na retomada da obra e renegociação da dívida para terem de volta o que já emprestaram.
A proposta do governo para a usina é semelhante à que constava daMedida Provisória 814, que perdeu validade em 1º de junho. A ideia é alinhar a tarifa da usina à média internacional praticada em outras usinas nucleares.
A diferença é que a MP já estabelecia os critérios que o CNPE teria que adotar de forma obrigatória, sem discussões mais amplas. Como isso não foi aprovado, é preciso aval de diversos órgãos para o reajuste, alguns contrários a um aumento tarifário que não seja embasado em critérios técnicos.
A energia de Angra 3 foi contratada na modalidade de reserva, com prazo de 35 anos e início de entrega em janeiro de 2016. O preço fixado em dezembro de 2009 era de R$ 148,65 por megawatt-hora (MWh) e vem sendo atualizado anualmente. Pelos critérios propostos na MP, o valor, que hoje é de R$ 243,00 por MWh, poderia chegar a cerca de R$ 500,00 por MWh, se os preços internacionais fossem usados como base.
A Eletrobrás alega que o reajuste é necessário para retomar as obras da usina nuclear, paralisadas desde 2015. A previsão da empresa é que Angra 3 seja entregue em 2026.
Segundo a companhia, os financiamentos tomados para Angra 3 eram subsidiados e consideravam 92% do custo da obra. Como os bancos alegam não haver perspectiva real de conclusão, os bancos decidiram não emprestar mais recursos enquanto não houver reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos. A Eletronuclear não tem caixa para pagar os financiamentos e conta com recursos da holding para pagar as parcelas mensais.
Nota técnica
Uma nota técnica do MME elaborada em 2016 diz que não há respaldo para qualquer reajuste na tarifa de Angra 3. O custo do empreendimento, de acordo com o documento, pode ter sido influenciado "por eventuais práticas de superfaturamento".
"Há que se ter muita cautela para não imputar ao consumidor final um aumento de preço que possa ser questionado judicialmente em função do conhecimento público e notório de suspeitas de superfaturamento, lançando dúvidas inclusive sobre o orçamento original da obra", diz o documento.
"Sabe-se que o preço a que se chegaria talvez não fosse suficiente para a recuperação da viabilidade do empreendimento, isso porque, com a operação Lava Jato, passou-se a supor que eventualmente tenha ocorrido superfaturamento da obra", afirma a nota.
No documento, a Assessoria Econômica da pasta ressalta que a determinação para a retomada da construção da usina nuclear "nunca partiu do pressuposto de que o consumidor deveria pagar para que esse empreendimento fosse construído a qualquer custo".
O documento ressalta ainda que o risco do negócio foi alocado à Eletronuclear subsidiária da Eletrobrás, que aceitou as condições propostas no contrato.
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- 03/10/2018 - Projeto no Ipen tem duas oportunidades com bolsa da FAPESPPesquisa em radiofármacos, radiações e empreendedorismo aplicado à saúde tem uma vaga de jovem pesquisador e uma de pós-doutorado
Pesquisa em radiofármacos, radiações e empreendedorismo aplicado à saúde tem uma vaga de jovem pesquisador e uma de pós-doutorado
Fonte: Agência Fapesp
Um projeto de pesquisa conduzido no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) oferece duas oportunidades com bolsas da FAPESP. O prazo de inscrição se encerra no dia 11 de outubro de 2018.
As vagas estão vinculadas ao projeto "Capacitação científica, tecnológica e em infraestrutura em radiofármacos, radiações e empreendedorismo a serviço da saúde", coordenado pelo professor Marcelo Linardi.
O projeto conta com equipe constituída por grupo multidisciplinar de pesquisadores participantes do Ipen e de diversas instituições brasileiras. O objetivo do projeto é a investigação de novos materiais e métodos para aplicação na área da saúde. Os pesquisadores envolvidos no projeto atuam em diversos campos do conhecimento e aplicam distintas metodologias em suas investigações.
Uma das vagas é de pós-doutorado e se destina a desenvolver projeto específico, com o tema "Estudo da Interferência de Radiofármacos na Neuroimunomodulação em Animais de Laboratório”.
O bolsista selecionado atuará na área de neuroimunomodulação para a padronização de modelos tumorais para testes em radiofármacos no Centro de Biotecnologia do Ipen.
É fundamental para a vaga ter conhecimento e ou experiência prévia em síntese de nanoestruturas por métodos químicos e caracterização de nanopartículas magnéticas, difração de raios X e interações hiperfinas. É desejável que o candidato tenha algum conhecimento em caracterização por técnicas físicas (microscopia eletrônica de transmissão e de varredura, difração de nêutrons e outras).
A outra vaga é para jovem pesquisador na área de neuroimunomodulação, que atuará na padronização de modelos tumorais para testes em radiofármacos no Centro de Biotecnologia do Ipen. A pesquisa deverá estar voltada ao tema de padronização de modelos tumorais para testar radiofármacos, inicialmente aplicados a tumores prostáticos.
É recomendável que o candidato possua doutorado em Farmacologia, Fisiologia, Imunologia ou Veterinária, com forte histórico de publicação e bom desempenho em inglês falado e escrito. Além disso, é desejável que o candidato tenha experiência comprovada em Boas Práticas de Laboratório (BPL), técnicas de imageamento; manutenção e avaliação do crescimento de células tumorais; cirurgia em roedores; estudos de interação social em roedores; RT-PCR para estudos qualitativos da expressão de genes; técnicas neuroquímicas em modelos animais.
As inscrições podem ser feitas por e-mail para egp01@ipen.br. No caso da vaga para pós-doutorado, o candidato deve colocar o título "Bolsa - PD Institutos – CRPq” e anexar currículo Lattes, impressão das páginas do MyCitation (Google Scholar) e Web of Science e plano de trabalho, em português ou inglês, com no máximo cinco páginas. Para a vaga de jovem pesquisador, o título do e-mail deve ser "Bolsa – JP – IPEN”, e devem ser anexados currículo Lattes e diploma de doutorado.
Mais informações sobre as vagas: www.fapesp.br/oportunidades/2371ewww.fapesp.br/oportunidades/2373.
O candidato selecionado para jovem pesquisador receberá bolsa da FAPESP no valor de R$ 8.152,20 mensais e isenta de imposto de renda, com duração de 24 meses. O projeto Jovem Pesquisador selecionado, revisado por pares, poderá receber um Auxílio à Pesquisa, conforme descrito em www.fapesp.br/jp.
A oportunidade de pós-doutorado está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 7.373,10 mensais e Reserva Técnica equivalente a 15% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso o bolsista de PD resida em domicílio fora da cidade onde se localiza a instituição-sede da pesquisa e precise se mudar, ele poderá ter direito a um Auxílio-Instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em www.fapesp.br/bolsas/pd.
Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.