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- 18/01/2018 - Cortes de Temer põem em risco inovação tecnológica e pesquisa científicaLaboratórios de institutos e universidade federais estão sem recursos para compra de equipamentos, com dificuldades para avançar em pesquisas e até para pagar conta de luz
Laboratórios de institutos e universidade federais estão sem recursos para compra de equipamentos, com dificuldades para avançar em pesquisas e até para pagar conta de luz
Fonte: Rede Brasil AtualO orçamento para as áreas de ciência e tecnologia em 2018 é o mais baixo da última década. A situação piorou desde 2016, após a fusão do Ministério da Comunicação com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, sem aumentar os recursos. Para este ano, estão previstos R$ 3 bilhões, valor que representa um corte de R$ 1 bilhão em relação a 2017."Sem pesquisa, a gente não tem inovação. Sem inovação tecnológica, você não tem a possibilidade de injetar o desenvolvimento do país, o desenvolvimento econômico, novos postos de trabalho, novas empresas, você começa a ter um acometimento de toda a estrutura econômica e social”, avalia Anapatricia Morales Vilha, coordenadora da Agência de Inovação da Universidade Federal do ABC (UFABC).Segundo ela, com os cortes que o governo federal tem executado no orçamento das universidades federais e nas áreas de ciência e inovação, esses estudos estão em risco. Na UFABC, por exemplo, a redução dos recursos passou de 50% nos últimos quatro anos, prejudicando a produção cientifica."Temos uma série de reduções que impactam na compra de equipamentos importantes, pesquisas que poderiam avançar por meio de bolsas de iniciação científica, mestrado e doutorado, pesquisas que poderiam, inclusive, colocar a universidade em consórcio com outros países em pesquisas internacionais”, explica Anapatricia.Assista a reportagem da TVT aqui. -
- 18/01/2018 - Abertas inscrições de candidatos a bolsas de mestrado e doutorado da Cnen para 2018Fonte: ABENA Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) receberá, de 22 de janeiro a 22 de fevereiro, inscrições dos interessados em candidatar-se às bolsas de pós-graduação oferecidas pela instituição. Neste ano, serão concedidas dez bolsas de mestrado e cinco de doutorado.Os candidatos serão selecionados, de acordo com os critérios estabelecidos no edital 01/2018, entre alunos de pós-graduação de programas reconhecidos pela Capes, com conceito mínimo de 3, para mestrado; e de 4, para doutorado. Os projetos de pesquisa precisam ser desenvolvidos em áreas de interesse da Cnen, tais como aceitação pública da tecnologia nuclear; análise e avaliação de segurança e de impactos ambientais de instalações nucleares e radiativas; aplicações e efeitos das radiações ionizantes na agricultura e em alimentos, na indústria, na saúde, no meio ambiente, nas artes e na cultura, entre outras áreas elencadas no edital.As bolsas são no valor de R$ 1.500, para o mestrado, e de R$ 2.200, para o doutorado. O resultado final do processo seletivo será conhecido a partir de 3 de abril. Após realizada a seleção, as bolsas serão concedidas pelo período de 24 meses (mestrado) e 48 meses (doutorado).Os interessados em candidatar-se deverão preencher o formulário de aplicação (anexo I do edital) e enviar, entre outros documentos, uma carta de encaminhamento do coordenador do programa de pós-graduação (anexo II) e uma proposta de trabalho, cujo roteiro consta do anexo III. Os parâmetros de avaliação do pedido e correspondente pontuação podem ser consultados no anexo IV.Caso contemplado, o candidato deverá providenciar a documentação listada no anexo V do edital e preencher os formulários dos anexos VI, VII e VIII.Outras informações podem ser solicitadas na Secretaria de Formação Especializada (Sefesp) da Cnen, pelos telefones (21) 2173-2187/2188 ou pelo e-mail sefesp@cnen.gov.br.Os anexos do edital e formulários estão disponíveis em links aqui. -
- 18/01/2018 - EUA testam sistema de energia nuclear para sustentar astronautas em MarteFonte: Portal TerraTestes iniciais em Nevada, nos Estados Unidos, num sistema de energia nuclear compacto desenhado para sustentar uma missão humana de longa duração da Nasa na inóspita superfície de Marte têm sido exitosos, e um teste com a potência máxima está programado para março, disseram autoridades nesta quinta-feira.Autoridades da Nasa e do Departamento de Energia dos EUA, numa entrevista em Las Vegas, detalharam o desenvolvimento do sistema nuclear do projeto Kilopower da Nasa.Os testes começaram em novembro numa localidade do Departamento de Energia em Nevada com a perspectiva de fornecer energia para missões futuras de astronautas e robôs no espaço e na superfície de Marte, da Lua e de outros destinos no Sistema Solar.Um obstáculo chave para qualquer colônia de longo prazo na superfície de um planeta ou da Lua é ter uma fonte de energia forte o suficiente para sustentar a base, mas pequena e leve o suficiente para ser transportada pelo espaço."Marte é um ambiente muito difícil para sistemas de energia, com menos luz do que a Terra ou a Lua, temperaturas noturnas muito frias, tempestades de areia que podem durar semanas e meses e atingir o planeta inteiro, disse Steve Jurczyk, do setor de tecnologia espacial da Nasa."Assim, o tamanho compacto e a solidez do Kilopower permitem que enviemos unidades múltiplas num módulo único para a superfície, que fornece dezenas de kilowatts de energia", acrescentou. -
- 18/01/2018 - Novos reitor e vice-reitor da USP tomam posseFonte: Agência FAPESPOs professores Vahan Agopyan e Antonio Carlos Hernandes tomarão posse como novos reitor e vice-reitor da USP para o quadriênio 2018-2022. A sessão solene do Conselho Universitário será realizada no Auditório Ulysses Guimarães, no Palácio dos Bandeirantes, no dia 29 de janeiro de 2018, às 18 horas.Professor da USP desde 1975, Agopyan foi vice-diretor e diretor da Escola Politécnica (Poli), diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), coordenador de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo e vice-presidente do Conselho Internacional para Pesquisa em Inovação em Edificação e Construção.Agopyan também foi pró-reitor de Pós-Graduação da USP no período de 2010 a 2014 e, atualmente, ocupa o cargo de vice-reitor da universidade. Foi membro do Conselho Superior da FAPESP em dois mandatos: de 2000 a 2006 e de 2006 a 2012.Hernandes é professor titular do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) desde 2008. Graduou-se em Física pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e obteve título de doutor em Física Aplicada pela USP, com estágio na Universidade de Gênova, na Itália.O novo vice-reitor da USP é também coordenador de Ensino e Difusão Científica do Centro para o Desenvolvimento de Materiais Funcionais – um CEPID da FAPESP –, vice coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Materiais em Nanotecnologia e coordenador do Centro de Tecnologia de Materiais Híbridos, um dos Núcleos de Apoio à Pesquisa da USP.A chapa de Agopyan e Hernandes foi a mais votada, com 1.092 votos, e encabeçou a lista tríplice, encaminhada ao governador Geraldo Alckmin, resultante da eleição realizada na USP. -
- 17/01/2018 - Inscrições para etapa nacional do FameLab vão até o dia 28 de fevereiroFonte: MCTICEstão abertas as inscrições para os interessados em participar do FameLab, um concurso internacional que busca aproximar cientistas do público em geral e desenvolver habilidades de comunicação com o público. O período de submissão de projetos vai até 28 de fevereiro. O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) é um dos apoiadores da iniciativa e vai levar até 15 pesquisadores brasileiros para a decisão nacional acontece em 27 de abril, no Museu de Amanhã, no Rio de Janeiro (RJ).Os interessados devem mandar dois vídeos de três minutos cada, sendo um em português e outro em inglês. Não podem ser utilizados recursos de Power Point ou outro dispositivo eletrônico de apresentação, músicas de fundo, edições ou efeitos especiais. O uso de materiais de apoio portáteis é limitado. As produções devem ser encaminhadas à comissão julgadora do FameLab. Confira abaixo o edital completo.O concurso FameLab foi lançado em 2004 pelo Festival de Ciência de Cheltenham (Inglaterra) e está presente em 32 países. Organizado pelo British Council, é apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).ElegibilidadePodem participar da seleção bolsistas de mestrado (stricto sensu), doutorado, doutorado direto e pós-doutorado nas áreas de ciências da vida ou ciências exatas, tecnológicas e engenharias fluentes em português e inglês, das seguintes agências: CNPq; Fapesp; Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg); Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema); Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig); Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes); Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb); Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc); Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec); e Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná.Os não bolsistas também podem participar, desde que tenham 21 anos e sejam fluentes em português e inglês. Além disso, devem estar cursando algum curso de pós-graduação nas áreas alvo em instituições de ensino superior reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC). Os mesmos critérios se aplicam a estrangeiros.Candidatos de anos anteriores que não tenham sido contemplados com o prêmio podem submeter seus vídeos para avaliação novamente. -
- 17/01/2018 - Inscrições para premiação de fotografia do CNPq se encerram nesta sexta-feira (19)Fonte: MCTICAcaba nesta sexta-feira (19) o prazo para a submissão de inscrições para concorrer ao Prêmio de Fotografia – Ciência & Arte, promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A disputa ocorre nas categorias imagens produzidas por câmeras fotográficas e instrumentos especiais.Podem participar estudantes de graduação e pós-graduação, docentes e pesquisadores brasileiros. Os estrangeiros também podem submeter inscrições, desde que tenham visto permanente no Brasil.Ao todo, serão distribuídos R$ 30 mil em prêmios aos três melhores colocados de cada categoria. Além disso, os vencedores terão direito a passagens aéreas e hospedagem para participar da 70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontecerá na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), entre 22 e 28 de julho. -
- 16/01/2018 - Governo debaterá flexibilização do monopólio da União em pesquisa e lavra nuclearFonte: Isto ÉO ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), Sérgio Etchegoyen, instituiu dois grupos técnicos na área nuclear. O primeiro terá como tarefa elaborar a proposta da Política Nuclear Brasileira e o outro irá analisar a conveniência da flexibilização do monopólio da União na pesquisa e na lavra de minérios nucleares.Os dois grupos serão formados por representantes de vários ministérios e de outras instituições, como Comissão Nacional de Energia Nuclear, Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo, Indústrias Nucleares do Brasil e Nuclebrás Equipamentos Pesados. Os técnicos que irão tratar da política nuclear serão coordenados pelo GSI e o outro grupo, pelo Ministério de Minas e Energia.As resoluções que criam os grupos estão publicadas no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 16. Cada um deles terá 150 dias para concluir os trabalhos. -
- 16/01/2018 - Treinamento técnico em Química no Ipen com Bolsa da FAPESP - Agência FapespFonte: Agência FAPESPUma oportunidade de treinamento técnico nível três (TT-3), com Bolsa da FAPESP, está aberta para o Projeto Temático "Estudos sobre o uso do bioetanol em células a combustível do tipo PEMFC e SOFC”, desenvolvido no Centro de Células a Combustível e Hidrogênio do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares e coordenado pelo professor Marcelo Linardi. A inscrição deve ser feita até dia 15 de fevereiro de 2018.Segundo Linardi, o projeto aborda temas críticos aos principais desafios científicos e tecnológicos relativos ao avanço do uso do etanol em células a combustível."O uso do bioetanol em células a combustíveis do tipo PEMFC (Proton Exchange Membrane Fuel Cell) e SOFC (Solid Oxide Fuel Cell), seja diretamente como combustível ou indiretamente na forma de hidrogênio, ainda apresenta uma série de barreiras que necessitam ser superadas para que estes dispositivos possam apresentar alta eficiência, durabilidade, confiabilidade e baixo custo”, disse.O bolsista será responsável por auxiliar nos experimentos de avaliação de catalisadores aplicados à reação de oxidação preferencial do monóxido de carbono (PROX-CO) em misturas ricas em hidrogênio. A oportunidade é voltada para alunos graduados do nível superior em Química ou Engenharia Química.Os interessados em se inscrever devem enviar e-mail para o pesquisador Estevam Vitorio Spinacé (espinace@ipen.br), junto com curriculum vitae e histórico escolar do curso de graduação.Mais informações sobre a vaga estão disponíveis em www.fapesp.br/oportunidades/1893.A Bolsa de TT-3 tem valor de R$ 1.195,60 e é direcionada a alunos graduados do nível superior, sem reprovações em seu histórico escolar e sem vínculo empregatício, com dedicação de 16 a 40 horas semanais às atividades de apoio ao projeto de pesquisa. O tempo de bolsa TT-3 será descontado no caso de o interessado vir a usufruir de Bolsa de Mestrado ou Doutorado Direto.Mais informações sobre as Bolsas de Treinamento Técnico: www.fapesp.br/bolsas/tt. -
- 15/01/2018 - Cientistas russos criam material que aumenta segurança em reatores nuclearesPesquisadores da MEPhI (Universidade Nacional russa de Pesquisa Nuclear) realizaram um estudo sobre o uso de molibdênio modificado isotopicamente como alternativa às ligas de zircônio, utilizadas para produzir o combustível nuclear.
Pesquisadores da MEPhI (Universidade Nacional russa de Pesquisa Nuclear) realizaram um estudo sobre o uso de molibdênio modificado isotopicamente como alternativa às ligas de zircônio, utilizadas para produzir o combustível nuclear.
Fonte: SputnikAtualmente, as ligas de zircônio são o principal material usado nas embalagens que contêm óxido de urânio. A vantagem desse material é que ele apresenta alta erosão e resistência à água juntamente com uma baixa captura de nêutrons térmicos (a propriedade que caracteriza a probabilidade de interação química entre partículas de nêutrons e o núcleo do átomo).
No entanto, o zircônio também possui algumas desvantagens como a geração de calor em contato com a água e a produção de hidrogênio, o que acelera a degradação do material utilizado nos reatores.
Esse tipo de problema ocorre durante as reações de calor envolvendo o zircônio, quando as temperaturas atingem aproximadamente 700 graus Celsius e que pode ser muito perigoso em situações de emergência em usinas nucleares. Acredita-se que foi justamente esse tipo de reação que causou o acidente nuclear de Fukushima.
Físicos nucleares ao redor do mundo têm discutido há um tempo a possibilidade de substituição do zircônio por uma caixa de liga de molibdênio refratária que, como o zircônio, possui alta resistência à corrosão, mas também uma maior condutividade térmica. A principal desvantagem do material são os altos custos porque ele requer um aumento do grau de enriquecimento do urânio e, portanto, torna o processo tecnológico muito mais caro.
Se introduzida, a tecnologia poderia levar a aumentos substanciais na segurança das usinas nucleares.
Valentin Borisevich, professor do departamento de física molecular da MEPhI, disse que o estudo da universidade forneceu aos pesquisadores "todas as informações necessárias para o projeto de um sistema de separação para a produção em larga escala de molibdênio modificado isotopicamente com base na tecnologia russa existente para a separação de isótopos de não urânio em centrífugas de gás. "
O estudo da universidade, publicado na revista científica Chemical Engineering Research & Design, foi possível graças ao apoio da Fundação Russa para Pesquisa Básica e em cooperação com o departamento de Física de Engenharia da Universidade de Tsinghua, em Pequim, na China.
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- 15/01/2018 - Ununênio, o novo elemento químico que cientistas japoneses tentam criarUma equipe de cientistas japoneses embarcou recentemente em um projeto tão fascinante quanto complexo: a busca pelo elemento 119 da tabela períodica.
Uma equipe de cientistas japoneses embarcou recentemente em um projeto tão fascinante quanto complexo: a busca pelo elemento 119 da tabela períodica.
Fonte: BBC BrasilEm 2016, a tabela criada pelo químico russo Dimitri Mendeléiev em 1869 ganhou quatro novos elementos: o 113 (nihônio), o 115 (moscóvio), o 117 (tennessino) e o 118 (oganessono).Agora, o físico Hideto Enyo e sua equipe querem inaugurar a oitava fileira da tabela com um metal chamado - até agora - de ununênio (um, um e nove, em latim), que ninguém, até o momento, conseguiu sintetizar.Os elementos da tabela periódica são organizados pelo número de prótons no núcleo do átomo de cada um, pela distribuição de seus elétrons e pela recorrência de suas propriedades periódicas.Plano
Os elementos mais leves, como o hélio (2) e o lítio (3), se formaram imediatamente após o Big Bang. O restante, a partir de uma fusão nuclear no coração das estrelas.Os elementos que têm um número de prótons superior a 26 têm uma origem mais duvidosa. E os que são mais pesados que o plutônio (94) não existem naturalmente na Terra. Eles precisam ser sintetizados em laboratório.Isso ocorre porque, com mais de 94 prótons, o núcleo do elemento se torna instável.O plano dos cientistas japoneses é disparar feixes do metal vanádio, de 23 prótons, contra um alvo de cúrio (96), um elemento criado artificialmente.O experimento deve acontecer em um acelerador de partículas perto de Tóquio.A fusão de ambos, criada a partir deste evento superexplosivo semelhante a um cataclima cósmico, daria como resultado o novo elemento superpesado.Dificuldades à vista
Até aqui parece fácil: 23 + 96 = 119. Mas a conta está longe de ser simples.As explosões necessárias para criar esse elemento são raras, e a colisão precisa acontecer com a quantidade de energia exata necessária para que a experiência funcione.Se não houver energia suficiente, os núcleos de ambos os elementos ricocheteiam, e a fusão não ocorre.Mas se a explosão for forte demais, o novo átomo se desintegrará.Por outro lado, há outras combinações de elementos possíveis para criar o ununênio, mas ainda não se sabe exatamente qual é a melhor.Outra equipe de cientistas já tentou, sem sucesso, disparar um feixe de titânio (22) contra um alvo de berquélio (97). A soma de seus números de prótons também é 119, mas a experiência não funcionou.Além disso, tais operações são caríssimas e, mesmo que tenham sucesso, conseguem criar um elemento que se mantém coeso por apenas milésimos de segundos.O estudo japonês ainda está em fase inicial, e ainda pode levar anos para obter resultados. -
- 12/01/2018 - Brasil e Argentina assinam contrato para o Reator Multipropósito BrasileiroAs negociações foram concluídas no final de dezembro, durante a 51ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados. O início da operação do RMB está previsto para 2023
As negociações foram concluídas no final de dezembro, durante a 51ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados. O início da operação do RMB está previsto para 2023
Fonte: Jornal da CiênciaBrasil e Argentina assinaram, em 21 de dezembro de 2017, o contrato que define a participação dos dois países, no projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que trará grande contribuição à medicina nuclear, à indústria e a setores acadêmicos. As negociações foram concluídas, durante a 51ª. Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados. O início da operação do RMB está previsto para 2023.Idealizados no âmbito da Comissão Binacional de Energia Nuclear (COBEN), os reatores brasileiro e argentino contarão com projetos de engenharia semelhantes. A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, responsável pelo projeto do RMB, trabalha em parceria com a Amazul (Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A.), empresa pública vinculada à Marinha do Brasil e com a Fundação Patria (Parque de Alta Tecnologia da Região de Iperó e Adjacências). Esse contrato é financiado com recursos de convênio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).O RMB trará benefícios sociais importantes para a sociedade brasileira, pois garantirá a produção autônoma de radioisótopos, principalmente, o Molibdênio-99, permitindo a ampliação do uso da medicina nuclear no Brasil. Hoje, o País depende, integralmente, da importação do insumo para a produção de radiofármacos, utilizados, entre outros, no combate ao câncer. O reator auxiliará, ainda, projetos na área científica, por meio da utilização de feixes de nêutron para a pesquisa e testes de materiais combustíveis nucleares.O reator será instalado no munícipio de Iperó, SP, em uma área de 2,04 milhões de metros quadrados, sendo 1,2 milhões de metros quadrados cedidos à CNEN pela Marinha do Brasil. A área complementar foi desapropriada e cedida à CNEN, pelo Governo do Estado de São Paulo. Tais cessões decorreram da importância do empreendimento RMB para o desenvolvimento tecnológico e da saúde no País.O terreno onde será instalado o RMB é vizinho a Aramar, onde são conduzidas diversas atividades do Programa Nuclear da Marinha, incluindo o domínio completo do ciclo do combustível nuclear e o desenvolvimento do programa de propulsão nuclear, que se destinará ao futuro submarino nuclear brasileiro. Para esse programa, está sendo construído no local oLaboratório de Geração Nucleoelétrica (LABGENE), que é um protótipo em terra do propulsor do submarino.Dessa forma, o RMB e as instalações da Marinha do Brasil em Aramar consolidarão a formação de um polo de desenvolvimento de tecnologia nuclear entre as cidades de Iperó e Sorocaba, no estado de São Paulo,pois terá dois reatores nucleares de pesquisa (RMB e LABGENE) e toda uma importante infraestrutura laboratorial de tecnologia nuclear.Os elementos combustíveis que abastecerão o RMB já começaram a ser produzidos no Centro Industrial Nuclear de Aramar (Marinha do Brasil), em uma cascata exclusiva inaugurada em 2016. Este é um exemplo de parcerias que são implementadas, aproveitando as tecnologias nucleares desenvolvidas em prol do Brasil. -
- 12/01/2018 - Pesquisa substitui uso de animais por material descartado em cirurgia plásticaFonte: Agência FAPESPOs efeitos da radiação ultravioleta (UV) sobre o tecido cutâneo são bem conhecidos da ciência e da indústria de cosméticos. Já existe no mercado uma ampla gama de produtos que atuam como uma barreira química contra esses raios solares, prevenindo o câncer de pele e o envelhecimento precoce. Agora, os cientistas buscam compreender melhor as alterações estruturais sofridas pela pele exposta à radiação infravermelha (IV-A) – que é sentida na forma de calor e tem como fonte não apenas o sol, mas também objetos domésticos como ferro de passar roupas e secador de cabelos.Para estudar os danos provocados pela radiação infravermelha A, uma empresa especializada na condução de estudos clínicos na área de cosmética, a Kosmoscience, desenvolve metodologia alternativa aos testes feitos com animais utilizando fragmentos de pele humana provenientes de cirurgias plásticas eletivas. A pesquisa conta com o apoio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) e encerrou a Fase 1, de viabilidade técnica.Segundo a farmacologista Samara Eberlin, responsável pela pesquisa, o objetivo da Kosmoscience ao avaliar os efeitos deletérios da radiação IV-A sobre os fragmentos de pele é validar o uso desse material alternativo para testes de eficácia de produtos protetores.Ela explica que com o advento da política dos 3R ("Replace, Refine and Reduce”) – que visa substituir e reduzir o número de animais usados em pesquisa – a avaliação da segurança e eficácia cosmética ficou restrita aos ensaios in vitro (cultura de células) e aos testes clínicos, realizados em seres humanos."No entanto, nem sempre os danos reais de um agente agressor ou os benefícios de um tratamento observados nas culturas celulares podem ser extrapolados diretamente para a condição real de uso”, disse a pesquisadora. Nesse cenário, o estudo em pele ex vivo tornou-se uma ferramenta valiosa para cobrir a lacuna deixada pelos testes em animais.Os fragmentos de pele utilizados na pesquisa são excedentes de cirurgias plásticas, obtidos após consentimento dos pacientes e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. E não há falta desse tipo de material. O Brasil é o segundo colocado no ranking mundial de cirurgia plástica, segundo dados divulgados pela International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS) em junho de 2017. "Um material que iria para o lixo é doado para pesquisa”, disse Samara.Segundo ela, embora nenhum teste de laboratório possa substituir por completo o que ocorre em uma situação real, o fragmento recém-obtido da cirurgia plástica é o modelo mais próximo. "Depois de removida, a pele apresenta viabilidade tecidual de 7 a 10 dias em cultura. As principais alterações relacionadas ao envelhecimento, pigmentação e resposta inflamatória, dentre outras, podem ser mensuradas nesse sistema”, disse.Eberlin e os biólogos Michelle Sabrina da Silva e Gustavo Facchini já conseguiram obter resultados que demonstram os efeitos nocivos que a radiação IV-A pode causar ao tecido cutâneo, como aceleração dos processos de envelhecimento, morte celular e enfraquecimento de mecanismos fisiológicos envolvidos no reparo tecidual."Os resultados são preliminares, mas indicam que a radiação infravermelha produz alterações no metabolismo normal da pele, podendo causar desde alterações estéticas até malformações malignas”, disse Samara. Ela explica que a radiação IV é mais penetrante que a ultravioleta; atinge as camadas mais profundas da pele, gerando estresse oxidativo e promovendo danos ao DNA. Por isso, alguns fotoprotetores já estão incluindo antioxidantes na formulação. Mas ainda é necessário obter mais dados sobre os mecanismos de ação da radiação IV e a concentração ideal dos antioxidantes. -
- 11/01/2018 - Indústrias Nucleares do Brasil abre concurso para vários cargosOs salários vão de R$ 1.858 a R$ 6.094. As vagas são para as cidades de Caetité (BA), Caldas (MG), Resende (RJ) e Rio de Janeiro
Os salários vão de R$ 1.858 a R$ 6.094. As vagas são para as cidades de Caetité (BA), Caldas (MG), Resende (RJ) e Rio de Janeiro
Fonte: G1 Portal de NotíciasIndústrias Nucleares do Brasil (INB) abriu processo seletivo para formação de cadastro de reserva para cargos de nível médio/técnico e superior. Os salários vão de R$ 1.858 a R$ 6.094. As vagas são para as cidades de Caetité (BA), Caldas (MG), Resende (RJ) e Rio de Janeiro.
Fundada em 1988, a Indústrias Nucleares do Brasil incorporou as empresas que faziam parte da Nuclebrás, criada para cumprir o Acordo Nuclear Brasil - Alemanha. Com o objetivo de concentrar todo o ciclo de produção do combustível nuclear – desde a mineração até a montagem e entrega do elemento combustível -, a INB foi idealizada para impulsionar a produção da energia nuclear no país.
Os cargos de nível médio/técnico são de ajustador mecânico, almoxarife, assistente de administração, caldereiro, inspetor de guarda, mecânico de manutenção, operador de processos, operador de fresadora CNC - fresador, operador de torno CNC - torneiro, programador de máquinas - ferramenta CNC, projetista cadista, secretária, soldador, soldador Oxigás, soldador Pead, soldador TIG, desenhista técnico de construção civil, desenhista técnico mecânico, montador automação, montador eletricista, montador mecânico, técnico em edificações, técnico em segurança do trabalho, técnico em manutenção, técnico em laboratório industrial, técnico em logística, técnico em arquivo, técnico em automação industrial, técnico em eletromecânica, técnico em eletrônica, técnico em eletrotécnica, técnico em enfermagem do trabalho, técnico em informática, técnico em instrumentação, técnico em mecânica, técnico em meio ambiente, técnico em qualidade, técnico em química, técnico em radioproteção e técnico em topografia/agrimensura.
Os cargos de nível superior são de administrador, advogado, analista de comércio exterior, analista de comunicação, analista de sistemas, assistente social, auditor, biólogo, bibliotecário, contador, economista, enfermeiro do trabalho, engenheiro ambiental, engenheiro agrônomo, engenheiro civil, engenheiro da computação, engenheiro de automação e controle, engenheiro de produção, engenheiro de segurança do trabalho, engenheiro eletricista, engenheiro mecânico, engenheiro metalúrgico, engenheiro químico, físico, geólogo, médico do trabalho, psicólogo e químico.
As inscrições devem ser feitas pelo site https://www.gestaodeconcursos.com.br de 15 de janeiro a 8 de fevereiro. As taxas são de R$ 80 para nível médio e técnico e de R$ 100 para nível superior.
A prova objetiva será no dia 4 de março, nas cidades de Caetité (BA), Poços de Caldas (MG), Resende (RJ) e Rio de Janeiro.
A prova física será no dia 15 de abril, na cidade de Resende.
Indústrias Nucleares do Brasil (INB)
- Vagas: cadastro de reserva
- Inscrições: 15/01 a 08/02
- Salários: R$ 1.858 a R$ 6.094
- Taxa: R$ 80 e R$ 100
- Prova: 04/03/18
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- 10/01/2018 - Câmara analisa proposta que concede reajuste anual às bolsas concedidas por órgãos de apoio à pesquisaPelo texto, o reajuste seria feito no dia 1º de janeiro de cada ano de acordo com a variação do INPC. O último reajuste foi em 2010.
Pelo texto, o reajuste seria feito no dia 1º de janeiro de cada ano de acordo com a variação do INPC. O último reajuste foi em 2010.
Fonte: Agência Câmara de NotíciasA Comissão de Educação aprovou proposta (PL 4559/16) que concede reajuste anual às bolsas concedidas pelos órgãos federais de apoio à pós-graduação e pesquisa.Pelo texto, o reajuste seria feito no dia 1º de janeiro de cada ano de acordo com a variação do INPC. O último reajuste foi em 2010.O autor do projeto, deputado Lobbe Neto (PSDB-SP), lembra que os pesquisadores dependem das bolsas para se dedicarem à atividade:"Essa reivindicação é muita justa. Nós temos aumento de energia, aumento de combustível, aumento do custo de vida... tem que ter também um reajuste nas bolsas que são encaminhadas principalmente na área de pesquisa, fomento à pesquisa".O presidente substituto do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Marcelo Morales, afirma que, por causa do limite constitucional para os gastos de cada órgão, é necessário primeiro que seja elevado o teto de gastos do CNPq. Segundo ele, caso o reajuste seja obrigatório sem o aumento do teto, o CNPq terá que reduzir o número de bolsistas:"Nós teríamos que estudar junto com o Congresso e com o governo federal como que nós poderíamos aumentar o orçamento do CNPq não só em bolsas. Porque não adianta aumentar o orçamento do CNPq em bolsas porque esses bolsistas precisam fazer pesquisa. Mais de 90% do orçamento do CNPq está destinado a bolsas. Muito pouco resta para a gente fazer política nacional de ciência e tecnologia, fomentando a pesquisa para que esses bolsistas façam realmente a pesquisa necessária".Hoje existem 34.200 bolsistas no CNPq, entre doutorandos, mestrandos, pesquisadores do órgão e pós-doutorandos. As bolsas variam entre R$ 1.100 para alguns pesquisadores do CNPq e R$ 4.400 para os pós-doutorandos.A proposta que determina reajuste anual das bolsas para pesquisa será analisada agora pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça. -
- 10/01/2018 - Brasil é reprovado nas ações políticas e tributárias de incentivo à InovaçãoFonte: Convergência DigitalA Consumer Technology Association (CTA), entidade que reúne as empresas de tecnologia do consumo, divulgou nesta terça-feira, 09/01, um ranking mundial de ações de países para o fomento à Inovação. O Brasil foi reprovado na maioria dos itens avaliados e tirou a nota mais baixa possível - F - na parte relativa ao ambiente tributário e na adoção de políticas públicas de incentivo à Inovação.Ao final, o Brasil ficou na 32ª posição em um ranking de 38 países. Além do F em tributos e políticas públicas, o país também teve baixa pontuação em investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento e na própria geração de capital humano. Na oferta de banda larga, o país ficou com C+.O ranking da CTA, organizadora da CES, evento que acontece nos Estados Unidos, avaliou 10 itens: diversidade, liberdade de inovação, banda larga, capital humano, ambiente tributário, investimentos em P&D, atividade empreendedora, amigáveis ao mercado de drones, amigáveis ao mercado de compartilhamento de transporte, amigáveis ao mercado compartilhamento de imóveis, amigáveis a carros autônomos e meio ambiente.O resultado apresentado é bastante negativo, uma vez que o Brasil não tirou uma única nota A. A melhor pontuação obtida foi B em compartilhamento de transporte e no de imóveis. "As linhas de tendência do estudo são claras. A inovação é encorajada onde os governos têm abertura às novas ideias, nos países onde as pessoas desfrutam de grande liberdade e ambientes limpos e onde os inovadores são abraçados", advertiu Gary Shapiro, presidente e CEO da CTA."A inovação reforçará o crescimento econômico e proporcionará às gerações futuras os empregos que desejam. Os graduados que entram na força de trabalho hoje não querem necessariamente permanecer nos empregos das fábricas anteriores, eles querem usar sua criatividade e curiosidade para construir futuros mais brilhantes em todo o mundo", acrescentou o presidente e CEO da CTA. Os países campeões do ranking da CTA são: Finlândia, Reino Unido, Austrália, Suécia, Estados Unidos, Cingapura, Holanda, Canadá, Portugal, República Tcheca, Áustria Dinamarca e Nova Zelândia. O resultado do ranking pode ser obtido aqui. -
- 10/01/2018 - Acordo nuclear entre a China e a França envolve Areva para tratamento de combustíveis nucleares usadosFonte: PetronotíciasA França e a China assinaram um memorando para um acordo comercial sobre a construção de uma fábrica de tratamento de combustíveis nucleares usados. O negócio envolve grupo francês Areva. O documento assinado na capital chinesa na presença do presidente francês, Emmanuel Macron, e o Primeiro Ministro Chinês, Xi Jinping, abre caminho para que sejam concluídos dez anos de negociações entre o grupo francês de energia nuclear e o seu parceiro chinês CNNC.A futura fábrica franco-chinesa pode tratar até 800 toneladas de combustíveis usados por ano. O Ministro francês da Economia, Bruno Le Maire, disse que "Temos agora a garantia de contrato com um prazo: a assinatura na primavera. Isto representa um montante de 10 mil milhões de euros no imediato, que podem ser vitais para o setor.” -
- 09/01/2018 - FAPESP e Shell financiarão centro de pesquisa em novas energias - Agência FapespFonte: Agência FAPESP
A FAPESP e a Shell financiarão um centro de pesquisa em novas energias em São Paulo. Os parceiros, que mantêm um acordo de cooperação desde 2013, anunciaram uma chamada de propostas para a instalação do Centro de Pesquisa em Novas Energias, com foco no desenvolvimento de investigações em quatro divisões: Transportadores de alta densidade de energia, Armazenamento avançado de energia, Conversão de metano em produtos e Ciência computacional de materiais.
A chamada recebeu doze submissões, cobrindo os quatro tópicos de pesquisa nela listados. Cada proposta recebeu pareceres de assessoria ad hoc e foi analisada por um painel de especialistas.
A documentação resultante foi estudada pelo Comitê Gestor da chamada, que, após discussão preliminar, enviou as críticas e os pedidos de esclarecimento encontrados nos pareceres para manifestação dos proponentes.
Uma vez examinadas as respostas dos proponentes, o Comitê Gestor realizou as entrevistas previstas na chamada e agora anuncia, como resultado final, a aprovação das seguintes propostas:Divisão: Portadores Densos de Energia
Divisão de Pesquisa 1 - Portadores Densos de Energia
Processo / Grant number
2017/11986-5
Acordo / Agreement
Pesq. Resp. / PI
Instit. sede / Host Institution
Instituto de Química - IQ / UNICAMP
Divisão: Armazenamento Avançado de EnergiaDivisão para Armazenamento de Energia Avançado
Processo / Grant number
2017/11958-1
Acordo / Agreement
Pesq. Resp. / PI
Instit. sede / Host Institution
Faculdade de Engenharia Química - FEQ / UNICAMP
Divisão: Do Metano para ProdutosRota sustentável para a conversão de metano com tecnologias eletroquímicas avançadas
Processo / Grant number
2017/11937-4
Acordo / Agreement
Pesq. Resp. / PI
Instit. sede / Host Institution
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN / SDECTSP
Divisão: Ciência dos Materiais ComputacionalCiência Computacional de Materiais
Processo / Grant number
2017/11631-2
Acordo / Agreement
Pesq. Resp. / PI
Instit. sede / Host Institution
Instituto de Química de São Carlos - IQSC / USP
A chamada de propostas está publicada (em inglês) emwww.fapesp.br/10896.
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- 09/01/2018 - Reinaldo Gonzaga: Decisão NuclearO Brasil tem uma situação privilegiada porque tem uma matriz energética predomi-nantemente hidrelétrica
O Brasil tem uma situação privilegiada porque tem uma matriz energética predomi-nantemente hidrelétrica
Fonte: O PovoMuito se tem falado sobre a paralisação das obras de Angra 3 devido a questões orçamentárias e a investigações no âmbito do Tribunal de Contas da União, mas as discussões parecem ter desviado o foco da importância estratégica de um programa nuclear dos mais bem-sucedidos do mundo. Quase seis décadas de esforço tecnológico nacional colocaram o Brasil no seleto grupo dos que dominam todo o ciclo do combustível nuclear.
Com uma das maiores reservas de urânio do mundo, o País desenvolveu todo o processo na fábrica da INB-Indústrias Nucleares do Brasil, em Resende, que abastece Angra 1 e 2, e temos todas as condições para alcançar a autonomia. Mas há ainda outras razões que apontam a necessidade de conclusão das obras.
O mundo aposta na substituição dos combustíveis fósseis, e muitos países estão aumentando a geração nuclear. Esta é a fonte que garante dois terços da energia limpa hoje disponível. No caso brasileiro, além das vantagens competitivas das reservas e do domínio tecnológico, temos a necessidade de reduzir o risco de esgotamento do potencial hidroelétrico.
O Brasil tem uma situação privilegiada porque tem uma matriz energética predominantemente hidrelétrica. Enfrentamos, porém, um problema estrutural: a opção por construir hidrelétricas a fio d’água, para atender às exigências ambientais, reduz a capacidade de acumulação e obriga as distribuidoras a recorrer a térmicas, mais caras e poluidoras. O problema se agrava com a escassez de chuva em várias partes do País, o que gera instabilidade no fornecimento. A alternativa nuclear é a mais recomendável por garantir energia limpa, segura e competitividade econômica.
O Brasil está retomando agora, no começo de 2018, a mineração de urânio, que esteve interrompida por três anos devido ao esgotamento da mina da Cachoeira, em Caetité (BA), e dificuldades para obtenção de licenças. Com o aumento da produção, a INB poderá atender plenamente as necessidades de combustível de Angra 1, 2 e, futuramente, Angra 3.
A interrupção das obras de Angra 3 exigiria a inclusão de usinas térmicas a gás natural, carvão ou óleo, com todos os problemas daí decorrentes. Sua conclusão, ao contrário, traria segurança ao sistema; consolidaria uma tecnologia de ponta desenvolvida no Brasil e fortaleceria a indústria nacional, gerando emprego e renda. São questões a serem levadas em conta agora para que não venhamos a lamentar no futuro.
Reinaldo Gonzaga
pr@inb.gov.br
Presidente da INB (Indústrias Nucleares do Brasil) -
- 05/01/2018 - Presidentes da ABC e da SBPC discutem com deputado Celso Pansera estratégias de atuação junto ao Congresso NacionalO encontro teve por objetivo a construção de estratégias para sensibilizar os parlamentares sobre projetos de lei e recursos orçamentários adequados para o desenvolvimento científico, econômico e social do País
O encontro teve por objetivo a construção de estratégias para sensibilizar os parlamentares sobre projetos de lei e recursos orçamentários adequados para o desenvolvimento científico, econômico e social do País
Fonte: Jornal da CiênciaNo dia 22 de dezembro, o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich, recebeu, na sede da Academia, no Rio de Janeiro, a visita do deputado federal Celso Pansera (PMDB-RJ). O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu de Castro Moreira, também participou do encontro, que visou à construção de estratégias para sensibilizar os parlamentares sobre importantes projetos para a ciência nacional.Na reunião, Pansera apresentou um relatório sobre os projetos ligados à CT&I. Segundo o deputado federal, existem 454 proposições relacionadas à C&T em tramitação na Câmara. Dessas, 21 são de especial interesse, visto que já estão prontas para entrarem na pauta do Plenário. Fora estas proposições, Pansera chamou a atenção ainda para outras duas iniciativas, que, de acordo com ele, merecem especial atenção das entidades ligadas à C&T:– O Projeto de Lei (PL) n° 5876/2016, de autoria do próprio deputado, que trata do repasse de 25% dos recursos oriundos da exploração do petróleo da camada do Pré-Sal – o Fundo Social – à ciência, tecnologia e inovação. Já aprovado na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI), o PL agora segue para as comissões de Finanças e Tributação, e de Constituição e Justiça e, por fim, vai a Plenário.– O Projeto de Lei nº 5425/2016, que concede incentivos fiscais ao contribuinte que doar recursos para programas, projetos e atividades de CT&I, cuja lógica de funcionamento é semelhante à da Lei Rouanet. Como relator da proposta na CCTCI, cuja autoria é do deputado Rômulo Gouveia (PSD-PB), Pansera formulou um substitutivo ao PL, que foi aprovado por unanimidade pelos membros da comissão.Estes dois projetos foram considerados de grande importância pelos presidentes da ABC e da SBPC. Para Luiz Davidovich, incentivos fiscais para doações a instituições de ciência e tecnologia existem há muito tempo em países desenvolvidos, em particular nos Estados Unidos e na Europa, e têm um papel importante no desenvolvimento científico e tecnológico desses países."Esse projeto precisa ser aprovado com urgência, pois esses incentivos ajudariam a alavancar a ciência e a inovação tecnológica no País”, avaliou Davidovich. "Por outro lado, o Projeto de Lei 5875/2016 ajudaria a consolidar o tripé essencial para o desenvolvimento nacional: educação, saúde e C&T. Sem um desses elementos, os outros dois não se sustentam”, acrescentou o presidente da ABC.Também se referindo ao Projeto de Lei n° 5876/2016, Celso Pansera destacou que a ideia é que um quarto dos recursos do Fundo Social do Pré-Sal seja destinado ao setor de CT&I. "Assim o Brasil poderá continuar investindo pesado em novas tecnologias, buscando caminhos criativos e inovadores que permitam ao país romper com uma dinâmica de economia focada na produção de commodities. Isso é fundamental para que o Brasil passe a agregar valor a seus produtos e serviços. Se esta política já vigorasse em 2015, por exemplo, o montante destinado à C&T seria de aproximadamente R$ 2 bilhões”, destacou o parlamentar.Ex-ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação (2015-2016), Pansera ressaltou ainda que a lei que criou o Fundo Social (12.351/10) já determina o investimento dos recursos nas áreas de Educação e Saúde e, por isso, justifica-se estabelecer um percentual mínimo para CT&I.O presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira também destacou a importância da reunião, salientando que a comunidade científica precisa se organizar melhor para se fazer presente junto ao Congresso Nacional e às Assembleias Legislativas. "Assim, poderemos colaborar na elaboração de leis adequadas para o desenvolvimento científico, econômico e social do País, além de influenciar nas discussões dos recursos orçamentários para CT&I, que têm sido drasticamente cortados”, disse.Moreira lembrou ainda que os cientistas devem se manter unidos e atentos às eleições deste ano. "A comunidade científica e acadêmica deverá também debater as grandes linhas das políticas públicas para a CT&I e para a educação e buscar influenciar os candidatos, seus partidos e programas, tanto para o Executivo quanto para o Legislativo, informar os eleitores sobre os posicionamentos deles e, depois da eleição, acompanhar seus desempenhos”, afirmou. -
- 05/01/2018 - Modelo prediz cenários para geração de energia por meio da fusão nuclearFonte: Revista FAPESPA geração controlada e regular de energia por meio da fusão nuclear, com a conversão de hidrogênio em hélio, reproduzindo na Terra, em pequena escala, o que ocorre no Sol e em outras estrelas, é uma das grandes promessas tecnológicas para as próximas décadas.Indo muito além dos resultados já obtidos há tempos em laboratórios, um protótipo de reator, o ITER – cujo nome significa "o caminho”, em latim –, capaz de gerar 500 megawatts de energia, está em construção no sul da França e deverá entrar em operação em 2025. China, União Europeia, Índia, Japão, Coreia do Sul, Rússia e Estados Unidos participam do megaprojeto, cujo custo deverá ultrapassar a marca de € 20 bilhões.O ITER não fornecerá energia para a rede elétrica, mas será o primeiro equipamento do tipo tokamak – termo formado pelo acrônimo da expressão em russo para "câmara toroidal com bobinas magnéticas” – em que a energia gerada será maior do que a energia necessária para colocá-lo em funcionamento. Assim, possibilitará testar as múltiplas complexidades técnicas inerentes ao processo e servirá de modelo para máquinas semelhantes.Para que tudo isso dê certo, porém, existe uma questão crucial: garantir que o processo de fusão nuclear se torne autossustentável, impedindo que a perda de energia por meio de radiação eletromagnética e do escape de partículas alfa – o núcleo atômico do hélio, formado por dois prótons e dois nêutrons – desaqueça o reator. Resultados experimentais observados ao longo dos 20 últimos anos mostraram que a forma pela qual os íons rápidos (dentre os quais as partículas alfa) são ejetados do plasma varia muito entre diferentes tokamaks. E ninguém compreendia quais condições experimentais determinavam esse comportamento.O problema foi elucidado agora por um jovem pesquisador brasileiro, Vinícius Njaim Duarte, recém-doutorado com Bolsa da FAPESP e Bolsa de Pesquisa no Exterior e atualmente realizando trabalho de pós-doutoramento no Princeton Plasma Physics Laboratory, nos Estados Unidos.Duarte foi o autor principal do artigo Theory and observation of the onset of nonlinear structures due to eigenmode destabilization by fast ions in tokamaks, publicado com destaque pela revista Physics of Plasmas, do American Institute of Physics (AIP).A repercussão de seu trabalho foi tanta que, no maior tokamak dos Estados Unidos, o DIII-D, desenvolvido e operado pela General Atomics em San Diego, Califórnia, foram realizados experimentos dedicados a testar o modelo por ele proposto. E os resultados experimentais confirmaram as predições do modelo.
"Ondas eletromagnéticas excitadas por partículas rápidas em tokamaks podem apresentar variações bruscas de frequência que, em inglês, são chamadas de chirping [chilreio]. Não se compreendia por que em algumas máquinas isso aparecia e em outras não. Usando modelagem numérica bastante complexa e dados experimentais, Duarte mostrou que a produção ou não do chirping – e, portanto, o caráter da perda de partículas e energia – depende do nível de turbulência do plasma existente no interior do tokamak, no qual estão ocorrendo as reações de fusão nuclear. Se o plasma não for muito turbulento, o chirping acontece. Mas, se for muito turbulento, não”, disse o físico Ricardo Magnus Osório Galvão, atual diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que foi o orientador do doutoramento de Duarte no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP).
Para entender essa descoberta, algumas explicações prévias são necessárias.
Primeiro, é preciso ter claro que o processo em pauta é o da fusão e não da fissão nuclear. Na fissão, que ocorre em várias usinas nucleares espalhadas pelo mundo, núcleos atômicos de elementos pesados (como urânio 235, por exemplo) se dividem em núcleos de elementos mais leves (no caso, criptônio e bário) e liberam energia, radiação eletromagnética e nêutrons (que dão sequência ao processo).
Na fusão, o fenômeno é diferente. Nela, núcleos atômicos de elementos mais leves [como deutério (um próton e um nêutron) e trítio (um próton e dois nêutrons), que são dois isótopos do hidrogênio] se fundem, formando núcleos de elementos mais pesados (no caso, hélio – dois prótons e dois nêutrons) e gerando energia.
"Para que a fusão possa ocorrer, é preciso superar a repulsão eletrostática entre os íons positivos. Isso só é possível se o gás ionizado [plasma] constituído pelos núcleos dos elementos leves for aquecido a temperaturas altíssimas, da ordem de dezenas a centenas de milhões de graus Celsius”, explicou Galvão.
No ITER, por exemplo, 840 metros cúbicos de plasma serão aquecidos a 150 milhões de graus Celsius – mais de 10 vezes a temperatura do núcleo do Sol. "Nesse patamar de temperatura, se alcança o breakeven, quando a energia gerada pelas reações de fusão consegue compensar a energia necessária para aquecer o plasma”, prosseguiu o diretor do Inpe.
O processo é realizado no interior do tokamak, que, como o próprio nome indica, é um dispositivo toroidal. Essa máquina, inventada na década de 1950 pelos físicos soviéticos Igor Tamm e Andrei Sakharov, a partir de uma ideia original de Oleg Lavrentiev, tem formato semelhante ao de um pneu, porém com tamanho muito maior.
O "passo a passo” é o seguinte. Produz-se vácuo no interior da câmara, que, depois, é preenchida com o gás. Por meio de descarga elétrica, o gás é ionizado e tem sua temperatura elevada pela injeção de campos de radiofrequência.
Um campo elétrico, induzido na direção do toroide, faz passar pelo gás uma corrente de intensidade altíssima (no DIII-D, a corrente é da ordem de 1 milhão de amperes). Essa corrente aquece o gás por efeito Joule, e mais energia ainda é injetada mediante o aporte de ondas eletromagnéticas. Assim, se alcança a temperatura necessária para desencadear o regime de fusão nuclear. Mesmo um tokamak pequeno, como o existente na Universidade de São Paulo, atinge temperaturas de ordem de 100 milhões de graus.
"Nessa temperatura elevadíssima, a vibração dos íons faz com que um se choque com o outro, vencendo a repulsão eletrostática. Um poderoso campo magnético confina o fluxo do plasma, impedindo que ele entre em contato com as paredes do equipamento. E as partículas alfa [núcleos de hélio] formadas, altamente energizadas, colidem com outras partículas do plasma, mantendo-o aquecido, de forma que a reação de fusão se torne autossustentável”, disse Galvão.
Uma analogia, apresentada pelo orientador, ajuda a entender o processo. Trata-se de uma fogueira feita com lenha um pouco úmida. No início, é difícil acender o fogo. Porém, se um determinado patamar de temperatura for alcançado, a própria queima da lenha produzirá energia suficiente para vencer a umidade e manter o regime de combustão estável. No caso do plasma, diz-se que ele atinge o ponto de ignição quando as partículas alfa passam a realimentar o processo de forma consistente.
Controle da turbulênciaDentre as muitas vantagens da fusão em relação à fissão, uma é o fato de a fusão ser dotada de um mecanismo autoconsistente de controle. Uma vez alcançado o ponto de ignição, se esse patamar de temperatura for muito ultrapassado, isto é, se o plasma se aquecer demais, a taxa de reação decresce automaticamente. Assim, fica descartada a possibilidade de superaquecimento do reator, que é um dos mais perigosos desdobramentos dos acidentes em usinas nucleares.
O problema – e aqui voltamos à pesquisa de Duarte – é que a interação ressonante entre partículas alfa e ondas presentes no plasma pode fazer com que sejam excitadas oscilações eletromagnéticas ou mesmo que partículas alfa sejam ejetadas. Isso leva à perda de energia, ao desaquecimento do plasma e à eventual interrupção do regime de fusão nuclear. Entender os motivos que provocam e os motivos que impedem esse desfecho é fundamental para assegurar a sustentabilidade do processo e a utilização da fusão nuclear como fonte viável para a produção de eletricidade.
"O que Duarte constatou foi que esse desfecho acontece de maneira auto-organizada, com produção do chirping, se o plasma não for muito turbulento. Mas, se for muito turbulento, não”, disse Galvão [leia adiante uma entrevista dada por Vinícius Njaim Duarte à Agência FAPESP].
O xis da questão, como explicou Galvão, é que, em um fluido muito turbulento, já não há direção preferencial. E, também em relação a isso, o diretor do Inpe recorreu a uma analogia.
"Quando aquecemos paulatinamente a água, cria-se no recipiente uma célula de convecção. A água quente sobe, a água fria desce. Isso se mantém até que toda a água atinja o ponto de ebulição. O meio torna-se, então, turbulento; a célula de convecção é destruída; e a energia distribui-se indiferenciadamente em todas as direções. No plasma, confinado magneticamente, isso também ocorre. E o fato de ocorrer inviabiliza a existência de um sistema auto-organizado que permita a sustentação de uma indesejável onda eletromagnética associada. Não há coerência suficiente para que as ondas sejam geradas. Assim, deixa de ocorrer a perda de energia que poria termo ao processo de fusão”, disse.
"Duarte já havia publicado um trabalho sobre esse modelo durante seu doutoramento. Mas ninguém havia feito ainda um experimento para controlar o nível de turbulência e verificar se o modelo se aplicava ou não. Agora, a General Atomics realizou tal experimento no DIII-D, especificamente com a finalidade de testar o modelo. E o resultado o comprovou”, disse Galvão.
Os físicos experimentais já sabiam, empiricamente, como induzir maior ou menor turbulência, mas não sabiam que isso teria efeito na alteração da natureza espectral de ondas associadas a estruturas de partículas. A contribuição de Duarte foi identificar o mecanismo-chave de controle e explicar o porquê. Em termos de aplicação tecnológica, trata-se de estabelecer um "optimum” de turbulência: suficiente para impedir a perda de partículas e energia de forma auto-organizada, mas não tanta que possa criar outros efeitos indesejáveis ao confinamento do plasma como um todo.
Até agora, os tokamaks foram utilizados em escala de laboratório. O ITER será o primeiro protótipo de uma máquina capaz de gerar eletricidade por meio de fusão de forma eficiente. O emprego da fusão nuclear controlada não está livre de controvérsias. Mas seus propositores acenam com a perspectiva de uma geração segura e praticamente ilimitada de energia, sem a contrapartida da produção de lixo radiativo, como ocorre nos reatores a fissão.
O artigo Theory and observation of the onset of nonlinear structures due to eigenmode destabilization by fast ions in tokamaks, de V. N. Duarte, H. L. Berk, N. N. Gorelenkov, W. W. Heidbrink, G. J. Kramer, R. Nazikian, D. C. Pace, M. Podestà e M. A. Van Zeeland (doi: https://doi.org/10.1063/1.5007811), está publicado em http://aip.scitation.org/doi/10.1063/1.5007811.A seguir, Vinícius Njaim Duarte, primeiro autor do artigo, detalha o estudo.
Agência FAPESP – Quais ondas induzem perdas de partículas alfa?
Vinícius Njaim Duarte – São as chamadas Ondas de Alfvén, que são oscilações fundamentais em fluidos carregados que respondem a campos magnéticos. Todo plasma embebido em uma região permeada por um campo magnético admite oscilações "naturais” na forma de Ondas de Alfvén. Elas são observadas em circunstâncias bastante variadas, tanto em meios astrofísicos quanto em experimentos de laboratório, como é o caso dos tokamaks. Em um artigo publicado na Nature em 1942, o físico sueco Hannes Alfvén [1908 – 1995] previu a existência dessas ondas, o que lhe rendeu o prêmio Nobel em Física em 1970.
Agência FAPESP – De que forma as Ondas de Alfvén induzem a ejeção de partículas alfa pelo plasma?
Duarte – O objetivo final das pesquisas em plasmas de tokamaks é tornar possível e comercialmente viável a produção de energia limpa e praticamente inesgotável a partir de reações de fusão termonuclear. Para se produzir reações de fusão, utiliza-se tipicamente hidrogênio (na forma de seus isótopos deutério e trítio). Como produtos, são obtidos nêutrons e partículas alfa muito energéticas. Para se sustentar um reator a fusão funcionando de maneira contínua, é necessário que as partículas alfa tenham tempo suficiente para colidir com os elétrons do plasma e transferir a eles a maior parte de sua energia. Ocorre que as Ondas de Alfvén podem induzir a ejeção indesejada das partículas alfa, bem como de outros íons rápidos do plasma. Quando isso acontece, a continuidade das reações de fusão fica seriamente comprometida.
Por meio de um mecanismo conhecido como Amortecimento de Landau, as Ondas de Alfvén interagem de maneira ressonante com íons rápidos presentes no plasma (o que inclui as partículas alfa). Esta interação permite trocas de energia entre as ondas e as partículas ressonantes (o que faz com que as partículas alfa percam sua energia), bem como permite que as Ondas de Alfvén controlem a dinâmica dessas partículas. Tipicamente, as Ondas de Alfvén induzem a ejeção das partículas ressonantes de duas formas: de maneira difusiva (quando as ondas têm uma frequência constante) ou de maneira convectiva (quando as ondas apresentam rápidas variações de frequência, em um processo conhecido como chirping). Em nosso artigo, identificamos o fator-chave que controla essa dinâmica em experimentos. Descobrimos quando cada um dos dois cenários é provável de ocorrer, dadas as condições experimentais. A identificação desse fator-chave (turbulência sentida pelas partículas ressonantes) era um problema em aberto havia várias décadas.
Agência FAPESP – Em que caso ocorre a ejeção e em que caso não?Duarte – A ejeção ocorre quando, por meio da interação ressonante com os íons rápidos, a amplitude das ondas de Alfvén cresce a tal ponto que elas começam a controlar o movimento dos próprios íons rápidos. Quando isso acontece, essas partículas começam a ser indesejavelmente expelidas do plasma.
Agência FAPESP – Seu modelo poderá contribuir para um maior controle do processo de fusão, viabilizando a fusão como recurso tecnológico para a geração de energia?
Duarte – A motivação do nosso trabalho foi predizer a forma pela qual as Ondas de Alfvén irão se comportar em experimentos para, a partir daí, controlar a interação ressonante entre essas ondas e as partículas alfa e, consequentemente, mitigar as perdas das alfas. Estima-se que o experimento ITER tolerará cerca de, no máximo, 5% de perdas de partículas alfa. O controle das Ondas de Alfvén é, portanto, crucial.
Agência FAPESP – O ITER é o experimento mais caro já construído no mundo, não?
Duarte – Sim. Seu custo, atualizado recentemente, está estimado em € 20 bilhões. Um conjunto de 35 países está aportando recursos. Terá números impressionantes, como a previsão de que o plasma seja aquecido a uma temperatura de 150 milhões a mais de 200 milhões de graus Celsius, o que o tornará cerca de 10 vezes mais quente que o centro do Sol.
Agência FAPESP – Seu artigo foi destacado pelo American Institute of Physics. Poucos artigos recebem tal menção.
Duarte – Acredito que um aspecto do trabalho que recebeu atenção foi o fato de ele ter envolvido teoria, simulações numéricas e experimentos. Além disso, as predições do artigo motivaram pesquisadores do maior tokamak das Américas [o DIII-D, localizado nos laboratórios da General Atomics, em San Diego, Califórnia] a propor experimentos específicos a fim de testar a fundo nossas predições. Por meio de uma mudança na geometria do plasma, eles induziram o DIII-D a operar em um regime de turbulência muito menor que o usual. E observaram que a resposta das Ondas de Alfvén na forma de chirping foi muito mais prevalente do que o normal, em consonância com a nossa predição.
Agência FAPESP – Que apoios você recebeu para desenvolver seu estudo?
Duarte – Fui bolsista da FAPESP em todos os níveis da minha formação: iniciação científica, mestrado e doutorado. Depois, recebi uma proposta do Princeton Plasma Physics Laboratory para prosseguir minha pesquisa lá, em nível de pós-doutoramento, com apoio do Departamento de Energia americano.